Funcionários dos Correios decidiram pela paralisação dos serviços no Paraná às 22h de terça-feira, 19. Em todo o Estado, a adesão já mobiliza 70% da categoria, porém, em Paranaguá, durante todo o dia de ontem, 20, a agência e o Centro de Distribuição Domiciliária (CDD) estavam funcionando normalmente. O Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR) afirmou, em nota, que a adesão dos funcionários deve aumentar nos próximos dias até a paralisação total dos serviços.
Dos 31 sindicatos filiados à Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentec) aderiram à greve os Estados de Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, São Paulo, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Sergipe e Santa Catarina. Por isso, os serviços de Sedex podem ser afetados.
Assembleia foi realizada em Curitiba com a categoria
CORREIOS
A Assessoria de Comunicação dos Correios no Paraná informou que a paralisação não afetará os serviços de atendimento. A empresa comunicou que colocou em prática seu Plano de Continuidade de Negócios para minimizar os impactos à população. “Os Correios informam que o movimento está concentrado na área de distribuição — levantamento parcial realizado na manhã de ontem mostra que 93,17% do efetivo total dos Correios no Brasil está presente e trabalhando — o que corresponde a 101.161 empregados, número apurado por meio de sistema eletrônico de presença. No Paraná, 90,89% do efetivo está presente e trabalhando, o que corresponde a 5.389 empregados”, frisou.
As negociações com os sindicatos que não aderiram à paralisação ainda estão sendo realizadas esta semana. “Os Correios continuam dispostos a negociar e dialogar com as representações dos trabalhadores na busca de soluções que o momento exige e considera a greve um ato precipitado que desqualifica o processo de negociação e prejudica todo o esforço realizado durante este ano para retomar a qualidade e os resultados financeiros da empresa”, esclareceu.
REIVINDICAÇÕES
Entre as reivindicações da categoria estão os 8% de reposição da inflação cuja data-base deveria ter sido efetivada no dia 1.º de agosto. Além disso, ainda exigem a manutenção dos benefícios conquistados no último acordo coletivo e são contra o fechamento dos bancos postais, que por determinação da direção da ECT, deixaram de funcionar nesta semana, atingindo 412 agências no Paraná.
Na semana passada, iniciaram as tratativas entre trabalhadores e diretoria dos Correios para a Campanha Salarial 2017/18, com mais de 40 dias de atraso para o início das negociações. A Fentect acredita que a direção dos Correios continua intransigente e quer ganhar tempo para enquadrar o Acordo Coletivo de Trabalho 2017/18 à nova CLT, ou seja, reduzindo os direitos dos trabalhadores ao salário – sem reajuste – e ao vale-transporte.
De acordo com a Sintcom, ainda é cogitada a retirada da obrigatoriedade dos concursos públicos, fim de pagamento de horas extras, fim da entrega de correspondências pela manhã, extinção das cláusulas de proteção às gestantes, entre outras demandas.
O secretário geral do Sindicato dos Talhadores dos Correios no Paraná (Sintcom-PR), Marcos Rogério Inocêncio (China), comenta que as medidas da empresa afetarão diretamente a população. “As medidas da empresa reduzem e dificultam o trabalho dos Correios, atrasando entregas, deixando de atender em localidades mais distantes e encarecendo os serviços. Com isso, a empresa estaria apta a ser privatizada, sabendo-se que os Correios são os únicos a operar onde a iniciativa privada não tem o menor interesse”, apontou Inocêncio.
FECHAMENTO DOS BANCOS POSTAIS
Nesta semana, alguns Bancos Postais deixaram de funcionar em 1.836 agências dos Correios dos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte, Roraima e Rio Grande do Sul. Para o Sintcom-PR, a decisão afeta as localidades mais distantes, onde a população não tem agências bancárias e precisará se deslocar para outras cidades. A orientação da diretoria dos Correios é para que a população busque locais onde existam agências do Banco do Brasil.