O uso do cerol para soltar pipas é crime. Mas, mesmo sabendo disso, muitos ainda insistem em fazer uso da mistura de cola com vidro moído nas linhas. O problema está no perigo que tal produto representa tanto aos pedestres e população em geral como para os motociclistas, os quais ao trafegar nas ruas e rodovias se deparam com o objeto e não conseguem se proteger a tempo de evitar algum ferimento. No último fim de semana, na PR-407, que dá acesso às praias do Paraná, alguns motociclistas se assustaram com uma linha de cerol na pista.
O fundador e presidente do Moto Clube Anjos da Lei, Mauro Jorge da Silva, por pouco não teve um acidente grave no domingo, 10, quando estava de moto com a esposa no viaduto da PR-407. Uma linha de pipa com cerol estava solta na rodovia e atingiu o seu capacete, ficando presa. “Aos cinco metros quando eu vi o fio já não dava tempo de fazer mais nada”, relatou Silva.
O motociclista estava com a esposa e, por sorte, nenhum dos dois se feriu. “Tentamos tirar o fio, a moto balançou e quase caímos, mas por ter ficado presa ao capacete a linha não nos feriu”. Logo em seguida, um rapaz foi ferido e atendido pelo Samu. “No domingo, outro motociclista colocou a mão e acabou se ferindo também”, complementou Silva.
Diante da situação, o presidente do moto clube planeja ações para que fique menos arriscado trafegar com motocicletas em Paranaguá. “Estamos nos mobilizando para ver se conseguimos um projeto e uma lei municipal para tentar coibir a utilização desse produto perigoso. A nossa ideia é que se a pessoa for pega com cerol terá que pagar uma multa. Em caso de reincidência, uma multa maior”, disse.
Além da legislação, o moto clube quer ampliar as campanhas de divulgação para que haja mais conscientização para crianças e jovens. “Podemos fazer um evento em um domingo para reunir as crianças para soltar pipa em um local seguro, como uma praça, por exemplo”, contou Mauro sobre as iniciativas que querem colocar em prática para minimizar o risco aos motociclistas.
ALERTA
Segundo o Corpo de Bombeiros do Paraná, o uso do cerol faz com que a linha fique extremamente cortante e pode causar graves ferimentos e até mortes tanto para quem aplica como para quem é atingido. “Muitos acidentes fatais ocorrem com motociclistas que passam por áreas onde crianças e adolescentes empinam papagaios. Geralmente, nos casos fatais, é o pescoço do motociclista ou pedestre que entra em contato com a linha de pipa com cerol. São também vítimas do cerol: aeronaves, pedestres, ciclistas, motociclistas, paraquedistas, skatistas e outros”, informou o Corpo de Bombeiros do Paraná.
Cerol representa perigo tanto aos pedestres e população em geral
Atualmente, em alguns municípios brasileiros, existem leis que proíbem o uso e venda desse produto, em decorrência de sua periculosidade. O vendedor de cerol pode ser preso, além de pagar multa.
DICAS PARA EVITAR ACIDENTES
– Não solte pipas perto da rede e da fiação elétrica, prefira campos abertos ou parques;
– Se a pipa enroscar nos fios da rede elétrica, não tente tirar. Ao puxar a pipa, os fios podem se tocar, provocando curto-circuito e rompimento de cabos. Isso ocasiona falta de energia e pode causar graves acidentes;
– Não solte pipas em dias com chuva ou relâmpagos. Você corre o risco de levar uma descarga elétrica;
– Não use cerol na linha das pipas, que, além de ser proibido, constitui um grande risco para as pessoas, podendo cortar a rede elétrica e provocar acidentes graves com ciclistas e motociclistas;
– Evite usar linhas metálicas ou fitas magnéticas (de vídeo, K7), que são materiais condutores de energia elétrica e podem causar acidentes;
– Não suba em telhados, lajes, postes ou torres para empinar ou recuperar pipas;
– Não tente retirar as pipas, rabiolas e papagaios engatados na rede elétrica. Esse tipo de situação é responsável por boa parte das interrupções no fornecimento de energia elétrica no mês de julho e podem causar acidentes fatais.
Foto de capa: Moto Clube Anjos da Lei