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Segurança

Guarda Municipal afirma que vai agir com mais rigor na fiscalização do uso de cerol em pipas

Motociclista teve ferimentos no rosto em Paranaguá

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Na quinta-feira, 5, uma motociclista teve ferimentos no rosto causados pelo uso indevido de pipas com cerol, em Paranaguá. Ela se deparou com o fio no meio da pista da BR-277, próximo ao Jardim Iguaçu, e agiu a tempo de desviar do material cortante e evitar ferimentos mais graves. O acidente chamou a atenção dos moradores e a Guarda Civil Municipal afirma que vai agir com mais rigor na fiscalização.

Nas redes sociais, a motociclista Adriana de Andrade Nunes relatou o ocorrido.

“Eu estava passando na BR do Jardim Iguaçu e vi um fio com cerol de pipa no meio da pista. Estava vindo uma carreta atrás e não deu tempo de frear, senão passava por cima de mim com a moto. O fio ia pegar no meu pescoço, baixei a cabeça e pegou dentro da viseira, no meu olho e nariz. Levei quase 15 pontos, nasci de novo, foi um grande livramento do Senhor Jesus na minha vida”, contou a moradora.

Segundo Adriana, o acidente aconteceu às 15h40 e ela foi encaminhada para atendimento. “Ainda tenho muita dor na pálpebra, pois só em cima do olho foram nove pontos, mais no nariz. Quase perdi a visão. Tive que ir ao posto de saúde perto da minha casa no Jardim Iguaçu”, disse.

Fiscalização

Guarda Civil Municipal apreende diariamente o material proibido (Foto: Divulgação GCM)

A comandante geral da Guarda Civil Municipal, Márcia Garcia, afirmou que, diariamente, as equipes recolhem o material na cidade. “O cerol sempre é utilizado nos bairros, quase diariamente recolhemos, temos uma campanha educativa “Com cerol você não brinca, você mata”. Estamos sempre fiscalizando, nos bairros há um índice muito grande e ainda mais fio chileno”, explicou Márcia.

Por isso, ela faz um alerta para que os pais verifiquem se os filhos estão utilizando o material, que é proibido pelos riscos que oferece.

“É importante que os pais prestem muita atenção quando os filhos compram esses fios. Normalmente, os fios chilenos são coloridos e a gente já reconhece de longe. Temos também muitos adolescentes e adultos fazendo uso de pipa com esses materiais”, ressaltou a comandante da Guarda.

Ela reforça que a Guarda Municipal tem realizado várias campanhas para a não utilização do cerol. “Tivemos o exemplo dessa motociclista que sofreu o acidente e a Guarda Municipal vem preventivamente fiscalizando os bairros recolhendo esses fios, mas vamos agir com mais rigor a partir de agora para que os adultos sejam encaminhados para a delegacia. A gente entende que o fio chileno é uma arma, pois pode ser até letal”, completou Márcia.

Bombeiros

O chefe da Comunicação Social do 8.º Grupamento do Corpo de Bombeiros, 2.º tenente Rodrigo Guilherme Malaquias da Silva, disse que não foram realizados atendimentos envolvendo linhas com cerol nos últimos meses. 

“O pó de vidro utilizado na confecção do cerol pode ser acidentalmente ingerido ou inalado, podendo causar ferimentos às vias aéreas e sistema digestório, bem como pode entrar em contato com os olhos, podendo causar danos à visão. Depois de pronto, o material cortante oferece riscos a quem o utiliza, bem como aos pedestres, ciclistas e motociclistas, que podem sofrer cortes ao entrar em contato com as linhas”, considerou o tenente.

No caso de acidentes com o material, o Corpo de Bombeiros orienta que deve ser realizada a contenção do sangramento em casos leves, como cortes nas mãos. “Em casos mais graves, em que o corte apresente hemorragia de difícil contenção, deve-se acionar o SAMU (192) para atendimento e transporte à unidade de saúde”, ressaltou o tenente Malaquias.

Punição

No ano passado, o Governo do Paraná sancionou a lei que proíbe a posse, uso, fabricação, comercialização e transporte da mistura de cola e vidro, popularmente conhecida como cerol ou linha chilena, comumente utilizada para atribuir efeito cortante aos fios de pipas, papagaios, pandorgas e bidês. 

Conforme a lei, o descumprimento sujeita o infrator ao pagamento de multa nos seguintes valores: R$ 1.062,20 (dez vezes a Unidade Padrão Fiscal do Paraná, de R$ 106,22), quando pessoa física; e R$ 2.124,40 (vinte vezes a UPF/PR), quando pessoa jurídica.

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