Religiosidade

Projeto Marco Zero deve avançar em 2024 com novas ações

Iniciativa inclui o levantamento arquitetônico e histórico da Catedral Diocesana em Paranaguá

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O Projeto Marco Zero é uma iniciativa que visa a restauração da Catedral Diocesana Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá. Iniciado no ano passado, esta primeira etapa tem como objetivo levantar informações sobre a construção histórica para planejar a execução da obra. Grande parte das ações do projeto devem ser realizadas neste ano de 2024, entre elas o levantamento das características originais do edifício e o envolvimento com a comunidade.

O prédio da igreja é tombado em nível estadual como patrimônio histórico e artístico do Paraná, assim como em nível federal, por pertencer ao conjunto do centro histórico de Paranaguá. Trata-se de um patrimônio parnanguara e dos paranaenses.

Segundo a arquiteta e urbanista, Letícia Nardi, coordenadora do projeto cultural Marco Zero, os projetos de restauração possuem três etapas. “Primeiro fazemos a identificação e conhecimento do bem, que abrange um levantamento arquitetônico, inclui também entender a história de como aquele edifício foi construído, em qual época e as modificações que teve”, disse Letícia.

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O maior desafio, de acordo com a coordenadora do projeto, é lidar com a parte histórica por se tratar de um edifício de mais de 400 anos
Foto: Projeto Marco Zero

Em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) também será realizada uma pesquisa arqueológica ainda no início de 2024. “Com um aparelho de georradar vamos analisar o subsolo em parceria com a universidade. Para o levantamento arquitetônico, por exemplo, para entender as medidas e todos os elementos da Catedral, a gente utilizou um escaneamento a laser e estamos finalizando essa parte e a partir disso teremos as plantas, as perspectivas que vão servir de base para os outros projetos”, afirmou Letícia.

A segunda etapa consiste em um diagnóstico para avaliar a situação da igreja e todo seu entorno e a terceira etapa a definição do que é necessário fazer para a restauração do prédio, considerando o seu uso atual e também futuro.

“Nas questões de segurança do prédio, revisão completa do projeto de prevenção de incêndios e do sistema de proteção contra as descargas atmosféricas, os para raios. Queremos deixá-lo dentro das normativas atuais de uso e de segurança, visto que é uma edificação religiosa onde todos os dias muitas pessoas utilizam e é preciso ter essa preocupação”, afirmou a arquiteta.

Segundo ela, por se tratar de um local simbólico para Paranaguá e para todo o Estado, todas as tomadas de decisões do projeto são importantes. “Estamos também trabalhando com uma lei de incentivo à cultura, por isso tentamos fazer o melhor possível, da forma mais transparente. Estamos junto com a Diocese de Paranaguá para trabalhar de forma técnica”, enfatizou Letícia.

O recurso para iniciar o projeto Marco Zero foi liberado no final do mês de agosto do ano passado e, no mês seguinte, as ações já foram iniciadas. Até agora, a arquiteta observa que o maior desafio é lidar com a parte histórica por se tratar de um edifício de mais de 400 anos. “É uma história que não está completamente documentada, estamos garimpando peças de um grande quebra cabeça para poder contar melhor a história desse lugar que é um símbolo importante, talvez seja esta a edificação religiosa mais antiga que tenhamos e seu uso está vigente desde a primeira construção”, lembrou a arquiteta.

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Em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) também será realizada uma pesquisa arqueológica no espaço

Ações para 2024

A parte técnica do projeto deve ser consolidada até o fim de 2024. Além disso, a iniciativa também conta com contrapartidas no âmbito social, com atividade de educação patrimonial com a comunidade em parceria com a Diocese de Paranaguá, escolas e secretaria municipal de Cultura.

O Marco Zero ainda prevê a publicação de um livro com os levantamentos históricos sobre a Catedral. “É uma forma da gente difundir a historia para que não fiquem apenas em um relatório técnico”, disse Letícia.

Também foi lançado o desafio para que a comunidade contribua com imagens antigas da Catedral como casamentos, batizados ou mesmo visitas feitas ao local. “Vamos ampliar esse pedido nas redes sociais, estamos nos organizando para receber essas imagens, quem tiver e já puder procurar essas fotos será muito interessante e vai contribuir muito”, declarou.

Utilização do espaço

No último ano, o espaço no entorno da Catedral Diocesana foi mais utilizado para festas, como a festa junina; e no Natal, com uma projeção mapeada na fachada da Catedral com teatro para o público infantil. Para a arquiteta, a utilização da praça em frente a igreja e integração com a comunidade ajuda na valorização do espaço.  

“Isso é interessante porque valoriza o espaço, traz mais pessoas para a área e também tem um processo simbólico de entender que aquele lugar é representativo e importante para Paranaguá. É um patrimônio cultural que não está só no passado, é um ambiente que pode ser vivenciado hoje e no futuro. A gente não preserva o edifício para ficar no passado, mas para seguir no futuro com todo o seu potencial de uso e representação que tem para a cidade e para os católicos e também um símbolo urbano, um referencial para todas as pessoas”, concluiu Letícia.

A Empresa proponente que realiza as ações é a Inspire-C Arquitetura, Urbanismo e Patrimônio Cultural.

História, religiosidade e cultura

Igreja em estilo colonial português datada do século XVIII. Sua estrutura divide-se em quatro corpos a saber: nave, capela mor, sacristia lateral e torre construída à direita de seu frontão. O primeiro marco de sua construção data do ano de 1578, mas o templo não pode ter esta data como sendo a de sua construção pois muitas mudanças foram realizadas. 

Somente em 1725 é oficializada a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá que teve na igreja matriz sua sede. O templo é uma das edificações mais antigas do Paraná e um referencial da confirmação da posse portuguesa no território paranaense.

Com informações do Patrimônio Cultura do Paraná

Projeto Marco Zero deve avançar em 2024 com novas ações

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Projeto Marco Zero deve avançar em 2024 com novas ações

Gabriela Perecin

Jornalista graduada pela Fema (Fundação Educacional do Município de Assis/SP), desde 2010. Possui especialização em Comunicação Organizacional pela PUC-PR. Atuou com Assessoria de Comunicação no terceiro setor e em jornal impresso e on-line. Interessada em desenvolver reportagens nas áreas de educação, saúde, meio ambiente, inclusão, turismo e outros. Tem como foco o jornalismo humanizado.