“Rede Trilhas” será composta por trilhas que ligam diferentes biomas de Norte a Sul do País
Os ministros do Turismo, Vinicius Lummertz, e do Meio Ambiente, Edson Duarte, juntamente com o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), Paulo Henrique Carneiro, assinaram em São Paulo a portaria que institui a Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade. O ato marcou a abertura da 19.ª Adventure Sports Fair, considerado o principal evento latino-americano dedicado ao mercado de turismo de aventura e esportes do ar livre.
A “Rede Trilhas” será composta por trilhas que ligam diferentes biomas de Norte a Sul do País, conectando paisagens e ecossistemas brasileiros para promover a organização, estruturação e ampla visibilidade à oferta turística de natureza no Brasil.
Elas serão identificadas com um símbolo de uma “pegada” amarela no chão e poderão ser percorridas a pé, de bicicleta ou utilizando outros modos de viagem não motorizados. Pelo menos 1,9 mil quilômetros já estão prontos. A meta é estruturar 18 mil quilômetros em 20 anos, com estimativa de movimentar 2 milhões de pessoas por ano.
A medida tem o objetivo de reconhecer e proteger rotas pedestres de interesse natural, histórico e cultural, além de sensibilizar a sociedade para a importância do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc).
Alto Paraíso (GO), portão de entrada do parque (Foto: Augusto Miranda/ Banco de Imagens do MTur)
“O ecoturismo representa uma das maiores oportunidades que temos de nos posicionar no cenário internacional para atrair turistas e divisas para o Brasil. Diversos países, como os Estados Unidos, servem de exemplo sobre como usar de forma sustentável os atrativos naturais para movimentar a economia”, comentou o ministro do Turismo, Vinicius Lummertz. De acordo com o estudo de competitividade do Turismo do Fórum Econômico Mundial, o Brasil é a nação número um do mundo em atrativos naturais.
Durante o evento, o ministro defendeu que os parques são pontes para o Brasil projetar mundialmente seu protagonismo em turismo. “Sol e mar são muito importantes, mas o nosso diferencial planetário está nos parques, na natureza. Movimentos como este que lançamos hoje nos estimulam a conservar mais, para que possamos evoluir como País”, pontuou. Ele também afirmou que a grandiosidade natural do Brasil “exige que pensemos alto, caso contrário não conseguiremos entregar um projeto de País compatível com nosso potencial”, disse.
CIRCUITOS
Os circuitos são o Litorâneo, do Oiapoque (AP) ao Chuí (RS); o Caminhos Coloniais, do Rio de Janeiro até Goiás Velho (GO); o Caminhos dos Goyases, entre Goiás Velho e a Chapada dos Veadeiros (GO); e o Caminho do Peabiru, ligando o Parque Nacional do Iguaçu (PR) ao litoral paranaense.
Entre as trilhas já sinalizadas, estão o Caminho da Serra do Mar (RJ), a Transcarioca (RJ), a Transespinhaço (MG), a Rota Darwin (RJ-PE) e o Caminho das Araucárias (RS/SC), que integram o corredor Litorâneo; o Caminho de Cora Coralina (GO) e o Caminho da Floresta Nacional de Brasília, que fazem parte do Caminhos dos Goyases; a Trilha Chico Mendes (AC); e a Transmantiqueira (RJ, MG e SP), que estão sendo percorridas pelos primeiros grupos de aventureiros e exploradores.
EXPERIÊNCIA
O sistema brasileiro de trilhas de longo curso foi inspirado nas experiências internacionais, em especial no sistema europeu. É formado por grandes trilhas nacionais compostas por trilhas regionais menores, uma acabando onde começa a outra. Assim, cada uma pode ser percorrida em espaços de tempo variados, encaixando-se em diferentes períodos de férias – uma semana, duas semanas ou até um mês. “Isso permite ao ecoturista voltar para casa com a sensação de ter atingido o objetivo de completar a totalidade de uma trilha”, ressalta Menezes.
O coordenador cita, como exemplos, a Trilha Transmantiqueira (MG, RJ e SP) e o Caminho das Araucárias, entre Canela (RS) e o Parque Nacional de São Joaquim (SC), que podem ser feitas em três semanas. A Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso integra o Programa Nacional de Conectividade de Paisagens, do Ministério do Meio Ambiente (MMA). O programa reúne um conjunto de ações que buscam promover a interligação de ecossistemas e a gestão das paisagens no território brasileiro, estimulando a conservação da natureza e o desenvolvimento social, econômica e cultural do País.
Fonte: Ministério do Turismo