Ari Wagner Coelho, de 65 anos, tem um espírito aventureiro. Desde a sua aposentadoria passou a intensificar mais seu hobby, que é pedalar. Todos os anos ele realiza uma viagem sobre duas rodas com muita determinação.
Em janeiro de 2017, ele e os dois filhos, Wagner Ribeiro Coelho e Felipe Coelho, pedalaram até a capital gaúcha, Porto Alegre, em doze dias. O aposentado encerrou seu calendário anual de aventuras em dezembro, pedalando até Brasília.
“Saí de Paranaguá no dia 3, passei por Curitiba e, em seguida, parei em Piracicaba, fiquei um dia na casa de meu irmão, dois dias depois cheguei a Ribeirão Preto, onde fiquei mais dois dias. Saí pedalando pela rodovia, tudo sozinho, em Hortolândia meu filho Felipe foi me encontrar. A mãe dele o levou e daí continuamos a viagem juntos”, contou.
“Depois de quase 20 dias de viagem cheguei a Brasília. Foi emocionante, pois não sabia que horas eram, mas ao chegar bem próximo à Igreja Matriz, os sinos badalaram. No exato momento em que nos aproximamos. Eram 12 horas do dia 22 de dezembro”, destacou.
“A viagem foi marcada por muitas surpresas e, principalmente, sem horário para nada. “Em vários trechos fomos almoçar pelas 15h ou 16h por falta de encontrar restaurantes em virtude da distância grande entre um e outro. Em razão do cansaço muitos trechos de subida foram feitos a pé, empurrando a bicicleta”, apontou.
Ele também destacou que, ao longo da viagem, por passar por diferentes regiões, encontrou uma vegetação diversificada e foi colhendo frutos da flora nativa, principalmente pequi, muito abundante no centro oeste brasileiro, além de manga.
Imprevistos também aconteceram. “Apesar de bem revisada, a bicicleta apresentou problemas. Tive o extensor da corrente quebrado, cerca de 10 km da última cidade, um pneu estourado, meia dúzia de furos nas câmaras de ar e um pedal quebrado”, contou.
“Apesar de ser período de chuvas, não tomamos uma gota sequer. Nos arredores de Brasília, enfrentamos o pior trecho de toda a viagem. A rodovia não tem acostamento, não tem semáforos, nenhum quebra-molas, apenas uns 2 ou 3 radares para redução de velocidade. Tivemos que mudar de faixas com frequência para poder seguir, até andamos pela via exclusiva dos ônibus expresso, isso na entrada da capital federal. Mas enfim foi mais uma história sonhada e vivida e ainda espero realizar outras aventuras”, finalizou.
Ari Wagner Coelho é aposentado do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e já realizou mais de 10 viagens de bicicleta pelo Brasil. Tendo sempre como ponto de partida, sua terra natal, Paranaguá.