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Trabalho

Federação dos Pescadores pede diálogo para manutenção da pesca na Ilha das Cobras

Segundo Edmir da Pesca, Federação possui propostas para uso sustentável da Ilha, com criação de espaço educacional para pescadores e medidas de preservação de animais marinhos em todo o litoral

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Presidente da entidade ressalta que criação de parque estadual será prejudicial para os pescadores 

Na noite de quinta-feira, 19, será realizada uma consulta pública para a possível criação da unidade de conservação do Parque Estadual Ilha das Cobras em Paranaguá, reunião que ocorrerá no auditório da Aciap em Paranaguá e será organizada pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Nesse sentido, o presidente da Federação dos Pescadores do Paraná,  Edmir Manoel Ferreira, o “Edmir da Pesca”, se coloca contra a criação do parque,  pois seria proibida a pesca artesanal no local, algo que, segundo ele, prejudicará milhares de famílias de pescadores artesanais, visto que a ilha concentra um alto número de peixes e mariscos. Ferreira vai além e afirma que a Federação possui propostas sustentáveis para o local e para o aumento do número de animais marinhos nas baías do litoral paranaense.

“Eu não concordo com esta medida. Parques de preservação já existem no litoral, em Guaraqueçaba e Paranaguá, bem como um criado recentemente no Guaraguaçu, em Pontal do Paraná, onde não podemos pescar. A Ilha das Cobras é uma área pesqueira, com muita pescada amarela, vários peixes, camarão, bem como mariscos presentes nas pedras no baixio”, afirma. Segundo ele, a partir do momento em que se criar o parque estadual, a pesca será proibida na Ilha das Cobras. “Queríamos utilizar a Ilha das Cobras para o próprio pescador, para os filhos e mulheres, criando na Ilha, na antiga Casa do Governador, um espaço público do contribuinte, onde temos uma proposta da Federação dos Pescadores e da nossa Colônia para criar uma escola profissionalizante para os filhos dos pescadores do litoral”, completa.

“Não vamos apenas dizer não, temos uma proposta para criar um local ali. Temos projetos para cuidado do meio ambiente, visto que nossas espécies marinhas estão acabando pela falta de consciência ambiental de pessoas que não são pescadores, principalmente nos mangues com sujeira e recolhendo irregularmente os caranguejos. Respeitamos as leis, as malhas, os tamanhos de peixes que devem ser pescados, utilizamos de forma sustentável o meio ambiente”, afirma. “As nossas colônias são organizadas junto com a Federação. A natureza está desgastada, inclusive com acidentes ambientais antigos. Nosso litoral, as nossas baías, que são berçários dos animais marinhos, estão sendo exploradas. Os manguezais precisam ser preservados. Queremos colaborar nesse sentido, mas o governo tem que nos ouvir”, afirma Ferreira. 

“Temos um projeto e estamos procurando parceiros, para que possamos repor alevinos no litoral. Queremos fazer alguma coisa. Não há ninguém melhor do que nós, que estamos no dia a dia no mar, para saber as dificuldades ambientais do litoral”, ressalta Ferreira. “O peixe em alto-mar e nas baías está acabando, isso acontece porque estão acabando com nossos manguezais”, complementa.

Segundo Edmir Ferreira, os cerca de nove mil pescadores que a Federação representa são importantes para a região, não só na questão de pescados e frutos do mar oferecidos à população, como também movimentando a economia local e as festividades. “Por isso, a pessoa mais interessada em um mar limpo e o meio ambiente equilibrado e preservado somos nós, pescadores. Nossos pequenos pescadores artesanais precisam ser cuidados, é o sustento deles e eles são parte da cultura do nosso litoral”, finaliza.

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