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Trabalho

Trabalhadores da Viação Rocio seguem em greve por tempo indeterminado

Decisão de continuar a greve foi tomada em assembleia realizada na tarde de segunda-feira, durante reunião de conciliação mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho do Paraná

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Trabalhadores da Viação Rocio seguem em greve por tempo indeterminado

A greve dos trabalhadores da Viação Rocio segue por prazo indeterminado, por falta de negociação por parte do empregador, assim resumiram os representantes dos trabalhadores, após reunião de conciliação realizada na tarde de segunda-feira, 25, mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR). 

Greve dos trabalhadores

Na pauta de negociação estão o atraso no parcelamento dos salários, fornecimento de uniformes (EPIS), melhorias nos veículos, reposição dos atrasos nos salários, quitação do banco de horas e estabilidade nominal aos funcionários que estão em greve, os quais iniciaram a paralisação no dia 14, completando, hoje, 12 dias. 

Presidente do Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários e Anexos de Paranaguá (Sindicap), Josiel Veiga

Segundo o presidente do Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários e Anexos de Paranaguá (Sindicap), Josiel Veiga, a negociação não obteve o resultado que esperavam por parte da empresa. “Infelizmente não tivemos progresso nesta audiência com o Tribunal Regional do Trabalho, em que esperávamos que íamos avançar. Estamos muito tristes e chocados e os trabalhadores revoltados, porque não houve uma proposta decente da empresa para nós, e esse foi o grande problema. Tudo foi passado aos trabalhadores, e a imprensa pôde participar e ver como foi a assembleia. O trabalhador não pode aceitar as coisas goela abaixo, o que está se reivindicando é o direito deles. De maneira alguma pede-se aumento de salário, só o que é de direito, receber pelo que foi trabalhado, e essa situação vai continuar e se estender”, explica o presidente, comentando que a greve pode se estender por mais tempo.

O representante jurídico do Sindicap, o advogado Dr. Elevir Dionysio Neto, por delegação do presidente da Fetropar, falou do resultado da tentativa de conciliação. “Foi algo relativamente esperado, o Tribunal acolhe sempre os pedidos de dissídio com a designação de audiência conciliatória, existe toda uma expertise porque é a vice-presidência que faz essas audiências. Foi tentada insistentemente uma conciliação, infelizmente não chegamos a bom termo por que a empresa avança a passos muito lentos. Na terça-feira da semana passada, nós tínhamos uma proposta que não contemplava nenhum pagamento dos 25% que eles cortaram. Hoje, eles chegaram a cogitar esse pagamento, mas parcelado em 3 vezes, e só a partir do mês de março. Também havíamos ajustado em uma conversa informal que os dias não seriam descontados, e agora eles querem compensar os dias, como se os trabalhadores tivessem que pagar para ficar na chuva, por 13 dias a partir de amanhã, porque eles querem receber salários. Esperávamos um pouco mais de humanidade por parte da empresa. A desembargadora falou muito claramente que os trabalhadores foram compelidos a fazer greve pois sem receber os salários não tem jeito”, resumiu o advogado, alertando para um fato que considera grave e que deve ser reportado ao Ministério Público. “Um fato gravíssimo que eu quero noticiar aqui, por que como não houve conciliação, isso vai ser informado ao Ministério Público que a empresa praticou a redução de salários com redução teórica de jornada de 25%, porém fez isso com horas extras. A legislação previa claramente que você propõe reduzir não poderia haver jornada superior a 75%. Se tem horas extras é porque eles pegaram a benesse do governo e ainda assim fizeram os trabalhadores trabalhar a mais. O que vamos desmembrar nisso é que houve as horas extras e a empresa terá que devolver os 25% para o Governo Federal, para o Ministério da Economia. É lamentável, mas é isso que eu acho que eles estão querendo: a judicialização. Eles insistem que não têm R$ 90 mil para pagar o que devem aos trabalhadores. Enquanto não houver uma proposta que valorize o trabalho que já foi prestado, a greve continua”, completa. 

Advogado do caso

O advogado também informou que tem um prazo de cinco dias para contestar, pois o processo de dissídio coletivo de greve foi instaurado pela empresa. Depois disso haverá um prazo de 10 dias para as alegações finais. Decorrido o prazo, vai ao Ministério Público dar o parecer e a partir deste prazo será distribuído para um dos desembargadores que será o relator. Os prazos são em dias úteis. “Acredito que não teremos solução em um prazo menor do que 30 dias”, diz Dr. Elevir.

Desde o início da greve os funcionários estão se revezando em frente à sede da Viação Rocio, empresa responsável pelo serviço em Paranaguá.

A reportagem da Folha do Litoral News tentou contato com a concessionária do transporte público, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.

Comércio sente os sinais da greve

Setores do comércio manifestam apoio aos funcionários e pedem ações efetivas para o fim da greve. Questionado de como a entidade está avaliando para o setor a greve dos trabalhadores do transporte público em Paranaguá, o presidente da Câmara do Comércio Varejista da Aciap, Anwar Hamud, enfatiza que o comércio local já sente os reflexos.

Hamud

“O comércio local já está sentindo os reflexos da greve que dura mais de 10 dias, o movimento que devido à pandemia da Covid-19 diminui já está bem mais fraco, a vendas de dezembro não foram expressivas e janeiro é tipicamente um mês de baixo movimento mas devido à greve da Viação Rocio muitos comércio estão com dificuldades para vender e, com isso, pagar funcionários e fornecedores, estamos analisando com grande preocupação pois poderá ocasionar uma nova crise não só para o comércio mas para todos”, enfatiza Hamud.

Said Kaled Omar

Já para o presidente do Sindilojas, Said Kaled Omar, o comércio está a favor dos trabalhadores. “Greve oportunista e quem sabe guiada através de um planejamento para justificarem a vontade da empresa de aumentar o lucro em razão da diminuição de usuários. Querem estas empresas pressionar para alcançar o seu objetivo. Nossos vereadores nem se manifestaram contra a empresa. O comércio está a favor dos funcionários e contra esta empresa, que está usando a greve como pretexto. Nós do comércio estamos pensando numa manifestação, caro não se resolvam estes problemas”, enfatiza o presidente do Sindilojas.

Leia também: Paraná lidera ranking nacional com 74 mil empregados pelas Agências do Trabalhador

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