Na terça-feira, 6, cardeais que irão participar do Conclave para eleger o novo Papa da Igreja Católica começaram a adentrar em dois hotéis no Vaticano onde ficarão totalmente isolados do mundo exterior para decisão de quem será o Sumo Pontífice que irá suceder o Papa Francisco. A eleição acontecerá na Capela Sistina que fechará suas portas na tarde da quarta-feira, 7, onde todos os cardeais com idade inferior a 80 anos poderão votar no próximo líder da Igreja que conta com mais de 1,4 milhão de membros no mundo, 182 milhões deles no Brasil, que representa 13% do total mundial de católicos, segundo a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O Conclave gera a expectativa não apenas no sentido global, mas também em cada País e Diocese espalhada pelo mundo. A comunidade católica de Paranaguá e do litoral anseia saber quem será o novo Papa, bem como o caminho da Igreja para os próximos anos .Segundo o bispo diocesano, Dom Edmar Peron, após o sepultamento do Papa Francisco em 26 de abril, o processo do Conclave entrou em foco. “O Conclave é algo muito exigente e simples ao mesmo tempo. Exigente porque devem escolher o novo papa, mas simples no rito: votam em consciência, dizendo diante de Deus que aquele é digno de ser o novo pontífice”, completa.
O período que antecedeu ao Conclave realizou “congregações gerais” entre cardeais de todo o mundo, discutindo desafios da Igreja Católica para os próximos anos. “Para mim, essa é a parte mais importante. Não se trata apenas de uma eleição, mas de compreender qual o perfil necessário para o próximo Papa”, destacou.
Papa do Brasil: há a possibilidade?

Segundo Dom Edmar Peron, há necessidade de responder com cautela sobre a possibilidade de um brasileiro ser escolhido como próximo Papa. “A gente sabe que se entra cardeal e se sai papa. Se o perfil desejado for encontrado em um brasileiro, por que não? Mas eu creio que quem conduz tudo isso é o Espírito Santo”, afirma.
Durante este período onde a Igreja ficou sem Papa, estas datas são denominadas de “sede vacante”, onde não há uma pessoa no papel de Sumo Pontífice, mas sim uma coordenação, visto que, com o falecimento de Francisco, a Igreja está sem Papa. “A missão apostólica do sucessor de Pedro está vacante, à espera da eleição do novo Papa”, explicou.
Neste período, a referência de unidade para a Igreja é o bispo diocesano. “Na oração eucarística, dizemos: ‘Em comunhão com nosso bispo’. Como não temos um Papa, o bispo se torna essa referência”, salienta.
Nome do novo Papa
Há uma tradição na Igreja Católica: a adoção de um novo nome pelo Papa que será eleito. Isso ocorreu no último Conclave, quando Jorge Mario Bergoglio escolheu se chamar Francisco. “O nome, na Bíblia, indica missão. Francisco foi o primeiro a escolher esse nome, carregado de significado. Ele disse: ‘Quando houver um segundo, será Francisco II. Eu sou apenas Francisco’”, finaliza Dom Edmar Peron.
Católicos destacam expectativa para o Conclave

“Nós católicos devemos lembrar que o próximo Papa já está escolhido pelo Espírito Santo. Pensando assim, minha expectativa é que os cardeais eleitores ‘percebam’ de forma rápida qual deles é o mais indicado para a sucessão de Francisco. Na prática, dois a cinco dias. Sabemos que todos os cardeais, são muito bem formados intelectualmente e espiritualmente e quem deles for o Papa, vai conduzir a Igreja Católica com amor, sabedoria, humildade e alegre esperança”, afirma a coordenadora da Pastoral da Comunicação da Diocese de Paranaguá – Pascom, Giolete Babinski.
Segundo Giolete, a expectativa é de prosseguir em um caminho de fraternidade junto à Igreja Católica. “Considero que o caminho indicado pelo Papa Francisco: A Misericórdia e o Amor de Deus, a ação contínua do Espírito Santo e a necessidade de amar como Jesus amou, com compaixão e sem julgar, será continuado e manterá a Igreja como voz ativa para o mundo alcançar a paz e a salvação”, finaliza Babinski.

“A expectativa para a chegada de um novo Papa é de que ele seja uma pessoa guiada pelo Espírito Santo e que, a partir de seu papado, a Igreja Católica continue fortalecendo a fé e o coração do seu povo”, afirma Francielle de Oliveira Bezerra, ministra da Sagrada Eucaristia do Santuário do Rocio.
Francielle Bezerra destaca a expectativa do novo Papa ser um líder que preze pelo diálogo. “Que ele seja uma pessoa aberta a ouvir a todos, os acolhendo sempre e os direcionando para uma vida de santidade, mesmo em meio às turbulências do dia a dia”, finaliza.