“E agora no peito nasceu outro fogo,
Que o gelo da morte só pode apagar!
Poeta! Tua Alma é trefega borboleta a revolutear no jardim da fantasia!”
Fernando Amaro de Miranda, nasceu em Paranaguá, no dia 24 de junho de 1831. Viveu a maior parte de sua vida em Morretes. Ficou órfão de pai aos quatro anos de idade. Sua vida não foi das mais suaves. Pelo contrário, muito sofreu. Na juventude, exerceu o trabalho de guarda-livros e de Secretário da Câmara de Morretes. Dotado de fulgurante inteligência, escreveu versos e mais versos. Foi o primeiro a celebrar em rimas as belezas do rincão paranaense. A tudo que escrevia dava vida e calor. Veia romântica pura, no tempo que existiu, possuidor de cultura e arte refinada. Para cada novo amor, acreditava o poeta, só a morte poderia extingui-lo.
Houve na vida de Fernando Amaro um acontecimento que o mergulhou num mundo de aflições: a morte da bem amada. Entretanto, a vida desse grande poeta estava próxima a findar-se. A morte, tantas vezes amaldiçoada, veio trazer-lhe o bálsamo reconfortante à alma sofredora. O desenlace foi imprevisto e rápido, como o extinguir-se de um raio de luz. Canta, cantor do infinito, que, em vida, cantou a beleza e foi o mais terno e apaixonado cantor da mulher, em seus sonhos de moço. O poeta tinha apenas 25 anos de idade, quando no dia 15 de novembro de 1857, na cidade de Morretes, violenta congestão pulmonar pôs termo à sua vida. Uma ilustre figura histórica de Paranaguá, dentre tantas, eminente vulto da poesia, como o foram ou aspiraram ser os do seu tempo, que se chamou FERNANDO AMARO DE MIRANDA, poeta suave e sincero, o primeiro consagrado em terras paranaenses.
SÔNIA MACHADO –
HISTORIADORA E SECRETÁRIA DO IHGP – BIÊNIO 2021-2022
Bibliografia: NICOLAS, MARIA. ALMAS DAS RUAS DE PARANAGUÁ, VOL. 4. CURITIBA, 1964.