Com “igualdade” e “liberdade”, a “fraternidade” compõe o lema maçônico, frase que resume o ideal, o objetivo da Instituição. Portanto, a Fraternidade é um dos objetivos da Maçonaria, que se pode ampliar nos seguintes termos: “alcançar a fraternidade entre os homens, transformando a Humanidade em uma Grande Fraternidade redentora em que todos os homens sejam livres e de bons costumes, sejam quais forem as diferenças de credo político ou religioso, de nacionalidade, raça, cor ou condição social.”
Esta afirmação permite algumas deduções lógicas a respeito do assunto. Primeiro, é que não se trata de uma vontade egoísta; a Maçonaria quer que essa “Grande Fraternidade” se estenda a TODOS. Segundo, em sendo ainda somente um ideal, ou objetivo, é evidente que não alcançamos esse nível evolutivo em que todos se reconheçam como verdadeiros irmãos, no sentido que veremos adiante.
A humanidade pode, ao menos, contar com a Maçonaria para essa finalidade. Neste ponto vale recordar a fábula em que, ante a crítica pelo esforço inútil de devolver ao mar uma única estrela-do-mar, quando nas praias do mundo haveria milhões na mesma situação, a sábia resposta foi a de que para aquela estrela-do-mar, ao menos, fazia toda a diferença.
É tradicional os Maçons darem-se, entre si, o tratamento de Irmão. Já em 1390, o “Poema Regius” (considerado um dos mais antigos documentos a mencionar o que seria a Maçonaria Operativa) aconselhava os operários de então a não se tratarem de outra forma senão de “meu caro Irmão”.
Este tratamento, porém, não é uma exclusividade maçônica. “É o título que geralmente se dão, mutuamente, os religiosos de uma mesma Ordem e de um mesmo convento, e também os membros de uma mesma associação. Este título é dado pelo Papa aos cardeais e bispos. Era também o que se davam os soberanos da cristandade quando correspondiam entre si.” Ainda, “este tratamento existe em todas as sociedades iniciáticas e nas confrarias, onde o seu significado é a condição adquirida com a participação de um mesmo ideal baseado na amizade.”
Define-se “irmão” como aquele que, em relação a outrem, é filho do mesmo pai e/ou da mesma mãe, ou “pessoa a quem alguém se liga para um fim comum ou ajuda mútua ou a quem se considera unido por sentimentos de fraternidade universal.” Neste sentido é que a Maçonaria considera que “na grande família humana, cada homem está, em relação aos seus semelhantes, na mesma situação de um irmão em relação a outro irmão no seio da mesma família”.
Na busca pela plena solidariedade física e moral, deve-se compreender que “tendo os mesmos deveres e direitos, visto terem sido criados (pelo Grande Arquiteto do Universo*) com as mesmas faculdades, e obrigados a um mútuo concurso para levarem a sua natureza ao mais alto grau de perfeição de que sejam capazes, os homens devem, sem quaisquer das distinções que os dividem, ter uns para com os outros um afeto fraterno, auxiliando-se mutuamente no cumprimento de sua tarefa.”
Com base em obra de N. Aslan. *Inclusão nossa.
Responsável: Loja Maçônica Perseverança – Paranaguá – PR ([email protected])