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Facebook encerra trending topics e anuncia mudanças

Em nota, a rede social informou que o recurso estava disponível apenas em cinco países. Foto: Reprodução/O Globo/Reuters

O Facebook começa a remover nesta semana o recurso trending topics, que reúne notícias e tópicos mais populares da rede social. A empresa alega que pesquisas conduzidas por suas equipes descobriram que os usuários viam cada vez menos utilidade na ferramenta.

 

Em nota, a rede social informou que o recurso estava disponível apenas em cinco países, e era responsável por, em média, 1,5% dos cliques para os publishers. A companhia acrescentou que estuda outras maneiras de exibir notícias, incluindo etiquetas “Notícias de Última Hora” e “[Notícias] de Hoje”.

 

Trata-se de mais uma entre tantas mudanças do Facebook na tentativa de contornar a maior crise de credibilidade de sua história, na qual a rede social está pressionada a corrigir muitas de suas práticas comerciais que causam impacto negativo nas sociedades. Entre elas estão o fenômeno da disseminação de notícias falsas e a falta de privacidade, por exemplo, em especial em períodos eleitorais – e, neste ano, há vários países que vão às urnas, inclusive o Brasil.

 

Pesquisas mostram que, desde a revelação de que houve uso ilegal de dados de milhões de usuários do Facebook via Cambridge Analytica, a gigante da mídia social manteve seu público. Há, porém, claros sinais de crescente desconfiança do público em relação à empresa norte-americana.

 

Pesquisa da Thomson Reuters mostra que metade dos usuários da rede social nos Estados Unidos disseram que continua a consumir o mesmo tempo que gastava na plataforma antes do escândalo. Mais de um quarto dos entrevistados disseram que passaram a fazer mais uso, enquanto 18% afirmaram utilizar menos (18%) e apenas 1% dos entrevistados disse que excluíra sua conta.

 

Menos compartilhamentos

O estudo da Thomson Reuters indica, entretanto, que cresceu a preocupação com a privacidade de dados, o que sustenta alterações nos hábitos das pessoas na rede social, que passaram a compartilhar menos postagens.

 

Quando perguntados por que estão compartilhando menos conteúdo com amigos e seguidores nas redes sociais, comportamento que é fundamental no modelo de negócios do Facebook, 47% dos usuários disseram estar preocupados com a privacidade.

 

Em outra pesquisa, realizada em março pela Raymond James Financial, mais de oito em cada dez usuários de internet dos Estados Unidos estavam “pelo menos um pouco preocupados” sobre como suas informações pessoais são usadas pelo Facebook. Uma terceira pesquisa, do Gallup, em abril, descobriu que 43% dos usuários da rede social estavam muito preocupados com a invasão de privacidade.

 

Dados repassados a companhias de celulares

Enquanto tenta cicatrizar as feridas do caso Cambridge Analytica, o Facebook permanece a acumular escândalos, que tendem a deixar seus usuários ainda mais preocupados. Reportagem do jornal The New York Times, publicada nesta segunda-feira, 4,, revela que a empresa de Mark Zuckerberg fez acordos com fabricantes de celular e outros dispositivos — como Apple, Amazon, BlackBerry, Microsoft e Samsung — para o compartilhamento de dados de usuários e de seus amigos na última década, segundo informações de funcionários do Facebook.

 

Os acordos, conforme reproduziu no Brasil o jornal O Globo, permitiram uma expansão do alcance do Facebook e que fabricantes oferecessem facilidades como botões de “curtidas” e catálogos de endereços. Esses contratos permitiam que as empresas tivessem acesso a informações de usuários mesmo sem a autorização explícita e mesmo depois de afirmar que não dividiria esse tipo de dado com pessoas de fora da rede social.

 

Em nota, o Facebook informou que, no passado, havia uma dificuldade de se construir versões do Facebook que funcionassem em todo telefone ou sistema operacional. E que os programas integrados com os fabricantes — chamados de APIs — permitiram que as companhias recriassem as experiências do Facebook nesses dispositivos e os usuários tivessem acesso à rede social por ali.

 

As parcerias, disse no comunicado o vice-presidente de Parcerias de Produtos do Facebook, Ime Archibong, eram controladas de perto e as informações compartilhadas pelo Facebook não podiam ser usadas para outros objetivos sem a permissão do usuário.

 

“Ao contrário do que alega o The New York Times, as informações de amigos, como fotos, só poderiam estar acessíveis em dispositivos onde as pessoas tomavam a decisão de compartilhar com esses amigos. Não temos conhecimento de nenhum abuso por essas companhias”, aponta o texto.

 

Investida em mobile

As alterações promovidas agora pelo Facebook, que resultam no fim da trending topics, levam em consideração essas e outras informações que apontam para o desgaste de credibilidade. Além disso, informou o site Poder360, o Facebook constatou que os usuários estão consumindo notícias mais por celulares e por vídeo. O que estimulou a companhia a explorar “novas maneiras de ajudar as pessoas a se manter informadas sobre notícias de última hora que importam, enquanto garantimos que as notícias que eles veem no Facebook são de fontes confiáveis e de qualidade”

 

A etiqueta “Notícias de Última Hora” está em testes com 80 publishers nas Américas do Norte e do Sul, na Europa, na Índia e na Austrália, que permite que os veículos adicionem o indicativo para seus posts no feed de notícias. Notificações com o mesmo fim também estão sendo testadas.

 

O tópico “[Notícias] de Hoje" é uma nova área, em fase final de elaboração, no Facebook que “conecta pessoas para as últimas e mais importantes notícias de veículos locais em sua cidade, assim como atualizações de oficiais locais e organizações”. Há ainda a etiqueta “Vídeos de Notícias no Watch”, na qual os usuários norte-americanos terão seção dedicada no Facebook Watch para coberturas ao vivo, briefings de notícias diários e especiais semanais exclusivos.
Fonte: Redação ANJ

 

Leia mais em:

https://www.wired.com/story/facebook-is-giving-scientists-its-data-to-fight-misinformation?mbid=nl_060118_daily_list3_p5&CNDID=899600

https://www.emarketer.com/content/many-facebook-users-are-sharing-less-content-because-of-privacy-concerns?ecid=NL1001

https://newsroom.fb.com/news/2018/06/removing-trending/

HTTPS://BR.REUTERS.COM/ARTICLE/INTERNETNEWS/IDBRKCN1IX5NF-OBRIN

https://www.poder360.com.br/midia/facebook-anuncia-fim-do-trending-e-mudancas-na-distribuicao-de-noticias/

HTTPS://OGLOBO.GLOBO.COM/ECONOMIA/FACEBOOK-NEGA-PROBLEMAS-NO-COMPARTILHAMENTO-DE-DADOS-COM-FABRICANTES-DE-CELULAR-22744042

HTTPS://OGLOBO.GLOBO.COM/ECONOMIA/FACEBOOK-COMPARTILHOU-DADOS-DE-USUARIOS-COM-FABRICANTES-DE-CELULAR-DIZ-JORNAL-22743569

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