Sustentabilidade indígena e comunitária é um dos focos da Semana

Iniciada na segunda-feira, 4, a 13.ª Semana do Meio Ambiente, que acontece diariamente no Aeroparque até o fim de semana, organizada pela Prefeitura de Paranaguá, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), dá oportunidade em seus estandes de valorizar a produção sustentável de produtos das comunidades indígenas de Paranaguá e de moradores em inúmeros bairros do município. Com produção totalmente sustentável, seja com itens artesanais da cultura dos índios guarani mbyá da Ilha da Cotinga, ou através da reciclagem e sustentabilidade por meio de produtos dos moradores em bairros da União Municipal das Associações de Moradores de Paranaguá (Umamp), o objetivo é valorizar o respeito ao meio ambiente local.

O evento neste ano conta com o tema “Cuidar da vida é da nossa natureza”, e abre suas portas para a população diariamente às 9h, com programação durante todo o dia. Há várias exposições, apresentações artísticas e palestras, através de órgãos públicos municipais e estaduais, empresas e entidades representativas. 

Juliana Kerexu Mariano, da etnia guarani mbyá da Ilha da Cotinga, do estande dos “Povos Indígenas”, afirma que o evento dá oportunidade de demonstrar produtos fabricados por cerca de 16 famílias indígenas de Paranaguá. “Sempre participamos de feiras. É uma maneira de demonstrar a nossa arte e cultura, com as peças que fazemos com madeira reaproveitada, colares e cestaria, tudo feito de forma sustentável, tirando obra-prima de uma forma que o meio se recupere o mais rápido possível”, explica, destacando que a maior fonte de renda da aldeia é o artesanato. 

Juliana Kerexu Mariano, da etnia guarani mbyá da Ilha da Cotinga, reforça importância da cultura indígena exposta em estande da feira e entende meio ambiente como “parte de nós”

Juliana ainda explica que em Paranaguá e no litoral do Paraná não há muita procura pelos produtos e falta visibilidade para a cultura indígena, sendo que os itens são mais vendidos em Curitiba e em Florianópolis ou Balneário Camboriú, em Santa Catarina, ou seja, longe de casa.

“Convidamos as pessoas também a virem na aldeia na Ilha da Cotinga comprar os produtos ou vir aqui na feira. Há produtos de R$ 10,00 até R$ 800,00, algo totalmente artesanal e que mostra a cultura indígena brasileira”, comenta. Por fim, ela diz que entende o meio ambiente não como algo abstrato, mas sim que para os indígenas ele é “parte de nós, não nos diferenciamos dele, apenas fazemos parte de tudo isso, se não cuidamos da natureza, não estamos cuidando de nós mesmos”, finaliza.

PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL 

O espaço da Umamp na 13.ª Feira do Meio Ambiente conta com uma exposição de produtos recicláveis fabricados por moradores em inúmeros bairros de Paranaguá, por meio de suas associações de moradores. “Esta iniciativa é uma parceria que temos com a Semma e prefeitura. É o terceiro ano que participamos com eles. Ano passado, realizamos uma gincana com eles e este ano focamos em uma exposição de produtos sustentáveis produzidos nos bairros de Paranaguá com foco na reciclagem”, ressalta Paulo Sérgio de Carvalho, vice-presidente da Umamp. Ele ainda afirma que a produção é feita com a coleta seletiva realizada nos bairros pela prefeitura.

“O foco é uma demonstração de união dos presidentes de associações de moradores dos bairros, que estão diariamente se revezando aqui no estande. A reciclagem e o respeito ao meio ambiente possuem relação direta com o futuro do mundo”, completa Paulo de Carvalho. O vice-presidente ainda cita a necessidade de mais políticas públicas em prol da educação ambiental nos bairros. “O que falta para Paranaguá melhorar é um maior respeito à educação ambiental”, finaliza. 

Paulo Sérgio de Carvalho, vice-presidente da Umamp, ressalta que associações de inúmeros bairros estão expondo produtos feitos com itens recicláveis da coleta seletiva em Paranaguá