Trabalhar como motoboy não é fácil. É preciso superar várias dificuldades sem perder a simpatia, principalmente quando se trata de entrega de alimentos.
Isso porque muitos clientes querem que seu pedido chegue rápido. É preciso se arriscar no trânsito diariamente para entregar pedidos em tempo hábil e em perfeitas condições.
Falta de segurança
Lucio Gomes dos Santos, morador no Jardim Guaraituba, começou a trabalhar como motoboy há três meses, pois a casa noturna para a qual prestava serviço (para complementar a renda) fechou devido à pandemia.
“As nossas maiores dificuldades são assaltos, que ocorrem com frequência na cidade. Temos que ter agilidade para que o cliente possa receber o prato solicitado quentinho e que possamos receber mais, pois trabalhamos por entrega efetuada. Além disso, temos que driblar os buracos e a soja na pista para evitar quedas”, ressalta.
Lucio conta, ainda, que nos dias frios e chuvosos as dificuldades aumentam. “Muitas vezes o cliente poderia deixar o cartão ou o dinheiro separados para agilizar o pagamento, pois perdemos muito tempo nessa espera. É um tempo que poderíamos estar fazendo mais entregas”, explica.
Mas, mesmo com todas as dificuldades, Lucio está gostando de atuar na categoria. “Somos muito unidos e um ajuda o outro”, aponta.
Educação no trânsito
Mauro Willian reside no Jardim Iguaçu, trabalha desde 2003 como motoboy e já passou por diversas empresas de entregas. Ele ressalta que a maior dificuldade é em relação aos motoristas que não respeitam as motos. “Eles não deixam espaço para ultrapassagem. Já bati em um carro na Roque Vernalha por causa disso, mas graças a Deus tudo ficou só em danos materiais”, recorda.
Mauro também trabalhou no SAMU e enfatiza que a maioria dos acidentes que ocorrem na cidade envolve motos. “Atendemos diariamente vários acidentes envolvendo motocicletas. Mas fora isso não existe mais problemas para mim. Procuro ser o mais gentil e cordial com os clientes”, conta.
Mau atendimento
Edy Junior, morador no Jardim Paranaguá, trabalha como motoboy há seis meses e relata que a pandemia veio para melhorar a categoria que atua com delivery. Mas em contrapartida é preciso enfrentar situações diversas.
“Temos que lidar com todos os tipos de clientes. Existem aqueles que nem olham em nossa cara, mas assim mesmo mantemos a educação e o sorriso. Tem também aqueles dias chuvosos em que os clientes, fazem o pedido e não deixam o dinheiro separado, atrasando ainda mais, nos deixando esperando na chuva”, lamenta.
O motoboy conta ainda que muitos reclamam de ter que pagar as taxas de entrega sem imaginar as dificuldades que existem na profissão. “São essas taxas diárias que nos ajudam a sobreviver. Sem falar nas entregas em condomínios fechados, em que temos que deixar a moto lá fora e ir para subir as escadas. Mas nem tudo são espinhos, temos clientes muito educados que nos atendem bem e facilitam o nosso trabalho”, finaliza.
Desvalorização
Rodrigo Gonçalves Rodrigues mora no parque São João e trabalha de motoboy há um ano e meio. Ele conta que no momento a maior dificuldade é a desvalorização da categoria. “Acredito que a dificuldade que todos passamos é a desvalorização da categoria. Além disso, existe a falta de segurança que também é uma dificuldade que atravessamos. Vários motoboys estão sendo assaltados e perdendo seu meio de sustento por causa disso”, relatou.
Em relação ao atendimento, Rodrigo ressalta que 80% das pessoas recebem com educação e são gentis. “Eles agradecem, perguntam como está o movimento e, às vezes, dão gorjetas. Sempre têm aqueles que querem entrega rápida e de graça e nem olham na nossa cara. Mas graças a Deus são minorias”, finaliza.