Em 2014, o Brasil começou a dar os sinais mais evidentes daquela que se tornaria a maior crise econômica de sua história. Desde então não temos muitas razões para comemorar o Dia do Trabalho, já que nesse período o País quebrou recordes de desemprego, com mais de 14 milhões de pessoas sem trabalho.
Houve uma pequena melhora no último ano e, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos três primeiros meses de 2018 foram contabilizados aproximadamente 13,7 milhões de pessoas sem trabalho. O número assustador mostra a dificuldade de recuperação que o País enfrenta, uma vez que é inviável pensar em desenvolvimento com desemprego.
Infelizmente esse é o verdadeiro legado do intervencionismo e irresponsabilidade econômica da gestão petista, que deteriorou as contas fiscais e eliminou a credibilidade do País junto ao mercado estrangeiro, atestado pelos seguidos rebaixamentos do Brasil pelas maiores agências de classificação de risco do mundo. O que restou foram crescentes dívidas públicas, desemprego e fracasso na implantação de reformas legislativas necessárias para melhorar o desempenho estrutural das finanças públicas.
Mesmo com o cenário desolador que o Brasil vive, ainda é possível encontrar em alguns Estados exemplos de como é possível superar as adversidades e estimular o necessário crescimento econômico. Nesse sentido, o Paraná volta a se destacar por apresentar uma realidade distinta do País, com crescimento econômico, geração de emprego e reconhecimento internacional.
Apesar de termos apenas a sexta maior população, desde 2011 o Paraná foi responsável por 10,8% do total de empregos formais gerados no País, sendo o terceiro Estado que mais criou vagas, conforme aponta o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). Tão importante quanto isso é perceber que essas vagas foram distribuídas em todo o nosso território, com aproximadamente 90% sendo no interior.
São diversas iniciativas que contribuíram para esse resultado, como a criação da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), que ajudou a abrir novos mercados para a carne paranaense; a atenção ao salário mínimo regional, que é o maior do Brasil e beneficia cerca de 1,5 milhão de trabalhadores; captação de aproximadamente R$ 42 bilhões de investimentos por meio do Paraná Competitivo, entre outros.
Responsabilidade fiscal, investimentos estruturais, programas eficazes, atenção ao agronegócio e segurança jurídica fizeram o Paraná seguir na contramão do resto do País, gerando empregos, mantendo sua capacidade de investimento e apresentando um crescimento de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017, mais que o dobro do Brasil. Ações que trouxeram retorno concreto para a população e reconhecimento de diferentes instituições.
De 2010 a 2017 o Paraná saltou da quinta para a segunda posição entre os Estados mais competitivos do Brasil de acordo com a revista The Economist. Já a agência de classificação de risco Fitch, uma das três mais importantes do mundo no segmento, manteve o rating nacional do Paraná em AA+ (bra), o que deixa o Estado com a melhor nota entre as unidades avaliadas pela instituição no Brasil e apenas um nível abaixo de AAA, nota máxima possível.
Apesar de ainda enfrentarmos os reflexos da crise que assolou o País e gerou recorde de desemprego, o Paraná mostra que é possível trilhar um caminho de credibilidade econômica, atração de investimentos e fortalecimento do mercado, essenciais para o desenvolvimento e geração de empregos que o País tanto precisa.
Marcello Richa é presidente do Instituto Teotônio Vilela do Paraná (ITV-PR)