Quem saboreia os tradicionais pastéis do Kubo, os mais antigos, no Mercado do Café, nem imagina a história que existe por trás da iguaria. A família está na quarta geração e não esconde o segredo do sucesso.
O próprio neto dos fundadores da pastelaria, Sérgio Kubo, ressalta, com modéstia, que não tem segredo. “Hoje é a máquina que faz a massa, mas temos o cuidado de deixar no ponto certo. São vários detalhes, que iniciam desde os ingredientes, a maneira como a massa é passada na máquina, o recheio e também na hora de fritar”, explica.
Ou seja, apesar da modernidade ter possibilitado a introdução da máquina, a matéria-prima ainda é a mesma. Talvez esse seja o diferencial do sabor que tem conquistado milhares de paladares ao longo de 70 anos.
O sabor foi criado pelo avô Kunimi Kubo (falecido no ano 2000) e avó Kimio Kubo, que hoje está com 96 anos. “Eles vieram do Japão. A ideia era trabalhar com pesca, mas isso acabou não dando certo e, em 1950, meu avô começou a trabalhar aqui no mercado, no mesmo local que estamos hoje, só que era um espaço muito menor. Ele alugou e começou a fazer pastel. Com o tempo adquiriu a outra parte”, recorda.
Sérgio Kubo, que hoje administra a pastelaria, está na terceira geração e seus filhos representam a quarta geração. “Naquela época, tudo era diferente. A começar pelo próprio mercado que comercializava também artesanato”, relata.
Uma das curiosidades citadas é em relação aos turistas, que passavam pelo local antes do período da pandemia. “Alguns visitantes chegam a comentar, impressionados, que o sabor é o mesmo, sempre que passam pela cidade, em intervalos de até dez anos. Isso nós não podemos mudar”, destaca.
Pandemia
Pela primeira vez em todos esses anos, a família Kubo atravessa uma pandemia. As vendas chegaram a cair até 60%. “Ninguém estava preparado para isso, foi uma mudança muito grande. Nossas vendas caíram, mas não pararam”, ressaltou Kubo, reforçando que a tradição parnanguara se mantém e vem buscando contornar os obstáculos do momento. O Kubo trabalha com 4 tipos de pastéis: de carne moída (que representa a metade das vendas) e também de banana, queijo e palmito.