Um encontro inédito ocorrido na terça-feira, 24, reuniu lideranças políticas e sindicalistas ligados à Frente Intersindical de Paranaguá, entidade que agrega os sindicatos da orla portuária de Paranaguá (Estiva / Arrumadores / Conferentes / Bloco / Consertadores / Vigias / funcionários da APPA, Práticos e Caminhoneiros Autônomos) em uma mesa de negociação com a direção do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP). Do encontro, ficou definido um prazo para que as negociações dos acordos coletivos de trabalho entre o terminal portuário e as categorias profissionais sejam finalizadas. Em comum acordo, e por sugestão da direção do TCP, ficou estabelecido o dia 30 de setembro, próxima segunda-feira, como data limite para que sejam encerradas as negociações coletivas dos acordos que estão em tratativas. “Estávamos há mais de 60 dias sem que tivéssemos um posicionamento do TCP sobre as propostas apresentadas pelos sindicatos. Essa demora, enfim, terminará neste mês”, comemorou o presidente do Sindicato dos Arrumadores, Oziel Felisbino. O secretário do Sindicato dos Estivadores, Everson Farias, espera que as reivindicações das categorias profissionais sejam atendidas, para que haja a concordância das bases, por meio das respectivas assembleias, para a confirmação dos acordos. Na pauta da reunião, além do estabelecimento da data para o encerramento das negociações, também estavam demandas fundamentais relativas às condições de trabalho e remuneração dos TPAs. “Viemos para um diálogo com a direção do TCP, acompanhados de nossos representantes políticos tanto da prefeitura como da Câmara, e ficamos muito contentes em saber que a presença do prefeito, do presidente da Câmara, juntamente com os vereadores teve o peso que se esperava junto à empresa. No entanto, esperamos que os pontos em conflitos possam ser resolvidos, uma vez que o terminal se mostrou mais sensível ao que estamos reivindicando em termos de valorização”, disse o presidente do Sindicato dos Estivadores de Paranaguá e da Intersindical, João Lozano. Para o dirigente, a união dos sindicatos em torno da Intersindical está sendo fundamental para a celeridade e o sucesso nas negociações. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Portuários, Adilson Cordeiro, lembrou que um ponto conflitante é a redução nos ganhos dos funcionários da empresa no que se refere ao vale-alimentação. “Com a redução da jornada de trabalho, de 8 para 6 horas diárias, houve uma redução drástica nos valores do vale-alimentação dos funcionários. Isso é algo que a empresa precisa rever”, observou.
TCP EXALTA COMUNHÃO DE ESFORÇOS
O diretor institucional do TCP, Juarez Moraes e Silva, também manifestou sua satisfação em ver a importância que a cidade tem dado para o crescimento do segmento portuário. “Quero enaltecer a presença do prefeito, do presidente da Câmara e das lideranças sindicais discutindo e defendendo a valorização dos trabalhadores e, ao mesmo tempo, respeitando os limites de uma negociação. Fico satisfeito em perceber que há uma comunhão de esforços para que a cidade se desenvolva. O que presenciamos nesta manhã, aqui no TCP, foi um movimento apartidário, raras vezes visto, mas de extrema relevância para a cidade como um todo”, comentou.
PRESIDENTE DA CÂMARA DIZ QUE A EXPECTATIVA SE CONFIRMOU
A reunião no TCP foi solicitada pela Comissão de Assuntos Portuários da Câmara de Paranaguá, que é presidida pelo vereador Sargento Orlei. O edil manifestou a satisfação com o desfecho da reunião. “Foi um dia histórico para a cidade, uma vez que tivemos diversos personagens da vida política, sindical e empresarial sentados à mesa em busca de soluções para a melhoria das condições de trabalho e remuneração dos TPAs e dos funcionários do TCP”, comentou. O presidente da Câmara de Paranaguá, Waldir Leite, destacou que o objetivo era encontrar um denominador comum para os anseios das classes e aquilo que a empresa pode oferecer. “Apesar de todo o tempo que o assunto já vinha sendo discutido, viemos com a expectativa de termos uma reunião harmoniosa, produtiva e definitiva. E foi justamente isso o que aconteceu. Por isso, estou muito feliz pela conduta de todos ao debater os assuntos de interesse dos trabalhadores e, acima de tudo, o respeito às opiniões contrárias. Todos demonstraram maturidade e muita capacidade de diálogo e isso é muito bom para a cidade como um todo, pois quem ganhou ao final foi o trabalhador portuário e os funcionários do TCP, que deverão ter melhorias em seus rendimentos, bem como na rede de benefícios que compõe a questão salarial dos trabalhadores”, finalizou.
PREFEITO REFORÇA A IMPORTÂNCIA DO DIÁLOGO
O prefeito Marcelo Roque lembrou que o bom diálogo é o caminho mais curto para a resolução de todo e qualquer impasse. “O que fizemos, há cerca de 60 dias, quando convocamos o Juarez no Palácio São José, sede da Prefeitura, para a primeira reunião com a Intersindical, foi demonstrar todo o nosso apoio às lideranças sindicais, para que eles estivessem seguros que efetivamente estaríamos defendendo o mercado de trabalho, a renda e a valorização dos trabalhadores portuários. Por outro lado, devemos compreender e respeitar a autonomia da empresa em sua forma de operar o terminal. O TCP é uma empresa que vai estar cada vez mais inserida em ações junto ao município, principalmente porque seus empreendimentos necessitam de ações compensatórias para a cidade. Ou seja, o crescimento do terminal terá como resultado a geração de mais emprego, renda e impostos para o município, e isso é algo que devemos incentivar”, concluiu.
Assessoria de Imprensa da Frente Intersindical de Paranaguá