Um dos principais executivos do setor portuário na atualidade atende pelo nome de João Gilberto Freire Cominese. Natural de Curitiba, mas parnanguara de coração, ele é o presidente do Conselho da Rocha Top e um dos diretores da empresa, a qual tem como data de fundação o ano de 1864. A Rocha Top é uma corporação que orgulha a cidade pelo desempenho sólido e crescente, se tornando uma das gigantes da área em que opera e contribuindo para a geração de emprego e renda para cerca de mil famílias.
Dono de uma capacidade de pensamento em que as convicções para os negócios são reafirmadas pela racionalidade daquilo que analisa e contextualiza, características que são advindas da formação acadêmica como economista, o empresário João Gilberto faz projeções de expansionismo para a Rocha Top nos próximos anos e décadas. Em Paranaguá, por exemplo, investimentos na ordem de R$ 600 milhões, realizados ao longo dos últimos quatro anos, vêm permitindo que a infraestrutura de armazenamento estático da empresa, dos produtos que são exportados e importados via Porto Dom Pedro II, chegue à marca de 300 mil toneladas. “Graças a isso, podemos afirmar que a Rocha é neste momento uma das maiores empresas, em termos de infraestrutura de armazenagem, do País”, definiu.
Contudo, já há algum tempo, a geografia da Rocha Top deixou somente de ser a cidade de Paranaguá, uma vez que ela também opera em Santa Catarina, no Porto de São Francisco do Sul, no Rio Grande do Sul, no Porto de Rio Grande, além de Santos e Maranhão, no Porto de Itaqui. “Temos uma gestão profissional e com constantes análises de mercado, pois em qualquer ramo de atividade em que se esteja inserido as decisões só devem ser tomadas mediante informações que detemos, para que possamos, assim, nos posicionar no mercado. Essa sempre foi a nossa postura para galgar novos horizontes ao longo de toda a nossa história. Além disso, o trabalho de cada colaborador precisa estar alinhado com aquilo que temos como valores da empresa, os quais são pautados pela correção na gestão, pelas boas práticas, motivação e um relacionamento saudável com os nossos fornecedores e demais parceiros. A soma de todos esses fatores nos garante a excelência na prestação dos serviços”, explicou o executivo da empresa.
PARANAGUÁ, PORTO E POLÍTICA
Mesmo estando operando em diversos outros portos do Brasil, João Gilberto assegura que a movimentação de cargas pelo Porto de Paranaguá segue como o principal em termos de atuação. “Operamos com a carga geral, com a importação de fertilizantes e, em breve, faremos o embarque de produtos vegetais, além, também de toda a nossa participação com o granel líquido devido a nossa sociedade com a empresa Cattalini, a qual se deu em 2011. Enfim, estamos amplamente conectados com as necessidades do município e assim queremos prosseguir”, disse.
Para o presidente do Conselho da Rocha Top, o Porto de Paranaguá, depois de viver um grande período de estagnação, ganhou projeção com a administração do Governo Beto Richa, o qual passou a desenvolver uma política de investimentos em setores fundamentais no porto local. “Não há dúvida de que existe uma postura proativa por parte do atual Governo Estadual no tocante ao Porto de Paranaguá, circunstância essa que dá muito mais segurança aos projetos e contratos firmados. Ressalto ainda a presença de diretores na Appa que conhecem bem a atividade portuária, ou seja, há um clima favorável para o crescimento dos negócios”, comenta.
Porém, João Gilberto reforça a necessidade de uma constante manutenção desta política para que a competitividade siga sempre elevada no Porto de Paranaguá. “A dragagem é uma questão crucial em nosso porto, pois a qualidade no acesso marítimo dependerá sempre dessa situação. Em se tratando de equipamentos portuários, a modernização precisa ser sempre observada, de modo a fazer com que a tecnologia seja uma aliada presente na excelência das operações portuárias. Porém, existe um gargalo (termo técnico para definir dificuldade estrutural) chamado acesso rodoviário, pois a cidade de Paranaguá necessita, urgentemente, de vias de acesso condizentes com sua importância no cenário nacional portuário. Neste ponto, o atraso é grande, gera transtornos para a comunidade e prejuízos para todos que dependem desta infraestrutura”, resume.
Buscando ser otimista dentro daquilo que vê como realidade brasileira, o executivo da Rocha Top se diz cético em relação a grandes mudanças no cenário estrutural do País a curto prazo, motivo pelo qual ele entende que a recessão econômica seguirá afetando as projeções de crescimento de muitas empresas brasileiras. “Aqui abro um parêntese para lembrar que um País que não investiu em Educação, de forma correta, colhe agora os frutos de uma grave crise no sistema penitenciário. Espero que este quadro mude, apesar de ter uma convicção de que no Brasil nada se muda. Busco ter algum otimismo, mas é difícil”, confessou.
Ao voltar a retratar a realidade local, João Gilberto destacou que os impactos na economia só não são maiores porque o agronegócio tem sido o responsável pelos poucos números positivos da economia brasileira. “Contudo, isso não significa que devemos relaxar, pelo contrário, temos que nos manter sempre com o sinal de alerta ligado, uma vez que estamos atravessando um período de instabilidade nesta nau chamada Brasil”, finalizou.