Fábio Campana
Fabio Campana
O depoimento do empreiteiro Marcelo Odebrecht ao Tribunal Superior Eleitoral haverá de ter oferecido fundamentos…
Odebrecht fala
O depoimento do empreiteiro Marcelo Odebrecht ao Tribunal Superior Eleitoral haverá de ter oferecido fundamentos para que se mantenham, ou mesmo se reforcem, as suspeitas de irregularidade nas contas da chapa que reuniu Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) nas eleições de 2014. O segredo de Justiça impede que se saiba o teor completo do relato de Odebrecht. O que veio à tona até o momento é suficiente, contudo, para manter em situação difícil tanto Temer e alguns de seus assessores quanto a ex-presidente Dilma e membros de seu partido.
Confirma-se, por exemplo, a realização de jantar no Palácio do Jaburu, durante a campanha eleitoral, no qual Temer e o empresário conversaram sobre contribuições ao PMDB. Teriam sido R$ 10 milhões, dos quais R$ 4 milhões diretamente ao hoje ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Boa parte da doação, ao que indica o depoimento, deve ter se dado na forma de caixa dois, sem o devido registro contábil. Fala-se de somas ainda maiores destinadas, também de forma irregular, ao PT.
Sem noção
Em reação ao depoimento de Marcelo Odebrecht à Justiça Eleitoral, Dilma Rousseff chamou de mentiroso o ex-provedor de suas campanhas. Em um instante em que até João Santana e sua mulher Monica Moura já confessaram que receberam em contas secretas no exterior verbas sujas da Odebrecht por serviços prestados ao petismo, a beneficiária dos serviços do casal do marketing reiterou o mantra: todas as doações a suas campanhas foram feitas dentro da lei e aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral. É como se Dilma não tivesse percebido que a Justiça Eleitoral está justamente auditando os números que havia aprovado para não fazer o papel de lavanderia oficial.
Pelo ralo
Bastou chover um pouco mais que o esperado e parte da supersafra brasileira de soja corre o risco de “micar” no País sem conseguir chegar aos portos. Ela está encalhada nos 100 km não asfaltados da BR-163, a rodovia que é hoje a principal ligação entre uma grande zona produtora do grão, no Mato Grosso, e os portos do Norte do País.
Violência contra a mulher
O Paraná registra 62 casos de violência física ou moral contra a mulher por dia, o que dá uma média de cinco casos a cada duas horas ou ainda um caso a cada 24 minutos. É o que revela levantamento inédito feito pelo Bem Paraná com base nas informações de fatos noticiados ao Ministério Público do Paraná (MP-PR). Ao todo, foram 12.329 registros em pouco mais de seis meses. Março é um mês de reflexão, por causa do dia 8, Dia Internacional da Mulher.
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