De olho no futuro, a Portos do Paraná marcou presença em Valência, na Espanha, para participar do Programa de Transição Energética e Descarbonização de Portos promovido pela Fundación Valenciaport. O curso contou com duas representantes da empresa pública e outros 25 representantes do setor portuário brasileiro, entre eles quatro de Paranaguá, durante a semana de 26 de fevereiro a 1.º de março. Foi a oportunidade de adquirir conhecimento sobre boas práticas e projetos de inovação desenvolvidos pelos espanhóis, em especial envolvendo o hidrogênio verde.
“Esse programa buscou aproximar gestores e especialistas das áreas de meio ambiente e transição energética de ambos os países. Nosso objetivo foi compartilhar o conhecimento das ações realizadas nos últimos cinco anos em Valência em temas como hidrogênio verde nos portos, suprimento de energia em terra, mudança climática, eletrificação de terminais, entre outros”, destacou Jonas Mendes, consultor sênior em Estratégia Portuária da Fundación Valenciaport.
De acordo com a bióloga e analista portuária Andréa Almeida, a discussão da descarbonização está avançada na Europa e é importante que os portos brasileiros se integrem também a este debate.
“Os regulamentos da União Europeia estão cada vez mais rígidos para os portos europeus, eles estão tendo que fazer bastante ações para atender essa parte de descarbonização e é importante ter esse contato com os avanços que estão alcançando.”, apontou.
Dessas discussões, a ideia é trazer o que é possível adaptar e fazer para que os portos paranaenses também se integrem nessas metas de descarbonização.
“Algumas regulamentações da União Europeia vão impactar os portos brasileiros porque os navios que atracarem em lugares que não atenderem a regulamentação deles vão ser sobretaxados na questão do carbono e isso pode impactar no frete dos navios que vão para a Europa”, projetou a coordenadora de Planejamento e Licenciamento da Portos do Paraná Kellyn Carneiro.
Além disso, Kellyn ressalta que a capacitação de gestores nos temas abordados é de relevante importância para o desenvolvimento do Plano de Descarbonização que a Portos do Paraná está desenvolvendo por meio do contrato firmado com a renomada Fundación ValenciaPort, e que depende também diretamente do envolvimento e engajamento das empresas que fazem parte da comunidade portuária.
Durante o programa foram discutidos o uso do hidrogênio verde como combustível em portos, abastecimento elétrico aos navios, planos de descarbonização nos portos, mudanças climáticas e seus impactos nos portos e produção de energias renováveis. A delegação brasileira também teve a oportunidade de fazer visitas técnicas ao Porto de Valência onde viram de perto uma máquina de produção de hidrogênio, dispositivo de detecção de emissões, instalações fotovoltaicas e o terminal eletrificado da MSC.
“É importante a gente estar em contato com essas tecnologias e saber o que pode ser adaptado ao Brasil. Além disso, temos pessoas das mais diversas esferas presentes, como Ministério de Portos e Aeroportos, de outras autoridades portuárias e também de terminais privados discutindo formas de descarbonização. É importante para o País poder fortalecer esse assunto no meio portuário”, analisou Andréa
Comunidade Portuária
Para o gerente de Infraestrutura e Meio Ambiente do Porto Ponta do Félix/FTS, Rhuan Antunes, é crucial a participação neste programa e estratégico para o alinhamento com as tendências globais.
“Este envolvimento evidencia o compromisso do Porto com práticas sustentáveis e competitivas, adotando inovações em energia limpa e redução de emissões. Este cenário colaborativo e de aprendizado mútuo posiciona o Porto Ponta do Félix na linha de frente das iniciativas ambientais responsáveis”, disse.
Na visão do gerente Geral da Fospar, Juliano Rezende, a transição energética e a descarbonização devem ser encaradas como sustentabilidade e competitividade.
“A abordagem da Fundação Valenciaport aliou capacitação e experiências bem sucedidas”, destacou.
Também engajada está a Cargill.
“Estamos amplamente comprometidos em atender a crescente demanda de alimentos no mundo, realizando isso de forma segura e sustentável. No Porto de Paranaguá, temos constantemente fomentado a operação com navios ecológicos, que proporcionam a redução de CO2, entre muitas práticas que contribuem para operações com energia limpa”, disse Weverton Bastos, gerente de Operações da Cargill.
Já o coordenador de Logística da Cotriguaçu, Reinaldo de Oliveira, a participação no programa mostra que Paranaguá está na vanguarda dessa discussão.
“É importante e estratégico para o Porto de Paranaguá estar atento às novas tecnologias globais de energia sustentável e descarbonização, que buscam mitigar o impacto das atividades portuárias na sociedade e meio ambiente”, finalizou.
Fonte: Portos do Paraná
