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Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

Colônia Japonesa em Cacatu

As localidades de Cachoeira e Cacatu em Antonina registraram a presença de japoneses em 1915.

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Na Coluna do IHGP de março foi publicado que Vicente Nascimento Junior foi residir em Antonina e, como Secretário de Agricultura naquele município, acompanhou a instalação da Colônia Japonesa em Cacatu.

As localidades de Cachoeira e Cacatu em Antonina registraram a presença de japoneses em 1915.

Os imigrantes japoneses trabalhavam como empregados em fazendas realizando serviços braçais, com o sonho de juntar dinheiro, comprar terras e tocar lavouras por conta própria num futuro próximo. A possibilidade de se tornarem proprietários de terras era a grande esperança de progredirem.

Em 1917 foi iniciada a Colônia Cacatu, a primeira fundada por japoneses no Paraná. Os irmãos Jingoro e Missaku Hara compraram 200 alqueires e Mokichi Yassumoto comprou 50 alqueires. Com a necessidade de mão de obra para cultivo, resolveram trazer colonos do Japão.

Os relatos contam que o início da vida na Colônia Cacatu foi marcado por sacrifícios: maleita, falta de escolas e dificuldade de comunicação. Plantava-se arroz, banana, cana de açúcar, café. Para ir à cidade de Antonina, levavam aproximadamente duas horas para percorrer a distância com o único meio de transporte, a canoa.

Em 1928 o Prefeito Soares Gomes sancionou uma lei para isentar de impostos municipais uma empresa de “bananas passadas” durante o prazo de cinco anos, onde consta que foi registrada e publicada em 08/11/1928 pela Secretaria da Prefeitura de Antonina e tendo como Diretor Secretário o Sr. Vicente Nascimento Junior.

No início da década de 1930 a Colônia Cacatu apresentava um grande crescimento, com lavoura de cana de açúcar e fabricação de pinga, com trabalhadores japoneses e nativos locais. Havia escola, armazém de secos e molhados, várias casas e na escola primária também havia curso de língua japonesa. A Segunda Guerra Mundial influenciou na desestruturação da colônia, quando os imigrantes japoneses tiveram que abandonar o litoral.

Diante de um mundo diferente e desconhecido, os imigrantes com suas ansiedades, lutas e coragem, transferem para o presente uma bagagem de experiências. Eles e seus descendentes construíram e mantém seu espaço no contexto social, atualmente com organizações que revelam sua visão de mundo e da etnia, abertos à comunidade.

Ryu Mizuno, um dos japoneses pioneiros no Brasil, relata em seu diário: “É fundamental amar a terra escolhida para emigrar; e, é ato de supremo amor, não abandoná-la, fixando-se nela.”

 

Carla Cristina Tonetti Zaleski – Diretora de Geografia – IHGP

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