Seja para ir ao trabalho, seja para explorar as diversas paisagens do litoral do Paraná, o uso da bicicleta é muito comum na região. Em Paranaguá ainda mais, sendo esta uma das suas principais características. No dia 3 de junho se comemora o Dia Mundial da Bicicleta, data aprovada pela Assembleia Geral da ONU, em 2018, através do professor Leszek Sibilski, pesquisador do esporte e das mudanças climáticas.
Com o aumento da necessidade das pessoas em utilizar a bicicleta como meio de transporte em Paranaguá, o município, aos poucos, implantou ciclofaixas e ciclovias com o objetivo de dar mais segurança à população.
Fazer parte do calendário da ONU pode impulsionar o uso das bicicletas como meio de transporte sustentável, além de trazer benefícios para a saúde.
Cicloturismo
O ciclista e empresário Marcos Rosa Filho percorreu, recentemente, 230 km de bicicleta até a região da Área de Proteção Ambiental de Guaratuba (APA), que completou 30 anos em 2022. Ele conta que começou a pedalar na década de 1980, quando criança, no auge do bicicross.
“Depois veio a fase de transição para a vida adulta e vontade de andar de carro, tendo o carro como um motivo para ter assunto com a galera, depois, o período de faculdade, e entrada no mercado de trabalho. Até que, uns 10 anos após ter parado de pedalar na adolescência, retornou a vontade de sair pedalando e nunca mais parei, seja utilizando a atividade como mountain bike, para trabalhar ou em passeio sem destino certo”, disse Marcos.
Ele explicou que também gosta de caminhar e fazer trilhas, mas a bicicleta tem seus benefícios. “Nos trechos de bike a gente se desloca mais em relação a andar e se desloca muito mais devagar do que com o carro. Acredito que haja um meio termo de interação com o meio urbano e de natureza com a atividade de pedalar e o nosso bem-estar”, analisou Marcos.
O litoral do Paraná é pequeno em comparação a outros litorais quando se leva em conta o número de cidades, balneários e praias. No entanto, a Baía de Guaratuba, segundo Marcos, pode ser muito explorada através do cicloturimo.
“A baía de Guaratuba conecta muitas estradas e trechos de terra com centenas de montanhas, cursos de rios, lagoas e serras maravilhosas. Poder pedalar na praia e calçadão na frente do mar e ainda ter um segundo trecho com passagem pela Mata Atlântica também dentro de parques municipais, estaduais e perto de parques nacionais é uma viagem incrível que pode ser feita aos poucos. As estações de primavera e inverno mudam completamente o visual, o que proporciona novas experiências ao longo do ano nos mesmos trajetos de bike”, observou o ciclista.
Para Marcos, a pandemia fez com que muitas pessoas descobrissem a bike como prática esportiva e também como terapia.
“Pedalar é bom para a saúde emocional e a pandemia fez com que muitas academias de condomínios, hotéis e de rua ficassem fechadas. Os praticantes de academia redescobriram que sair de bike, com os devidos cuidados ao trânsito e com as roupas e acessórios adequados, são formas de se manter saudável e ainda interagir com o meio urbano e rural”, destacou Marcos.
Para todas as idades
A personal Daniela Cristina Kleinhans considera a prática do ciclismo como uma atividade muito eficiente para todas as faixas etárias. Em especial, durante a infância, fase que se conhece a bike.
“Na infância andar de bicicleta significa também que elas praticam mais atividade, algo que é benéfico tanto para crianças não muito ativas como para aquelas que não conseguem ficar quietas. O ciclismo reforça o sistema imunitário uma vez que requer estar ao lar livre. Melhora a concentração e muitos outros aspectos”, disse. Além disso, reduz a probabilidade de obesidade, um dos principais problemas que afetam as crianças nas últimas décadas.
Já na vida adulta, pedalar é um exercício que acelera o metabolismo. “Mesmo que você pedale por apenas meia-hora por semana, certamente irá baixar números na balança, o que faz o ciclismo ser um forte auxiliar para o emagrecimento. Melhora a resistência muscular, traz grande melhora cardiorrespiratório e produz bem-estar. Tem como efeito aumentar a endorfina no organismo, um neurotransmissor ligado à sensação de conforto e tranquilidade. No ciclismo, essa sensação ainda ganha resultados maiores, porque a atividade coloca o praticante em contato com a natureza, pessoas e momentos incríveis”, ressaltou Daniela.
O ciclismo também pode ser benéfico para idosos, pois ajuda a retardar certos efeitos do envelhecimento, como a redução da estatura e da flexibilidade, principalmente. “O aperfeiçoamento da noção de equilíbrio, que com a idade fica comprometido é mais uma vantagem atribuída ao esporte, soma-se os benefícios cardiorrespiratório e resistência muscular”, afirmou Daniela.
Antes de sair por aí pedalando, a profissional destaca que é importante utilizar uma bicicleta com o quadro ideal para a estatura e, se a pessoa estiver sedentária, a orientação é fazer um exame preventivo.
O uso da bicicleta como meio de transporte, segundo ela, é muito comum, e se torna uma ótima opção para se manter ativo fisicamente. Além de contribuir para a saúde mental. “Esporte que incentiva a socialização ao convidar os praticantes a passeios e competições, logo, a conhecer pessoas novas, o ciclismo contribui à redução do isolamento social e a depressão. Ainda, mesmo saindo para pedalar só, o prazer de pedalar e estar bem consigo virão junto com o vento na cara e a sensação de liberdade”, afirmou Daniela.
Curiosidades
No mundo todo, países têm investido no uso das bikes para melhoria da mobilidade urbana e redução da emissão de gases poluentes. No Brasil, Fortaleza é um exemplo positivo, com 386 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas.
No entanto, é em uma cidade no Pará que a bicicleta não é só o melhor, mas o único meio de transporte. O município de Afuá, na Ilha de Marajó, é conhecido como a Cidade das Bicicletas. Lá, cerca de 40 mil pessoas se deslocam pedalando pela cidade.
Com informações da Agência Brasil.