conecte-se conosco

Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

Lavadeiras, costureiras e lavradoras: Um vislumbre das mulheres da vila de Paranaguá

Quais as ocupações exercidas por mulheres da Vila de Paranaguá no início do século XIX? Existiam mulheres chefes de domicílio?

Publicado

em

Quais as ocupações exercidas por mulheres da Vila de Paranaguá no início do século XIX? Existiam mulheres chefes de domicílio? Em quais condições viviam? As questões apontadas, apesar de não terem uma resposta simples, servem como ponto de partida para este texto que tem como objetivo iluminar o cotidiano das mulheres que viviam na vila de Paranaguá no início do século XIX. Nossa viagem no tempo começa pela leitura das informações manuscritas encontradas nos maços de população da Vila de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá. No ano de 1817, a vila de Paranaguá possuía 5677 habitantes, desses, 2965 eram mulheres. Nos maços, cada domicílio ou utilizando a expressão da época cada “fogo”, era identificado com seu respectivo chefe, seu estado, naturalidade, número de filhos, agregados, número de escravos e suas ocupações. Muitos dos domicílios eram chefiados por mulheres e, olhando atentamente as informações, constata-se que a grande maioria das mulheres eram viúvas e libertas. Essas mulheres lavavam e costuravam para sustentar as suas casas. Além de mulheres brancas, muitas libertas, escravas alforriadas, também sustentavam o domicílio lavando, costurando, engomando, fazendo renda e quitanda. No espaço que compreendia o centro urbano da cidade até o seu Rocio Grande, as ocupações de mulheres brancas viúvas e libertas era, sobretudo, a de lavar e costurar.  Conforme se distanciava do centro, a ocupação exercida pelas mulheres era de lavrar a terra. Muitas libertas plantavam mandioca para sustentar as suas famílias. Além de plantar, também extraiam e comercializavam o Imbé, planta utilizada para fazer cordas e que eram vendidas na vila, mas também destinadas a outras praças comerciais. Essas ocupações realizadas pela população feminina revelam traços de uma época, revelam a força e determinação de mulheres que, mesmo em condições difíceis, conseguiam manter as suas casas, sustentar seus filhos, netos, e no caso de muitas escravas comprar a sua liberdade.

 

Priscila Onório Figueira

Membro da Diretoria do IHGP

Biênio 2019-2020

Continuar lendo
Publicidade










Em alta

plugins premium WordPress