O tema já foi debatido diversas vezes, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), já chegou a voltar atrás sobre a obrigatoriedade do uso do simulador de direção nos Centros de Formação de Condutores, mas desde janeiro deste ano é lei e não tem como os estabelecimentos fugirem à regra. Cada autoescola precisa ter, no mínimo, um simulador de direção da categoria B, comprado ou em regime de comodato e um espaço apto a implantar o equipamento.
Os alunos precisam passar por cinco horas-aula no simulador para depois estarem aptos a fazer as aulas práticas na rua. Com base em levantamento realizado em Paranaguá, após sete meses de validade da nova lei, das seis autoescolas contatadas, uma ainda não garante as aulas no equipamento.
Uma das autoescolas contatadas informou que adquiriu uma unidade de simulador em dezembro do ano passado, se preparando de forma antecipada para a exigência que entrou em vigor no dia 1.º de janeiro deste ano. Segundo a empresa, não é possível fugir da regra, já que o aluno que não passar pelo simulador não pode dar continuidade ao processo. Há uma certificação para que ele possa ser encaminhado para as aulas práticas.
Uma segunda empresa explicou que, após a exigência ter entrado em vigor e os alunos terem começado a fazer as aulas e sanarem suas dúvidas, não houve mais questionamentos acerca do assunto e os valores tiveram que subir para poder atender à regulamentação do Contran.
As demais autoescolas que possuem o simulador afirmaram que o equipamento está em uso, atende a todas as especificações do Contran e os profissionais em atividade no local procuram sanar os questionamentos dos alunos que vão tirar a primeira habilitação. “Já temos dois simuladores funcionando, um só daria conta, mas como costumam dar problema, é mais garantido ter dois para não atrasar o processo dos alunos. Temos o compromisso de oferecer um serviço da melhor qualidade”, contou o proprietário de uma das autoescolas procuradas no município.
Os Centros de Formação de Condutores acordaram em trabalhar com regime de comodato com os fornecedores. Muitos estabelecimentos, devido ao aumento dos custos, tiveram que aumentar o valor da primeira habilitação. Entre a maioria, observa-se que a média de valores para a categoria A e B em Paranaguá está em R$2300, enquanto um local oferece o valor de R$1800.
Apenas um estabelecimento relatou que o simulador ainda não está em uso, justificando que aguardam uma homologação pelo Departamento de Trânsito do Paraná (Detran) que permite a utilização. “Sem a homologação não podemos usar o simulador, mas o curso acontece normal. Estamos aguardando essa liberação, enquanto isso não acontece, todos os processos continuam normais. Continuamos com as cinco aulas noturnas sem o simulador”, afirmou uma das autoescolas.
BENEFÍCIO
Para o proprietário de um Centro de Formação de Condutores de Paranaguá, a medida ajuda aqueles alunos que nunca dirigiram um veículo, o que é o mais correto. “O simulador é uma vantagem neste sentido, o que deveria ser a realidade de todos os alunos. Ele se adapta aos comandos do carro com mais facilidade. Na rua, por exemplo, muitos olham para trocar a marcha. E, agora, podem acostumar com isso em um ambiente mais seguro”, explicou.
Um dos benefícios citados é a segurança que passa para o aluno da primeira habilitação
LEGISLAÇÃO
De acordo com a Agência Brasil de notícias, a obrigatoriedade do simulador passou a vigorar em janeiro e foi determinada pelo Contran, por meio da Resolução 543, de 15 de julho de 2015. A partir dela, cinco das 25 horas de aula prática para se tornar motorista passaram a ser obrigatoriamente no simulador. Entre as cinco horas, uma deve simular a condução de um veículo durante a noite.