Chamas foram controladas pelos bombeiros em duas horas
Na madrugada de quarta-feira, 22, por volta das 4h, um incêndio aconteceu na estrutura de correias transportadoras de dois terminais privados que atuam no segmento de granéis sólidos de exportação no Porto de Paranaguá. A dala afetada pelas chamadas passava entre as empresas Cimbessul e AGTL e por cima da Avenida Coronel José Lobo, na região portuária de Paranaguá. Imediatamente, segundo a empresa pública Portos do Paraná, o Corpo de Bombeiros e a Guarda Portuária foram acionados e as chamas foram controladas por volta das 6h30. Não houve vítimas.
“No momento do incidente, nenhuma das linhas estava operando. Ambas já haviam concluído as operações programadas para os terminais. Segundo informações iniciais, o fogo teria começado na estrutura da AGTL e se alastrado para a empresa ao lado, Cimbessul. Ambos os terminais têm as estruturas aéreas localizadas sobre a Avenida Coronel José Lobo, em Paranaguá. Por medidas de segurança, desde o aviso do incêndio as operações de embarque de grãos e farelo pelo Corredor de Exportação foram interrompidas”, informou a Assessoria de Comunicação da Portos do Paraná.
Segundo a empresa pública, assim que fogo foi contido, as correias do complexo em sua totalidade foram lavadas e voltaram a operar por dez minutos, sem produtos, para confirmar a ausência de qualquer resquício de fogo. “Tão logo os procedimentos foram finalizados, a Portos do Paraná, Associação dos Operadores Portuários do Corredor (AOCEP) e Associação dos Terminais do Corredor de Exportação de Paranaguá (Atexp) retomaram as operações”, informa.
“Não houve qualquer ferido, nem prejuízo às operações que permaneceram paralisadas por cerca de 7h. No Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá, 11 terminais atuam no embarque de granéis, interligados. Portanto, sem AGTL e Cimbessul, seguirá operando com 9 terminais (2 públicos e 7 privados). As causas do incêndio estão sendo investigadas e reparos serão feitos imediatamente para que os dois terminais voltem à operação o quanto antes. As operações nos demais berços, incluindo a movimentação de contêineres, fertilizantes e carga geral, não foram afetadas e seguem normais”, afirma a Portos do Paraná.
Segundo a assessoria, as operações no corredor de exportação foram retomadas por volta das 11h de quarta-feira, 22. “Os embarques dos granéis de exportação seguem normalmente com nove terminais. Por enquanto, AGTL e Cimbessul ficam com as operações paralisadas até que os reparos sejam realizados nas estruturas aéreas atingidas pelo incêndio desta madrugada”, explica.
De acordo com a Diretoria de Operações da Portos do Paraná, para que os navios atracados que já tinham carga da AGTL e Cimbesul possam carregar, as cargas foram reprogramadas para outros terminais, para não prejudicar o carregamento dessas embarcações. “Os próximos navios do line up também estão sendo revisados, retirando a carga desses dois terminais e programando para os demais que integram o complexo”, finaliza a Portos do Paraná.
Segundo o Corpo de Bombeiros de Paranaguá, equipes foram acionadas durante a madrugada para ocorrência de incêndio em esteira de transporte de grãos na região portuária. “Esta esteira, também conhecida como dala, saía da empresa AGTL e passava por cima da Avenida Coronel José Lobo em direção ao Porto. Durante o combate às chamas, o funcionamento da dala foi interrompido, o que interrompeu o avanço do incêndio, por volta das 7h”, explica.
“Após a extinção, foi realizado o rescaldo no local, a fim de impedir um possível retorno das chamas e extinguir todos os focos de incêndio. Foram utilizados os caminhões de combate a incêndio de Paranaguá, Morretes, Pontal do Paraná e Matinhos, perfazendo um total de 5 caminhões e 13 bombeiros envolvidos na ocorrência. A mobilização de várias viaturas do Corpo de Bombeiros foi crucial para a resolução rápida da ocorrência, que não gerou vítimas”, salienta o Corpo de Bombeiros
Prefeitura, MPPR, MPF e MPT
A Folha do Litoral News entrou em contato com a Prefeitura de Paranaguá, Ministério Público do Paraná (MPPR), Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público do Trabalho (MPT), sobre as licenças vigentes das empresas envolvidas no incêndio, bem como se irão tomar medidas sobre o incidente. Em nota, o MPF afirmou que “não irá se posicionar até receber informações dos órgãos fiscalizadores da atividade”. O MPPR deverá se posicionar assim que informado sobre o inquérito ou for acionado para participar da investigação.
A assessoria do MPT afirmou que “está sendo instaurado um procedimento para investigação” e que “após a análise do episódio teremos mais informações”. O município não retornou até o fechamento da edição.
Empresas envolvidas
A redação entrou em contato com a Cimbessul e AGTL sobre o incidente em questão questionando sobre licenças ambientais e operacionais em vigência, manutenção das esteiras e previsão de volta à operação, entretanto ambas não retornaram até o final da edição.
Fotos: Corpo de Bombeiros – Litoral