ANTONIO FRANCISCO LISBOA – o Aleijadinho, nasceu em Ouro Preto, Minas Gerais, em 29 de agosto de 1730. Era filho de Manuel Francisco da Costa Lisboa (arquiteto português) e de uma humilde escrava que atendia pelo nome de Izabel – esta fora liberta por ocasião do batizado da criança. Teve dois outros irmãos da mesma mãe e um irmão oriundo do legítimo casamento do seu pai – o Padre Feliz Antonio Lisboa.
Não há registro documental afirmando ter sido Antonio Francisco Lisboa Iniciado Maçom (essas coisas aliás, à época, não se divulgavam). Segundo o Irmão Luiz Gonzaga da Rocha, membro efetivo e fundador da Loja “Aleijadinho nº 24, em Brasília, não se alimenta nenhuma dúvida a esse respeito, e se não o foi, não desmerece o preito de gratidão que lhe presta a Loja Maçônica “Antonio Francisco Lisboa”.
Os 12 profetas esculpidos por Aleijadinho na Basílica do Senhor Bom Jesus do Matosinhos, em Congonhas, na região Central de Minas, estão lá – estáticos – há mais de 200 anos. Apesar do tempo transcorrido, há quem enxergue ainda hoje, na pedra-sabão, imagens curiosas que levam a crer em outras intenções (além das que já foram amplamente estudadas) do mestre do barroco Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1737-1814).
O fotógrafo de Congonhas Sandoval Souza Pinto Filho é frequentador contumaz do adro da basílica e busca, quase diariamente, luzes e ângulos distintos para registrar os profetas. Em uma foto inusitada, com a ajuda de uma escada, fotografou o leão ao pé do profeta Daniel, como se o bicho fizesse uma selfie. “Quando olhei a foto fiquei impressionado, pois o rosto do leão parecia com o de uma pessoa e a mão do profeta também poderia ser a mão dessa pessoa”, explica Sandoval, que além de fotógrafo é diretor de Meio Ambiente da União das Associações Comunitárias de Congonhas (Unacon) e membro da Academia de Ciências, Letras e Artes de Congonhas (Aclac).
A maior das lições que o Aleijadinho nos legou foi, sem dúvida, a de ter perseverado nos seus trabalhos, mesmo depois de atacado pela enfermidade, mesmo aleijado, mesmo como deficiente físico, mesmo quando tinha que ser conduzido para o local de trabalho, de ter, para trabalhar, que adaptar os ferros e o macete às mãos imperfeitas, e lá está ele, esculpindo paredes, talhando a pedra, moldando a madeira e demonstrando coragem e persistência, quando, a exemplo do que se vê hoje e com toda certeza se via à época, seria muito mais fácil desistir e viver à custa da caridade pública.
Esta perseverança no trabalho, apesar de suas deficiências físicas, essa tenacidade e quase obstinação em realizar seus trabalhos, lutando com tamanhas dificuldades, foi, indubitavelmente, a maior das lições que nos legou o ALEIJADINHO e que nós temos como obrigação ensinar às gerações de hoje e do amanhã.
Yassin Taha
Deputado Federal GOB