Na quinta-feira, 26, a Fundação Oswaldo Cruz divulgou o novo Boletim InfoGripe Fiocruz sobre a situação de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em todo o Brasil, bem como sobre a situação da incidência da Covid-19 entre a população. Segundo as informações técnicas da instituição científica, em todo o Brasil permanece a tendência de aumento do Coronavírus, algo registrado inclusive no Paraná e na capital do Estado, Curitiba.
“Cerca de 48% das ocorrências de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) registradas nas últimas quatro semanas são em função da Covid-19. Em relação aos óbitos por SRAG, 84% das notificações foram relacionadas ao Sars-CoV-2 (Covid-19). A análise é referente à Semana Epidemiológica (SE) 20, período de 15 a 21 de maio”, informa a Fiocruz.
Segundo o coordenador do InfoGripe, o pesquisador Marcelo Gomes, as informações que constam no boletim reforçam a permanência da relação entre a tendência de crescimento de SRAG e o aumento de casos de Covid-19. “Essa propensão vem sendo observada desde a Semana Epidemiológica 17 (de 24 a 30 de abril). A estimativa é de 6,0 [5,3 – 6,9] mil casos de SRAG na SE 20”, completa.
VSR em crianças e Covid-19 entre outras faixas etárias
“Em crianças de zero a 4 anos, continua a predominância do Vírus Sincicial Respiratório (VSR), seguido dos casos de rinovírus, Sars-CoV-2 e metapneumovírus. Nas demais faixas etárias, o Sars-CoV-2 é predominante entre os casos com identificação laboratorial”, informa a fundação, destacando que o Rio Grande do Sul demonstra uma presença de casos positivos da Influenza A em diversas faixas etárias recentemente, com crescimento baixo sinalizado.
Segundo a Fiocruz, nas quatro últimas semanas epidemiológicas, o boletim observou uma prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios que foi de 3,5% para Influenza A; 0,4% para Influenza B; 30,1% para VSR; e 48,1% para Sars-CoV-2. “Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 1,4% para Influenza A; 0% Influenza B; 6,6% para VSR; e 84% para Sars-CoV-2”, detalha.
Paraná
O Paraná, junto a outros 17 Estados do Brasil de 27 unidades federativas, demonstrou sinal de crescimento na tendência de longo prazo, algo que leva em conta os dados das últimas seis semanas. Além do contexto paranaense, constam neste contexto os estados do AC, AL, AM, AP, BA, DF, GO, MG, MT, RJ, RN, RR, RS, SC, SP, SE e TO.
Curitiba, junto a outras 20 capitais do Brasil, também demonstrou sinal de crescimento na tendência de longo prazo. Além da capital paranaense, constam nesta situação Aracaju (SE), Belém (PA), Boa Vista (RR), plano piloto e arredores em Brasília (DF), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN) Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Paulo (SP) e Vitória (ES).
“No total, 23 macrorregiões de saúde encontram-se em nível pré-epidêmico; 16 em nível epidêmico; 68 em nível alto; e 11 em nível muito alto. Nenhuma macrorregião de saúde está em nível extremamente alto”, explica o boletim InfoGripe.
SRAG
No contexto nacional, os casos notificados de SRAG, independentemente de presença de febre, apresentam sinal forte de crescimento nas tendências de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas), com estimativa de 6,0 [5,3 – 6,9] mil casos na SE 20.
“O sinal de crescimento recente está presente em faixas etárias da população adulta”, explica Gomes. “Apenas sete Unidades da Federação apresentam pelo menos uma macrorregião de saúde com nível de casos semanais de SRAG considerado muito alto, somando um total de apenas nove das 118 macrorregiões de saúde do país”, completa a assessoria.
“No que se refere ao ano epidemiológico 2022, já foram notificados 141.808 casos de SRAG, sendo 72.092 (50,8%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 50.753 (35,8%) negativos e ao menos 11.521 (8,1%) aguardando resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial. Dentre os casos positivos do ano corrente, 5,1% são Influenza A; 0,1%, Influenza B; 8,1%, VSR; e 81,5%, Sars-CoV-2”, finaliza a Fiocruz.
Com informações da Fiocruz