Tecnologia

Startup no Paraná cria prótese mamária para pacientes que tiveram câncer

Ideia é uma parceria da Regenera 3D com a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Curitiba

engenheiro segura prótese mamária que criou

Foto: Ian Lages/UTFPR

A startup Regenera 3D, em um projeto conjunto com a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Curitiba, criou e desenvolveu uma prótese mamária que transforma a vida de mulheres que passaram pelo câncer de mama. A Regenera contou com apoio do Governo do Estado, por meio de um programa de estímulo ao empreendedorismo inovador, da Fundação Araucária.

A comerciante Mirian Zancanaro Wergutz foi diagnosticada com câncer de mama aos 46 anos. Passou por cirurgia para a retirada de um nódulo. Mas, depois de cinco meses, o câncer voltou mais agressivo e foi necessário fazer uma mastectomia com a retirada total da mama. Além da dor física, ficaram os sentimentos de medo, angústia, insegurança e a queda da autoestima. 

“Não encontrei nenhum sutiã adaptado que se ajustasse a minha situação. Foi então que eu conheci esta prótese de silicone, confesso que foi uma alegria imensa. O tamanho, formato e peso são perfeitamente proporcionais e deixa tudo muito natural. Consegui voltar a usar as roupas que eu gostava, ir à praia e recuperei minha autoestima”, contou Mirian.

Prótese mamária e ergonomia

A prótese foi desenvolvida pelos pesquisadores da startup Regenera 3D, em conjunto com a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Curitiba, conta com a doação de próteses mamárias a pacientes de câncer de mama.

“São adaptados ao corpo da mulher, não são apenas um volume. Testamos em trezentas mulheres, para chegar em uma relação peso/volume que fosse semelhante a uma mama”, explicou o engenheiro e sócio da startup, Antônio Verguetz, sobre a ergonomia das próteses. “Assim, conseguimos fazer um sistema de alívio de peso que mantivesse a geometria e permitisse a prótese ser colocada no lugar do bojo de um sutiã, ficando imperceptível”, completou o engenheiro.

Apoio para a produção da prótese mamária

A demanda surgiu da Rede Feminina de Combate ao Câncer e os recursos para a aquisição dos equipamentos utilizados pela startup para a produção foram adquiridos durante a participação da Regenera no Programa Centelha. “Todo o apoio que recebemos participando do Centelha foi primordial para a existência da Regenera”, enfatiza o engenheiro Antônio Verguetz.

O Centelha é realizado com recursos da Fundação Araucária e da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) e visa estimular a criação de empreendimentos inovadores e disseminar a cultura empreendedora. 

A parceria com a startup foi apontada como primordial pela vice-presidente estadual da Rede Feminina de Combate ao Câncer do Hospital Erasto Gaertner, Angela Hilgemberg Zanlorenzi. “A Regenera realizou, incansavelmente, todos os testes necessários. Desenvolveu a parte técnica da prótese e foi uma grande aliada no sucesso desse projeto”, ressaltou Angela.

Outro fator importante, segundo a vice-presidente, é o custo benefício da prótese desenvolvida. “Através da parceria com a Regenera nós conseguimos adquirir um produto com valor muito menor que as próteses vendidas no mercado, o que possibilita um maior número de doações. Mesmo as pacientes com condições de comprar na lojinha da Rede compram por um valor muito menor”, observa Angela.

São doadas cerca de 20 próteses ao mês. A receita oriunda das próteses vendidas na lojinha da Rede Feminina é usada para financiar as próteses doadas. “A ideia é que após patentear o produto seja possível distribuir as próteses para todas as Redes Femininas do Brasil”, lembrou Angela.

Doação

Após produzidas pela Regenera, as próteses são doadas às pacientes encaminhadas pela equipe médica do Hospital Erasto Gaertner que executa a cirurgia de mastectomia. A Rede Feminina de Combate ao Câncer também tem uma lojinha, sem fins lucrativos, dentro do Erasto Gaertner, onde também há próteses e sutiãs adaptados à venda com preço acessível.

prótese mamaria é doada para mulheres que passam pelo cancer
“A ideia é que após patentear o produto seja possível distribuir as próteses para todas as Redes Femininas do Brasil”, disse a vice-presidente estadual da Rede Feminina de Combate ao Câncer, Angela Hilgemberg Zanlorenz. Foto: Fundação Araucária

A vice-presidente da Rede Feminina enfatizou que a ideia tem papel fundamental na recuperação da autoestima e confiança da mulher para continuar a sua vida social e suas relações. “Isso apoia a mulher emocionalmente, evitando crises de depressão e ansiedade”, destacou Angela.

Mais informações podem ser obtidas nas redes sociais da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Curitiba, no Instagram @rfcc_curitiba e no Facebbok Rede Feminina de Combate ao Câncer de Curitiba.

Neste mês, devido a campanha Outubro Rosa, a startup Regenera 3D também está com uma campanha de doação de 50 próteses mamárias. Mulheres mastectomizadas podem entrar em contato pelo e-mail [email protected].

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Sobre o Centelha

O Programa Centelha visa estimular a criação de empreendimentos inovadores e disseminar a cultura empreendedora. Através dele, são ofertadas capacitações, recursos financeiros e suporte para transformar ideias em negócios de sucesso.

A iniciativa contou com o investimento da Fundação Araucária e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) de R$ 4,6 milhões em suas duas edições. O número de empresas apoiadas deve passar de 70, com o valor de até R$ 60 mil por projeto.

A terceira edição do programa Centelha anunciou um investimento de R$ 124 milhões, quase o dobro da edição anterior.

Com informações da AEN

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Gabriela Perecin

Jornalista graduada pela Fema (Fundação Educacional do Município de Assis/SP), desde 2010. Possui especialização em Comunicação Organizacional pela PUC-PR. Atuou com Assessoria de Comunicação no terceiro setor e em jornal impresso e on-line. Interessada em desenvolver reportagens nas áreas de educação, saúde, meio ambiente, inclusão, turismo e outros. Tem como foco o jornalismo humanizado.


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