“PESACH” em hebraico significa SALTAR. Na Bíblia Sagrada, mais especificamente, no Antigo Testamento, a palavra é utilizada com o sentido de “passagem”, tendo em vista a realização anual da festa que celebrava a passagem do anjo Yavhe, que exterminou os primogênitos dos egípcios, resultando na libertação dos hebreus do cativeiro imposto pelo Faraó, Ramsés II.
Entre os judeus, o ritual da páscoa consistia, primeiro, no sacrifício do cordeiro pascal, o que simbolizava a morte dos primogênitos egípcios. O sangue do cordeiro imolado era respingado nos portais e caixilhos, para diferenciar as casas dos hebreus, para que não fossem atingidos na noite da libertação. Outra cerimônia era a refeição com ervas amargas e pães azmos (sem levedo) pois os hebreus tiveram que sair às pressas do Egito e não puderam esperar a fermentação da massa. Já as ervas amargas, representam os seus sofrimentos no deserto. A Páscoa Judaica, é celebrada no dia 14 de Nisan, primeiro mês do ano judaico. No dia 1° daquele mês, cada família devia levar um cordeiro ao templo, local onde se dava o sacrifício. Em seguida, as carnes eram assadas e levadas às famílias realizarem sua refeição pascal. Essa cerimônia foi simplificada no ano 70 D.C., pelo desaparecimento do templo, reduzindo-se apenas à refeição familiar.
A páscoa cristã, é uma derivação da páscoa judaica, pois a última Ceia de Jesus Cristo, teria ocorrido durante uma refeição pascal. As referências da cerimônia mudaram, porém, passando a ser a paixão e a ressurreição de Jesus. De acordo com certas tradições, a páscoa deveria ser celebrada no domingo, imediatamente após a lua cheia do equinócio da primavera (Hemisfério Norte). No entanto, o 1° dia dessa lua não é fixo e a comemoração da páscoa, varia entre 21 de março e 26 de abril.
SÔNIA MACHADO
HISTORIADORA E DIRETORA SECRETÁRIA DO IHGP