Na sexta-feira, 23, aconteceu o "Dia D" em todo o Estado. A data é marcada por atendimentos exclusivos e ofertas de vagas específicas para pessoas com deficiência nas Agências do Trabalhador. A ideia é inserir esta parcela da sociedade no mercado de trabalho, em um projeto de inclusão social.
Em Paranaguá, o evento contou com a presença de um grande público, o qual ocupou todas as cadeiras das dependências da Agência do Trabalhador, localizada na Rua Faria Sobrinho. Segundo o diretor do local, Adriano Silva, os representantes de Recursos Humanos (RHs) de diversas empresas da cidade, incluindo do setor portuário, bem como representantes de lojas de automóveis, empresas da área da saúde e supermercados aproveitaram para falar sobre as políticas de contratação pessoas com deficiência.
Algumas empresas, com vagas em aberto, fizeram entrevistas para selecionar eventuais novos funcionários. “O Dia D cumpriu seu objetivo, que é fazer a intermediação das empresas com esse público. O mais importante é que a mentalidade das empresas vêm mudando para melhor e isso vem beneficiando o cumprimento da lei de vagas para as pessoas com deficiência”, disse.
A chefe do RH de uma rede de supermercados, Caroline Guimarães Bueno, fez questão de frisar que há vagas em aberto que não são preenchidas na empresa por falta de pessoas interessadas. Segundo ela, atualmente, o supermercado onde trabalha está contratando dez funcionários, para setores diversos, com salário médio de R$ 1,2 mil. “Vamos tentar, neste Dia D, preencher as oportunidades”, comentou. Na Agência do Trabalhador, as vagas para as pessoas com deficiência também somam o número de dez.
Durante a fala de muitos funcionários de RHs, o que se ouviu foi a promessa da criação de um banco de currículos vitae para que, por meio dele, sejam preenchidas as vagas de empregos futuros. Morador na Vila Garcia, Marcelo Falcão Miranda, que teve o braço amputado em um acidente de trabalho aos 15 anos de idade (hoje está com 44), analisou o momento como oportuno para que as pessoas se conscientizem a respeito da capacidade de trabalho das pessoas com algum tipo de deficiência. “Para falar a verdade, sou contra os sistemas de contas disso ou daquilo, pois penso que a meritocracia é a melhor solução para que todos tenham a mesma condição. Sei das minhas capacidades, mesmo portando um tipo de limitação, mas sei que sou capaz de trabalhar com a mesma condição e empenho do que qualquer outro trabalhador”, afirmou.
Para Miranda, as empresas ainda estariam enxergando as pessoas com deficiência com certo preconceito, situação a qual ele não aceita. “Todo mundo tem algum tipo de limitação, por isso, quem tem necessidades especiais não pode se sentir inferior ou ser tratado como alguém de menor capacidade. Nossas limitações não nos impedem de sermos produtivos e eficientes para o meio onde vivemos ou trabalhamos”, lembrou.
box
Segundo ela, o termo adequado é “pessoa com deficiência”, expressão que foi promulgada em Convenção Internacional da Organização das Nações Unidas, em 2009.