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Trabalho

Na luta pelo pão nosso de cada dia

Falta de emprego formal faz com que jovens busquem alternativas

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Força, foco e fé. As três palavras, usualmente postadas nas redes sociais para servir de incentivo às pessoas que lutam por um ideal, podem também se adequar perfeitamente a vida do jovem Kelvin Cordeiro, morador no Jardim Esperança e que quase todos os dias sai de casa, até a região do Eldorado, a quase 10 quilômetros de onde mora, para vender pães feitos em casa.

O trabalho, feito de sol a sol ou mesmo debaixo de uma fina garoa, é a forma como ele encontrou para conseguir passar pelo momento de crise no País e garantir seu “ganha pão”. “Tenho 19 anos e nunca trabalhei com carteira assinada. Confesso que se trata de um sonho, mas, neste momento, me parece algo bastante distante. Até que chegue este dia vou fazer o meu trabalho, mesmo que informal, como o melhor possível”, afirmou.

Como os rendimentos do mês ficam dependentes da venda diária dos pães, uma vez que Kelvin fatura 40% do total comercializado no dia (o valor do pão é de R$ 6), não é possível exercer um planejamento financeiro antecipado para aquisições específicas. No entanto, apesar das dificuldades do cotidiano, o jovem parnanguara mantém firme a esperança em Deus para que seu futuro seja sempre o melhor. “É bem verdade que não tenho um trabalho formal, com a carteira assinada, mas sou o tipo de pessoa que prefere agradecer as coisas que Deus me dá a reclamar do que não tenho”, declarou o jovem trabalhador.

Com bom humor e uma boa forma física para pedalar por várias quadras todos os dias, das 13h30 às 17h30, Kelvin garante que os pães são de qualidade e convida a população a experimentá-los. “Tenho percebido que quem compra uma vez volta a fazer a aquisição sempre que passo pela região. Isso me deixa animado, pois é sempre bom saber que estão gostando do nosso trabalho”, observa.

 

REALIDADE NACIONAL

A onda recente de demissões tem empurrado cada vez mais trabalhadores para a informalidade no Brasil, deixando-os mais vulneráveis a uma recessão que já se apresenta como a pior em 25 anos.

Dezenas de milhares de trabalhadores que perderam seus empregos com carteira assinada têm vivido de bicos ou trabalhado como autônomos enquanto procuram uma nova oportunidade. Nesse processo, muitas vezes deixam de contribuir para a Previdência Social e ficam com dificuldades para obter crédito.

O trabalho por conta própria, na maioria dos casos, apresenta rendimento inferior a R$ 1.300 por mês, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

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