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Turismo

Incluso na rota de navios de passageiros, Porto de Paranaguá trará 40 mil turistas ao município e litoral

Diretor empresarial da Portos do Paraná, André Pioli, detalha como serão as operações da MSC em 2023 e 2024

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Foto: TCP/Portos do Paraná

No domingo, 26, a empresa pública Portos do Paraná anunciou que a MSC Cruzeiros incluiu o Porto de Paranaguá como rota de navios de passageiros no Brasil. A partir de novembro, o navio MSC Lirica fará não somente o desembarque, mas também o embarque de turistas no porto paranaense, operando itinerários que sairão de Paranaguá para Itajaí, Buenos Aires (Argentina) e Punta Del Este (Uruguai). Rotas de outras embarcações turísticas da MSC também irão passar pelo Porto de Paranaguá. Segundo o diretor empresarial da Portos do Paraná, André Pioli, em entrevista na terça-feira, 28, a inclusão do Porto na rota de navios de passageiros da MSC trará durante a próxima temporada cerca de 40 mil turistas a Paranaguá e ao litoral do Paraná.

Segundo André Pioli, o início do processo se deu em diálogo junto ao governador Ratinho Junior em 2018 na Ilha do Mel, em Paranaguá, após ele ter ganho a eleição e antes mesmo de ter assumido a gestão do Executivo, onde ele reforçou a importância de que o Porto de Paranaguá fosse incluso na rota de navios de passageiros no Brasil, visto os atrativos turísticos do município e do litoral do Paraná. “Eu expliquei para ele que naquele momento (em 2018), para o Porto, em primeiro lugar eram as cargas e a grande movimentação, isso que faz girar dinheiro para o Porto e que um navio parado o dia inteiro era um prejuízo ao Porto. Só que as outras gestões não enxergavam o potencial que o Porto tinha de poder transformar a vida da cidade de Paranaguá e dos litorâneos, o que representaria um navio de turismo parando no litoral do Paraná, com geração de emprego, renda e circulação no nosso comércio”, salienta.

“O governador determinou naquele momento (em 2018) que faríamos uma gestão que abriria a porta para o turismo e começamos desta maneira a conversar com as empresas, onde a gente sentiu um desconhecimento muito grande delas com o litoral do Paraná, poucos ouviam ter falado da Ilha do Mel, por exemplo. Então começamos a apresentar a Ilha do Mel, os encantos do litoral do Paraná para eles em vídeos, conversas e eu produzi na época uma revista de bordo especialmente para ser levada aos grandes armadores, às grandes companhias, para que tivessem conhecimento das belezas e potencial que nós tínhamos”, ressalta o diretor. Foi então que, segundo ele, em 2019, houve um diálogo junto à MSC, entre outras companhias de navios de passageiros. “Nesse ano tivemos a parada de um navio de alto luxo internacional que veio da Europa com turistas da Alemanha e eles ficaram encantados com o recebimento que nós demos a eles, bem como com um litoral como um todo, visto que eles foram para vários destinos”, informa, algo que possibilitou iniciar negociações junto à MSC.

Pandemia e retomada

Pioli ressaltou que a pandemia acabou interrompendo o processo de vinda dos navios de cruzeiro ao Porto de Paranaguá, pela interrupção do setor turístico devido às medidas de prevenção. “Tudo ficou fechado durante dois anos e meio a três anos. Nós nunca deixamos de conversar, mas voltamos a negociar após a pandemia a parada aqui no Porto de Paranaguá. Fizemos a alguns meses atrás a parada teste, deu certo, eles adoraram o litoral do Paraná e voltaram a nos chamar para conversar a respeito e fazer de Paranaguá um hub logístico de turismo de passageiros”, acrescenta.

“Fomos chamados na semana passada para que fôssemos até Santos para a gente fechar o contrato com eles e fazer com que Paranaguá possa ser um porto de embarque e desembarque de passageiros. A gente esperava que a parada do navio ia acontecer aqui, que ele iria chegar aqui, encostar, o passageiro vai descer, passear pelo litoral e que iria embora, mas conseguimos muito mais do que isso. Eles enxergaram o Porto de Paranaguá como um porto organizado que tem condições de atendê-los e uma cidade que também tem condições de atendê-los e fazermos múltiplos roteiros”, afirma o diretor empresarial.

Ao todo, o Porto de Paranaguá receberá 16 paradas do navio de passageiros MSC Lirica na temporada 2023-2024. “A rota deste destino será Paranaguá – Itajaí – Buenos Aires – Punta Del Este. Ele vai passar por todos esses lugares e depois retornará a Paranaguá. Com as pessoas embarcando e desembarcando no nosso Porto. Outros navios da companhia também virão e irão parar no Porto de Paranaguá com outras rotas, mas aí não é com embarque e desembarque”, complementa.

“Outro exemplo são navios que irão fundear na frente da Ilha do Mel e de lá sairão roteiros, assim como é feito em Búzios, na Ilha Grande, em diversos locais, onde o navio fundeia, os barcos pegam os turistas e levam para outros destinos, como Encantadas, Brasília, Ilha das Peças, para as nossas comunidades marítimas, então são vários destinos que eles poderão conhecer, agraciando as nossas belezas, nossa gastronomia e tantas coisas boas”, afirma André Pioli.

