No dia 25 de maio é comemorado o Dia Nacional da Adoção. A possibilidade de adotar uma criança e/ou adolescente cria vínculos, amplia e transforma famílias em todo o mundo. São histórias que começam tristes, mas que ganham novos significados através do amor de pais não biológicos.
Em Paranaguá, há uma dessas histórias que mostram o significado da adoção. Rosane de Oliveira da Cruz foi entregue para adoção aos cinco anos. Hoje, ela e o marido Robson Siqueira da Cruz são pais de seis filhos, sendo dois adotivos. Lucas, Milena, Mateus, Rafael, Iara e Eduarda fazem parte dessa grande família.
“Decidimos adotar eu e meu esposo, Robson Siqueira da Cruz, depois que o Conselho Tutelar de Quedas do Iguaçu e a Vara da Infância da cidade nos procurou dizendo que uma criança era minha parente, eu era tia dessa criança. Sua mãe biológica havia dado soda cáustica para a bebê recém-nascida, com apenas 25 dias de vida”, relatou Rosane.
Os órgãos de proteção à criança e ao adolescente daquele município afirmaram que chegaram até Rosane por indicação de outros familiares. “Foi assim que aceitei adotar minha filha Eduarda, com 30 dias de vida. Ela ficou internada no hospital de Cascavel em estado grave, fiquei lá quase um mês, de setembro a outubro de 2015, dentro do hospital, até que ela recebeu alta. Dormia em um albergue e de dia ficava com ela na UTI. Voltamos no dia 6 de outubro de 2015, nos internamos no Hospital Pequeno Príncipe devido à gravidade das queimaduras da soda cáustica e saímos no dia 25 de outubro”, contou Rosane.
Após um ano com a bebê, era necessário criar vínculo, segundo ela, e o pedido de adoção saiu em definitivo somente quatro anos depois, em 2019. “Ela está com seis anos, continua fazendo dilatação do esôfago para poder se alimentar, mas está bem e linda”, afirmou a mãe, orgulhosa da filha.
Dois anos depois da chegada de Eduarda, a família recebeu um convite para ficar ainda maior. “Me ligaram perguntando se eu poderia ficar com Iara, prima da Eduarda, que após a mãe ter morrido, sofreu violência por parte do pai. Então, novamente, aceitei a missão de mudar a vida dessas crianças, assim como mudou a minha. Iara veio com 10 anos, e hoje tem 14. Foi bem tranquila a chegada delas, a Iara foi surpresa, mas todos de casa aguardavam”, disse a mãe.
Adoção no Brasil
A data tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância de adotar e assegurar o direito de crianças e adolescentes à convivência familiar. Segundo dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), do CNJ, há pouco mais de 4,1 mil crianças e adolescentes aptos para adoção. Dessas, a maior parte não está mais na faixa etária da primeira infância: 3.237 têm mais de 6 anos. Apenas 282 são bebês, com menos de 2 anos de idade.