No dia 28 de abril, o Brasil bateu um recorde assustador: a taxa de desemprego subiu para 13,7%, a maior da história, e 14,2 milhões de trabalhadores estavam no "olho da rua". Dezoito dias depois, em Nova Lima (MG), Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, apontou o motivo principal do grave problema: crescimento insustentável das despesas públicas, levando à queda da confiança e das atividades.
No Paraná, o panorama é diferente. Nos primeiros quatro meses do ano, o Estado criou quase 25 mil empregos e teve dez cidades destacadas entre as que mais geraram vagas de trabalho no País. O levantamento foi feito pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
“Aqui o governo fez a lição de casa e se antecipou ao problema”, afirma o professor Alexandre Porsse, do Departamento de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), responsável pelo setor regional e urbano. Ele explica a diferença entre o caos instalado no País e a travessia segura do Paraná a partir das medidas tomadas pelo Governo Estadual no final de 2014, resumidas por ele no forte controle de gastos combinado com elevação da receita.
SERVIDORES
Porsse ressalta que a estabilidade e ações para melhorar a infraestrutura dá confiança para investimentos no setor produtivo paranaense, mas faz questão de ressaltar um ponto importante: o pagamento em dia do funcionalismo público. Isso porque, como ex-funcionário da área econômica do Rio Grande do Sul, vê na tragédia do atraso e parcelamento de pagamentos daquele Estado um fator de desequilíbrio que aqui não há. “Dez por cento da atividade econômica de lá é gerada pelos servidores. Sem dinheiro, isso se reflete em todos os setores”.
Dos 399 municípios do Paraná, 65% geraram mais empregos que demissões no primeiro quadrimestre de 2017, segundo informa Julio Suzuki Júnior, diretor-presidente do Ipardes. O levantamento do instituto aponta Maringá, Cascavel e São José dos Pinhais como as cidades que mais criaram vagas, confirmando que a agroindústria (no caso das duas primeiras cidades) e a indústria automobilística são dois dos grandes pilares que sustentam a economia do Estado e o mantém como uma ilha dentro do País.
Os primeiros sinais de estabilização econômica, apesar da bagunça no plano político, são um bom sinal para o futuro imediato do Paraná, segundo analisa o professor Alexandre Porsse, repetindo a questão da lição de casa feita na hora certa.
O mapa do emprego mostra a criação de vagas em cidades de todas as regiões do Paraná, com destaque para Maringá (Norte/Noroeste), São José dos Pinhais e Curitiba (Leste), Pato Branco e Capanema (Sudoeste), Cascavel, Palotina, Medianeira (Oeste), Rio Negro (Sul) e Telêmaco Borba (Campos Gerais).
Da redação ADI
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