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Polícia

Justiça aceita denúncia contra delegado acusado de corrupção ativa com rede de tráfico de drogas

Vara Criminal de Ibaiti, no norte do Paraná, aceitou denúncia contra o delegado da Polícia Civil de Matinhos, Max Dias Lemos

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Na quarta-feira, 7, a Vara Criminal de Ibaiti, no norte do Paraná, aceitou denúncia contra o delegado da Polícia Civil de Matinhos, Max Dias Lemos, que teve presão preventiva decratada no último dia 29 de janeiro pela Operação Atrox, por meio da Operação Atrox, realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a 2.ª Promotoria de Justiça de Ibaiti do Ministério Público do Paraná (MPPR). De acordo com a denúncia do MPPR, o delegado foi acusado de soltar, após pagamento de propina, dois presos investigados por tráfico de drogas e outros crimes.

De acordo com a investigação da Promotoria e denúncia aceita pela Vara Criminal de Ibaiti, ele irá responder por crimes de corrupção passiva majorada, abuso de autoridade e falsificação de documento público. A denúncia foi aceita pela juíza de Direito, dra. Fabiaba Christina Ferrari, de Ibaiti, que considerou haver indícios suficientes de autoria do delegado para torná-lo réu no caso. Com isso, ficou mantida a prisão preventiva de Lemos, bem como de outros três homens envolvidos no caso, entre eles um traficante interestadual. A defesa de Lemos deverá se posicionar oficialmente no caso no decorrer do processo. 

O MPPR afirma ter realizado intensa investigação durante oito meses, algo que começou com um monitoramento de um indivíduo de Ibaiti, que era suspeito de ser traficante e líder de uma organização criminosa no Paraná. Durante a investigação, o MPPR afirma ter descoberto que um policial militar, junto com outro homem de Ibaiti, teriam ido até Matinhos para levar drogas ao líder da facção. Neste momento, os dois indivíduos foram presos em flagrante. 

Após isso, os dois homens teriam ficado apenas uma noite na Delegacia de Matinhos, sendo soltos ilegalmente por suspeita de terem pago propina para o delegado Max Lemos. No mesmo dia, o traficante, que aguardava o envio da droga que foi frustado, conseguiu fugir, no entanto dias depois acabou sendo preso em Londrina, no norte do Paraná. 

Delegado pode perder cargo 

Em nota, a assessoria de comunicação da Polícia Civil do Paraná, informa que, o Departamento da Polícia Civil, por meio da Corregedoria Geral da Polícia Civil (CGPC), deu apoio ao Gaeco no cumprimento de mandado de prisão preventiva contra o delegado Max Dias Lemos, que está lotado na Delegacia de Matinhos, e responde pelas suspeitas de crime de corrupção passiva, com investigação feita em Ibaiti, no norte do Paraná.

“Os policiais também cumpriram mandados de busca e apreensão na Delegacia de Matinhos e na residência do delegado investigado, onde foram encontradas porções de cocaína, motivo pelo qual também será autuado”, afirma a nota. 

Ainda segundo a Polícia Civil, o delegado foi encaminhado ao Centro de Triagem (CT) de Curitiba, onde está à disposição da Justiça. “Em paralelo a isso, será instaurado um processo administrativo pela Corregedoria Geral da Polícia Civil (CGPC), para apurar a conduta do servidor. Se comprovadas irregularidades, o delegado estará sujeito a pena de demissão do cargo. A direção da Polícia Civil enfatiza que qualquer ato em desconformidade com as regras de conduta contidas nas leis e no estatuto da Polícia Civil será rigorosamente apurado”, finaliza a nota.

Associação dos Delegados

A Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná (Adepol – PR) afirmou em nota que acompanhou desde o início a Operação Atrox, que resultou em cumprimento de mandados de busca e apreensão em Matinhos, bem como na prisão do delegado Max Dias Lemos, entre outros suspeitos.

“Os advogados do Departamento Jurídico da Adepol estão tendo ciência da situação e já estão tomando as providências cabíveis a fim de garantir ao associado (imputado) seus direitos Constitucionais e defender a busca da verdade real no caso. Descortinados os fatos com acesso às peças do Processo, serão feitos à imprensa e à sociedade um pronunciamento detalhado. A entidade de classe, até que se prove o contrário, defende a inocência do delegado, até porque em outros episódios dessa natureza, a Justiça em foro liminar TJ-PR anulou os decretos de prisão expedidos, por ausência de justa causa”, destaca a nota. 
 

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