“O Porto de Paranaguá é o porto mais organizado do Brasil, que possui a melhor logística do País, e não vai ser diferente no recebimento de passageiros, vai ser igual”, afirma o diretor André Pioli

Receptivo

Segundo André Pioli, a Portos do Paraná conta com uma logística de receptivo de turistas preparada para ser aplicada. “Os navios irão parar na TCP, quando não houver disponibilidade iremos parar em outra ponta do Porto, na ponta oeste, em algum dos piers que tiverem vagos. Iremos organizar com a maior tranquilidade do mundo. Os turistas irão desembarcar do navio, embarcar em um ônibus e o nosso receptivo será no Mega Rocio. Eles irão de ônibus até lá fazer toda a parte legal necessária, pois será uma rota internacional, junto à Receita Federal, Polícia Federal, as malas precisam passar no scanner, com todos os cuidados de segurança que o Porto deve ter. Para o embarque e o desembarque é a mesma situação. Nós estamos preparados para isso”, afirma o gestor.

Número de turistas 

“O número de turistas que a MSC espera para essa temporada que vão embarcar e desembarcar são 10 mil pessoas. A média de pessoas que vão passar por Paranaguá vindos de navios de passageiros deverá ser de mais de 40 mil pessoas. Existe um estudo da Fundação Getúlio Vargas que diz que cada pessoa que chega na cidade vinda de um navio, deixa na cidade uma média de R$ 700,00. Então você soma isso a 40 mil pessoas é muita coisa que vai ser gasta nos mercados, hotéis, restaurantes, comércio, táxis, vai movimentar o nosso comércio”, ressalta Pioli.

Com relação às pessoas que vão embarcar por Paranaguá em navios de cruzeiro, o diretor explica que normalmente elas chegam um dia antes ao município de embarque. “Então elas vão precisar de hotel, restaurante, padaria, ir no mercado tomar um café, então a gama de serviços fica maior ainda. Então, essas 10 mil pessoas, não vão deixar apenas R$ 700,00, vão deixar R$ 2 mil, esse é o pensamento. Na minha ideia a MSC fez um estudo com o pé no chão, mas a quantidade de pessoas que estão me ligando, desde o anúncio até hoje (28 de março), pedindo informações sobre os navios de passageiros, é muito grande”, ressalta. 

“Eu acho que vai superar este número. Até porque as pessoas que embarcam pelo porto de Itajaí, a maior parte é advinda da nossa região, do Paraná, de Curitiba e Região Metropolitana, do norte do Paraná. Enfim, será algo que vai mudar a realidade do nosso litoral”, salienta o diretor. 

Geração de renda e economia

Pioli ressalta que os turistas oriundos dos navios de passageiros irão gerar demanda em uma série de setores de serviços não só em Paranaguá, como no litoral, abrangendo transporte, alimentação, artesanato, comércio, estacionamento, entre outros. “A gama de serviços é gigantesca. E nesse sentido, por exemplo, os hotéis precisarão de cozinheiros, pessoas para fazer limpeza, gerente, de uma infinidade de profissionais, os restaurantes, estacionamentos e assim por diante da mesma forma”, completa.

“Outro ponto é o fornecimento de bordo de um navio desses, pois eles costumam comprar na cidade onde eles fazem a troca de passageiros. Imagina você alimentar um navio de 3 mil pessoas a cada semana com uma quantidade enorme de produtos que serão comprados aqui. Então, existe uma possibilidade muito grande de geração de emprego e renda”, complementa, destacando também a geração de tributos ao município com um maior movimento de embarcações no Porto. “Isso acontece também devido à boa relação entre o Porto e a cidade, entre o Porto e a Prefeitura, algo que é importantíssimo”, reforça André Pioli.

Atual gestão da Portos do Paraná negociou desde 2019 inclusão do Porto na rota de navios de passageiros, com diálogos, exposição de atrativos e paradas teste de embarcações com turistas em 2019 e 2022 (Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná)

Melhorias urbanísticas na cidade

“Tenho falado que quando a gente vai receber uma visita em casa o que a gente faz? A gente recebe bem, mas arruma a casa primeiro. Para arrumar a casa a gente precisa fazer todos os serviços possíveis e a mesma coisa se aplica para a cidade, que precisará ser reorganizada. Já está indo bem, os turistas se encantaram com que Paranaguá tem. Se formos comparar com outras cidades que fazem o mesmo serviço, Paranaguá está muito à frente das demais”, afirma André Pioli. 

O diretor ressalta haver muitas pessoas que reclamam da cidade em aspectos de segurança e impactos urbanísticos da atividade portuária, entretanto ele ressalta: “Conheçam cidades portuárias que não sejam Paranaguá. É muito pior que Paranaguá. Paranaguá está bem cuidada nesse sentido. Lógico que a gente tem que melhorar, que existem coisas que precisam ser feitas e que temos que fazer, mas comparada a outras nós estamos muito a frente”, explica. 

“O Porto de Paranaguá é o porto mais organizado do Brasil, que possui a melhor logística do País, e não vai ser diferente no recebimento de passageiros, vai ser igual”, afirma o diretor empresarial da Portos do Paraná. 

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