As orientações do Corpo de Bombeiros do Paraná sobre armazenamento, manipulação e comercialização de produtos perigosos ganham nova urgência diante da explosão ocorrida nesta terça-feira, 13, em uma fábrica de explosivos da Enaex Brasil, em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba.
Para o Major Fabrício Frazatto dos Santos, comandante do 8.º Grupamento do Corpo de Bombeiros do Litoral, “a missão constitucional do CBMPR inclui a prevenção contra incêndio e desastres”. Ele destaca o papel do Código de Segurança contra Incêndio e Pânico, que exige a adoção de medidas de prevenção e combate em edificações, estabelecimentos, áreas de risco e eventos temporários onde haja armazenamento, manipulação ou pontos de venda de produtos perigosos.
Segundo o comandante, tais locais devem observar normas técnicas específicas, e o procedimento regular inicia com a empresa ou o autônomo que solicita autorização no setor de vistoria do Corpo de Bombeiros. A vistoria orienta quanto às exigências de segurança. Além disso, a fiscalização pode ocorrer a qualquer tempo, seja mediante denúncia da população, ou por iniciativa dos próprios órgãos, caso detectem desconformidades.
Outros órgãos também participam do controle desses produtos. “Há o Exército Brasileiro, que concede registros, autoriza, fiscaliza e controla a detonação desses produtos (quando são explosivos), além da Polícia Civil, que pode exigir documentações específicas, como autorização para queima de baterias de fogos de artifício, e a própria Receita Federal, entre outros”, explicou o Major Frazatto.

O objetivo central, frisa o comandante, é estabelecer medidas de proteção que garantam a salvaguarda da vida e do patrimônio, por meio da prevenção e do combate eficiente a qualquer situação de risco envolvendo produtos perigosos.
TRAGÉDIA EM QUATRO BARRAS RESSALTA IMPORTÂNCIA DOS PROTOCOLOS
Na manhã desta terça-feira, 12 de agosto de 2025, uma explosão destruiu uma edificação de aproximadamente 25 metros quadrados em uma fábrica de explosivos da Enaex Brasil, em Quatro Barras, na BR-116. Pelo menos nove pessoas morreram e diversas ficaram feridas ou estão desaparecidas; o local foi completamente destruído, restando apenas uma cratera no terreno.
Desde as primeiras horas do dia, as equipes do Corpo de Bombeiros, com o apoio do esquadrão antibombas, realizaram o isolamento e resfriamento da área, possibilitando uma operação segura para buscas e atendimento às vítimas.
Equipes da Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar e Polícia Científica seguem mobilizadas, com mais de 50 profissionais atuando na identificação das vítimas e na investigação das causas do acidente. O secretário de Estado de Segurança Pública, Hudson Teixeira, enfatizou a atuação rápida e coordenada entre os órgãos, e ressaltou a colaboração da empresa no socorro e rescaldo do local.


O governador Ratinho Junior, por sua vez, expressou solidariedade às famílias das vítimas e considerou o episódio como sendo “um dia triste na história do nosso Estado”.
A tragédia em Quatro Barras evidencia a relevância das orientações do major Frazatto. A prevenção eficaz depende do cumprimento de normas técnicas, da fiscalização constante e da cooperação entre empresas e órgãos competentes. Como enfatiza o comandante, essas ações buscam proteção à vida e ao patrimônio.
Segundo o Corpo de Bombeiros, para que episódios como este não se repitam, é essencial que todas as empresas que lidam com produtos inflamáveis ou explosivos estejam em dia com as autorizações, contem com brigada interna, adotem planos de contingência, e mantenham diálogo ativo com os órgãos de segurança.