Na tarde de quinta-feira, 16, às 14h, Aldou Khadar Gueye, senegalês de 23 anos que morava em Maringá e estava trabalhando como comerciante em Paranaguá, acabou sendo uma vítima fatal de afogamento no Trapiche do Rocio. No início da tarde, no horário para almoço, o comerciante resolveu tomar banho na Baía de Paranaguá junto a um amigo, porém demonstrou dificuldades para nadar e veio a se afogar, apesar das tentativas de socorro do colega e da atuação do Corpo de Bombeiros. A vítima acabou falecendo no próprio trapiche, sendo que no mesmo momento dezenas de pessoas se banhavam na região, a qual não é própria para banho, segundo o Corpo de Bombeiros.
O comerciante Leandro Nascimento dos Santos, de São José dos Pinhais, que também trabalha no comércio da Festa do Rocio, no Parque de Diversões, afirmou que quando Aldou entrou na água ele estava sozinho no trapiche, sem outros banhistas, sendo que ele chegou posteriormente quando o senegalês já estava se afogando.
"Foi uma desgraça. Só estávamos nós. Tentei puxar ele com meu braço, mas não deu, ele era muito pesado e grande. Ele afundou e sumiu. Tentei procurar mergulhando, não achei mais. Só voltou depois quando os bombeiros vieram e encontraram ele já afundado na baía. Se estivéssemos em mais gente poderíamos ter salvado ele", destaca, ressaltando a necessidade de um posto de Guarda-Vidas no local, que conta com um número alto de banhistas, apesar de não ser próprio para banho.
IML recolheu o corpo, que foi identificado por amigos e um familiar
TENTATIVA DE REANIMAR O SENEGALÊS
"Fizemos uma hora de tentativa de massagem cardiorrespiratória. Um trabalho intenso do Corpo dos Bombeiros junto ao SAMU, mas infelizmente não foi possível reverter o quadro", afirma o tenente Thiago, do Corpo dos Bombeiros. Segundo o tenente, o local do Trapiche do Rocio não é próprio para banho.
"Apesar de ter uma área de areia, a área de baía abruptamente aumenta a profundidade ao banhista. Quem não souber nadar certamente se desespera”, explica, correndo o risco de se afogar pela profundidade.
Segundo o subcomandante da Guarda Civil Municipal (GCM), Vieira, que estava com a unidade móvel da GCM na Festa do Rocio, a equipe foi acionada pelo amigo que tentou salvar o senegalês e por outras pessoas que perceberam o afogamento.
"O amigo dele nos procurou. Eles estavam no intervalo para alimentação. Decidiram tomar um banho para se refrescar. E foi neste momento que ocorreu esta fatalidade. Houve também dificuldade devido ao idioma, visto que os amigos deles que também são do Senegal não conseguiam se comunicar com as equipes em português”, explica, demonstrando que apesar disso o Corpo de Bombeiros foi prontamente acionado pela GCM e veio rápido ao local.
“Toda a área ficou isolada para a chegada do IML”, explica, algo que ocorreu por volta das 16h. “Amigos forneceram a identificação do comerciante, sendo que um familiar veio ao encontro das autoridades para dar informações", finaliza.
Área do Rocio não é própria para banho, mas mesmo assim número de banhistas é constante em dias mais quentes