Seja parnanguara de nascença ou de coração, bem como visitante ou turista, quem degusta o cachorro-quente de Paranaguá jamais esquece da iguaria e passa a defender sua qualidade com paixão, inclusive com muitos falando que o “hot dog” daqui é o melhor do Paraná, do Brasil e do mundo. Há quem vai embora, mas volta sempre pode para comer esta que é uma das comidas de ruas mais tradicionais do País. Os diferenciais do cachorro-quente possuem relação direta com a gastronomia de rua ou lanchonetes da Cidade-Mãe do Paraná. Desta forma, a Folha do Litoral News realizou um roteiro gastronômico por empreendedores conhecidos que comercializam o prato há décadas no município, com a intenção de apurar os diferenciais de cada um, a tradição de anos na relação com clientes e famílias, bem como a relação íntima do “cachorro” com a sociedade parnanguara.
Dieine
“Falam que o meu diferencial é a maionese que é caseira e a farofinha que á caseira de bacon. Eu acho que o que atraiu os clientes foi a simplicidade e o atendimento, pois procuramos atender bem, independente do que aconteça, as pessoas não têm nada a ver com a vida da gente e temos que sempre atender bem os clientes e eu espero que estejam gostando”, afirma Dieine Maria de Paula Godoy, empreendedora da “Dieine Hot Dog”, que atua há 25 anos com cachorro-quente em Paranaguá. “Há clientes com filhos pequenos que vinham de bicicletinha aqui e hoje são casados, contam com seus filhos, e ainda vem aqui. É bem legal de ver”, completa.
Sobre o fato de classificarem Paranaguá como a cidade do cachorro-quente, ela destaca que concorda com o “título” concedido. “Concordo, pois há muitas pessoas que saem daqui e voltam com saudade do nosso cachorro-quente. Do nosso jeitinho é só aqui que tem. Eu quero dizer parabéns para a cidade de Paranaguá pelo seu aniversário. Que cada um seja abençoado, tenho certeza que nossa cidade é abençoada por Deus e eu espero vocês aqui na Dieine, na rua Alípio dos Santos, 640, na Raia”, frisa Dieine.
Celio´s
Célio Gomes da Silva, proprietário do Celio’s Hot Lanches, destaca que o seu cachorro-quente é diferenciado e único devido a uma série de fatores. “Devido ao meu atendimento rápido, os funcionários que eu tenho para atender, visto que muitos não têm. Priorizamos muito a qualidade da matéria-prima com tudo de primeira, bons produtos, bem como higiene que é muito boa”, destaca. “Temos clientes aqui de várias gerações familiares. Já veio nenê aqui, cresceu, tem filho e netos, e ainda vem aqui. Há alguns que vão embora, voltam e falam que estão doidos para comer o lanche do Celio´s, isso é muito legal”, destaca.
“Eu acho que o cachorro-quente de Paranaguá é o melhor do mundo. Não tem lugar que existe como o daqui e não é porque eu vendo, é porque não tem mesmo, qualquer um que for para o exterior você pode perguntar que ele vai falar que igual de Paranaguá não tem, especialmente igual o do Celio´s, né?”, frisa Célio. “Essa tradição é do parnanguara. Inclusive, as duas vinas que falam que existe em Curitiba, é tudo de gente de Paranaguá que foi para lá”, destaca. “Quem não conhece o Celio´s está perdendo tempo e sabor, porque aqui é muito bom”, afirma.
“Desejo felicidades a todos os parnanguaras nesse aniversário do município, desejo que todos tenham a consciência de deixar a cidade limpa, igual em algumas de Santa Catarina, pedindo também aos políticos que atuem nesse sentido, pelo menos para colocarem a lixeira para dar a chance de destinação correta. Deixando a cidade limpa, quem vir de fora não vai ter o que falar mal de Paranaguá. A nossa cidade é linda e abençoada por Deus, ela merece. Eu adotei ela, sou parnanguara de coração, não de nascimento. Nunca pretendo sair daqui”, finaliza.
Alfrely
“Eu acho que quando eu comecei a trabalhar com isso em 1992, eu tive uma grande escola. Trabalhei na companhia de cigarros Souza Cruz durante seis anos, onde tinham dois gerentes e quatro supervisores em cima para atendimento do cliente com qualidade, então peguei um pouco daquilo e coloquei no meu negócio quando comecei, algo que passei para o meu filho na época, reforçando o foco em qualidade, atendimento bom e asseio em tudo. Graças a Deus deu certo e estamos aqui até hoje”, ressalta Alfrely Tadeu Veiga, empreendedor do “Alfrely Hot Dog e Lanches”, frisando que existem clientes que continuam fiéis desde o começo, quando existia o antigo terminal, onde teve seu primeiro carrinho. Ele ressaltou sua relação positiva com o Celio´s, inclusive com família em comum, com repasse do seu carrinho para sua utilização.
Alfrely ressaltou que repassou o negócio aos filhos e foi trabalhar com caminhão durante anos, com foco em fazer um negócio ainda maior, frisando que com o tempo o seu empreendimento ficou parado por dois anos. “Quando foi em 2022 eu peguei outro carrinho, vi que estava velho para viver na estrada e com este resto de tempo que me resta vou atuar aqui no meio do povo. Conheço todo mundo, tenho uma boa amizade, está aparecendo bastante cliente de antigamente”, salienta. “Já rodei praticamente este Brasil inteiro, igual o cachorro-quente de Paranaguá não existe. Tem gente que vem de Santa Catarina e outros locais procurar o nosso cachorro aqui. Assim como o Célio falou, o daqui é o melhor do mundo, não têm melhor do que o nosso”, argumenta.
O empreendedor ressalta que o seu cachorro-quente é muito conhecido, mas que há ainda algumas pessoas em Paranaguá que não comeram, para elas ele sempre entrega seu cartão e fala do diferencial do seu produto, seja no supermercado ou em outros locais. “Eu tenho uma filha que nasceu no dia 29 de julho. Espero que ela, assim como o povo de Paranaguá, tenha bastante saúde e que venham nos procurar cada vez mais. Aqui em frente à Estação Ferroviária nós somos em quatro. Eu, o Celio´s, o Amaury e o Kikão, somos os mais velhos aqui, que venham nos procurar. Parabenizo essa cidade, sou parnanguara por adoção, nasci em Curitiba e me criei aqui”, finaliza.
Kikão
Jorge Luiz Sirichuk, proprietário do “Kikão Hot Dog”, atua em seu empreendimento de cachorro-quente ao lado da Estação Ferroviária e do Terminal Urbano Rodoviário e trabalha na área desde 1983. “O desafio é iniciar, há muitos anos era mais complicado e até mesmo discriminado era quem vendia cachorro-quente. Eu continuo no tradicional, minha clientela é antiga, têm os novos também, mas são clientes que gostam do tradicional”, ressalta, destacando que atua sozinho e também inova em alguns cachorros-quentes. “Eu já estou atendendo netos e até mesmo bisnetos de alguns clientes. O cachorro-quente é o melhor do Brasil, é impressionante como o pessoal gosta e come, já é algo tradicional, há gente que come há 30 anos”, destaca.
“Paranaguá é uma cidade abençoada, eu não sou parnanguara, mas já me considero, tenho dois filhos nascidos aqui. É uma cidade acolhedora, abençoada mesmo, boa de trabalhar e para mim não existe lugar melhor que esse aqui”, finaliza Jorge.
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