A região da Serra do Mar sempre se destacou no contexto histórico paranaense. Quando a ocupação do território passou a se expandir do sentido leste – oeste, do litoral ao planalto, os exploradores orientavam-se por trilhas indígenas e navegando pelos principais rios das bacias hidrográficas, e o grande desafio foi vencer o gigantesco maciço da Serra do Mar, coberta pela Mata Atlântica.
Como um paredão marginal à costa do Brasil, a Serra do Mar desce do Espírito Santo até o Sul de Santa Catarina. Sua origem remonta à separação dos continentes americano e africano. No Paraná possui várias denominações locais: Capivari Grande, Virgem Maria, Ibitiraquire, Baitaca, Graciosa, Marumbi e Prata (IAP, 2006).
A proteção das encostas e vegetação, além da preservação da paisagem natural é também proteção indireta das bacias hidrográficas. Alguns rios que possuem nascentes ou seus afluentes na serra: Ipiranga, Mãe Catira, São João, Marumbi, do Pinto, Sagrado, Saquarema, e estes formam a bacia hidrográfica do Rio Nhundiaquara. Foram criadas nesta região as Unidades de Conservação: AEIT – Área Especial de Interesse Turístico do Marumbi (1984), Parque Estadual Serra da Baitaca (2002), Parque Estadual Pico do Marumbi (1990), Parque Estadual do Pau Oco (1994), Parque Estadual da Graciosa (1990), Parque Estadual Roberto Ribas Lange (1994) e Parque Estadual Pico Paraná (2002).
A Serra do Mar reúne grande valor histórico e simbólico. Em 1984 foi tombada pelo Governo do Paraná. A Constituição de 1988 a tornou patrimônio nacional e, em 1991 passou a integrar a Reserva da Biosfera Vale do Ribeira – Serra da Graciosa, instituída pela UNESCO (IAP, 2006).
Segundo o ambientalista Roberto Ribas Lange, ela “faz parte do ser paranaense. É força viva no processo de nossa formação histórica. Molda nossa geografia (…) e nossa identidade cultural paranista”.
Carla Cristina Tonetti Zaleski
Diretora de Geografia – IHGP