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Entrevista

Coordenador do Projeto Restauração fala sobre a ressocialização de dependentes químicos

Geovanni Ramos: “Através do projeto, eles realizam serviços como pintura, roçada e limpezas em geral. Praticamente todos os dias estão ligando e solicitando o serviço”

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Geovanni Corrêa Ramos é parnanguara, formado em Administração e pós-graduado em Liderança e Pastoreio pela Faculdade Batista Teológica. Cursado pela Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas (FEBRACT) e pelo Gerando Saúde Mental, é casado com Amanda Ramos, psicopedagoga e cursando serviço social. Confira entrevista com o coordenador geral do Projeto Restauração (Associação Beneficente Esperança de Paranaguá) localizado no Centro de Paranaguá:

 

Folha do Litoral News: Fale um pouco sobre o Projeto Restauração.

Ramos: O projeto trabalha na ressocialização do dependente químico. Ou seja, aquele que já fez um tratamento de no mínimo seis meses seja em uma comunidade terapêutica, ou seja, através de internamento ou tratamento ambulatorial. Se nesses seis meses percebermos que a pessoa está bem, entramos com o Projeto Restauração e a pessoa permanece por determinado período residindo em nossa sede. Isso ocorre geralmente quando a pessoa não tem residência, a maioria das pessoas que participam do projeto é formada por morador em situação de rua. Aqui funciona como uma casa de passagem. Então, após seis meses de tratamento, a pessoa quando não tem onde ficar, não tem emprego por falta de oportunidade para voltar ao mercado de trabalho, fica aqui por uma média de três meses.

 

Folha do Litoral News: Quantas pessoas são atendidas atualmente no Projeto Restauração?

Ramos: No projeto, são atendidas seis pessoas por vez. É um ciclo, um sai e outro entra. São atendidas seis pessoas devido ao espaço físico e pelo tamanho da equipe. Hoje, contando com a diretoria do projeto, são aproximadamente 10 voluntários que prestam algum tipo de serviço, seja palestra, estudo bíblico, tem a professora de ioga que vêm uma vez por semana, entre outros serviços.

 

Folha do Litoral News: O Projeto Restauração também oferece a eles oportunidade através da prestação de serviços, é isso?

Ramos: Sim. Como o projeto já é bem conhecido, prestamos serviços a comunidade. Oferecemos serviços como de pintura, roçada e limpezas em geral. Divulgamos, as pessoas já conhecem o trabalho e praticamente todos os dias estão ligando e solicitando o serviço. Eles vão para o trabalho acompanhados de um voluntário. Temos todo o equipamento para atender a esses serviços. Essa questão tem dado muito certo porque para eles é bom, pois se ocupam, se sentem mais úteis e dignos e recebem o pagamento que é um serviço remunerado. A maior parte do valor recebido vai para eles e uma porcentagem para manter o projeto porque são vários gastos como com alimentação, pagamento do aluguel porque o espaço onde está a sede é alugado, entre outros custos. Com esses serviços eles começam a ter dinheiro e responsabilidade para comprar suas coisas, alguns guardam o dinheiro para quando sair daqui tenham para alugar outro local, entre outros. Já pintamos casas, igrejas, escolas, escritórios e com preço acessível por se tratar de uma ONG.

 

Folha do Litoral News: O público atendido é apenas formado por homens?

Ramos: Sim, somente homens e com idade entre 18 e 59 anos, pois não podemos ainda atender menores de idade ou idosos.

 

Folha do Litoral News: Devido aos custos mensais para manter o projeto, vocês realizam, além dos serviços já mencionados, algumas ações para angariar fundos?

Ramos: Isso! Os custos mensais não são baixos e para manter o projeto contamos com ajuda de algumas igrejas, entidades e pessoas físicas. Fazemos também algumas ações como o bazar que é realizado no segundo sábado do mês. Pedimos doação de roupas, móveis e utensílios e realizamos o bazar geralmente na Igreja Batista no Jardim Iguaçu, em frente à Escola Arminda. Ajuda a sociedade porque os produtos são vendidos por preços baixos e nos ajuda a manter o projeto. As pessoas que queiram fazer doações de peças para o bazar ou mesmo para auxiliar o projeto de outras formas, podem me ligar através do número (41) 98458-9670, podem vir aqui na sede. Podemos também buscar as doações.

 

Folha do Litoral News: Depois que passam pelo projeto, vocês acompanham a evolução, a mudança na vida dessas pessoas? 

Ramos: Sim, muitos nos procuram para conversar e contar como está sua vida. O projeto existe há nove anos e no modelo de prestar serviços à sociedade é o terceiro ano. Temos o exemplo do Jonathan que ficou cinco meses conosco e já está trabalhando com carteira assinada, tem sua esposa e agora nasceu sua filha. Outro exemplo é o Ricardo que foi morador em situação de rua por muitos anos e também está trabalhando registrado.

 

Folha do Litoral News: Fica o espaço para suas considerações finais.

Ramos: Agradeço à população, todas as pessoas e entidades que acreditam e confiam no projeto e nos auxiliam para mantê-lo vivo e ativo. Ficamos felizes porque está dando certo e quem nos chama para serviços ficam satisfeitos e elogiam. Isso é gratificante.

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