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Trânsito

Pesquisa nacional “Perfil Ciclista 2024” ocorre em Paranaguá em agosto

Objetivo é trazer soluções e estatísticas sobre ciclistas e ciclomobilidade em Paranaguá

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Pesquisa está sendo realizada em todas as regiões de Paranaguá até o fim de agosto, durante 30 dias / Foto: Divulgação - Muriel Veluza

Desde o dia 1.º de agosto, Paranaguá está fazendo parte de uma pesquisa a nível nacional denominada de “Perfil Ciclista 2024” que recolhe dados, informações e apontamentos sobre o número de ciclistas no município, ciclomobilidade e soluções para um trânsito mais eficiente, sustentável e harmônico entre os modais. Realizada pelo Transporte Ativo, Laboratório de Mobilidade Sustentável (LabMob/UFRJ) e Observatório das Metrópoles, a pesquisa está sendo realizada no município através de voluntariado, alcançando bairros centrais, semi-periféricos e periféricos, ocorrendo até o fim de agosto e devendo entrevistar mais de 650 ciclistas. 

Segundo a conselheira regional da Região Sul da União de Ciclistas do Brasil (UCB) e conselheira fiscal da Associação de Ciclistas do Alto Iguaçu (Cicloiguaçu), Muriel Syriani Veluza, a participação de Paranaguá na pesquisa´e de extrema importância, trazendo informações amplas como contagens de bicicletas e modais e análise da infraestrutura cicloviária. “A nossa participação nessa pesquisa do perfil ciclista é muito importante, não só nessa como em todas as possíveis que a gente conseguir, tanto do perfil ciclista como termos futuramente contagens de bicicletas e de modais, assim como análise de infraestrutura cicloviária. Todos esses tipos de pesquisas são importantíssimas porque geram dados e em base a dados que a gente consegue fazer melhorias e consegue chegar junto ao poder público, gestores e mostrar a necessidade. Quantos ciclistas nós temos? O que os ciclistas precisam? Por que eles não pedalam mais? Por que eles pedalam? O que faria que eles pedalassem mais do que já pedalam? Tendo em consideração que as cidades são feitas para as pessoas. Basicamente, o importante é que a gente consiga se locomover com segurança como a gente quiser, seja como pedestres, seja como ciclistas, seja de motos, seja de carros”, afirma Muriel, que é também vice-presidente de controle social do Observatório Social de Paranaguá. 

“Paranaguá, por ser uma cidade com um Porto, possui diversos modais, entre eles caminhões, devendo privilegiar também o transporte público para uma mobilidade como um todo. Somos carentes de dados, parece até mentira, mas Paranaguá não possui dados suficientes sobre o uso da bicicleta, sendo que o município foi considerado por Lei há anos atrás como Cidade Amiga da Bicicleta. Então, é muito importante participar. Somos 180 mil habitantes praticamente, então par ter rigor científico e validação de dados, temos que fazer 657 formulários de entrevistas. É essencial conhecer o nosso ciclista, o pedestre, podendo melhorar a cidade para cada um dos modais. A gestão pública e as políticas públicas, elas são muito melhores, são mais eficientes quando elas têm dados. E é isso que a gente está tentando fazer enquanto associação e enquanto cidadã, porque é um trabalho voluntário e necessário”, afirma a ciclista. 

Segundo Muriel, estão sendo aceitas parcerias de todo mundo, reforçando que a participação do Poder Público Municipal e secretarias, entre outras esferas públicas. “É essencial que haja um esforço da população e da gestão, é o ideal, sendo muito importante termos voluntários”, completa. 

Bairros alcançados

Segundo ela, no formato de pesquisa a cidade é divida em central, semi-periférica e periférica, alcançando diversos locais. “Tem que ter público e pesquisa com pessoas das três regiões, dos três lugares, então durante esses trinta dias corridos a gente vai em diversos bairros, em diversos bairros periféricos e diversos locais do centro. Pode perguntar pelo WhatsApp onde a gente vai estar em determinado lugar, ou mandar mensagem para a gente, e a gente pode aplicar por WhatsApp talvez, perguntando. Podemos combinar um encontro para a entrevista por ligação ou viagem. Na terça-feira, 6, estive na região 2 que foi toda a parte de Vila Itiberê, Parque São João, desde Samambaia em diante, até chegar na Vila Itiberê”, explica.

“As entrevistas começaram no dia 1.º de agosto, tem que ser feita durante 30 dias corridos, então atuaremos todos os dias até por volta de 30 a 31 de agosto. Como somos 180 mil habitantes aproximadamente, foi feita a conta para que tenha um rigor válido científico de dados, temos que ter no mínimo 657 formulários preenchidos e é presencial. O público recebe super bem, eu já chego de bicicleta mesmo, porque é um meio de transporte”, explica, destacando que a abordagem é realizada de ciclista para ciclista, com apresentação da importância da pesquisa, indo em pontos onde a bicicleta está parando ou saindo, com foco em não interromper o percurso de cada cidadão, sendo que não é registrado nome e informações pessoais, com foco apenas nas estatísticas. “A gente está contente. Estamos cumprindo metas. Temos alguns voluntários apoiando e quem quiser somar forças pode vir junto também”, acrescenta. 

Voluntários podem se inscrever

Segundo Muriel, pessoas interessadas em serem voluntários nas pesquisas podem se inscrever, sendo que inclusive após a apresentação poderá ser emitido um certificado de trabalho voluntários e horas complementares para, por exemplo, acadêmicos de graduação, pós-graduação e mestrado. “Pessoas que tenham interesse em ser voluntárias, têm um formulário para ser preenchido. A pessoa só se inscreve no formulário, sendo gerado um código que a gente passa depois para ela”, salienta, explicando que diversas cidades no Brasil fazem parte da pesquisa, como Niterói – RJ, Manaus – AM, Araucária – PR, entre outras. “É a primeira vez que Paranaguá participa, então é importante que façamos isso ser algo constante. Esses formulários serão enviados para posterior análise técnica e universitária, com repasse dos resultados estatísticos. Com esses dados podemos planejar melhor, mostrar dados, conversar com o Poder Público para trazer melhorias na ciclomobilidade. Entre os dados, demonstraremos quais os modos dos ciclistas, dificuldades enfrentadas, idade das pessoas que pedalam, renda, gênero, entre outros itens. Com isso podemos melhorar, reforçando que a bicicleta é um modal importantíssimo, assim como caminhar e o transporte coletivo, ainda mais em um período de urgência climática”, destaca a ciclista. 

“Todas as cidades no mundo estão em transição no que se refere aos modais. É impossível a gente ficar para trás e continuar priorizando carros e estradas e carros e estradas. Os dados e problemas estão aí, a tragédia climática que aconteceu no Rio Grande do Sul é uma amostra enorme do que pode ocorrer. Não é surpresa, foi falado pela ciência, então é bom darmos ouvidos, priorizar e observar o que é necessário para um futuro melhor para os nossos filhos, netos e até mesmo bisnetos nesta altura do campeonato”, finaliza Muriel Syriani Veluza, deixando o seu contato (41 –  99914-8082) para interessados em serem voluntários. 

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