A tradição do bolo de Santo Antônio vem se fortalecendo a cada ano através da devoção dos fiéis. No dia 13 de junho, data comemorativa ao santo, um bolo de 7 metros foi preparado e vendido em quase mil fatias na Paróquia localizada na Vila Gregório.
Centenas de medalhinhas todos os anos são colocadas em meio aos recheios dos bolos. Segundo a tradição, quem encontra uma delas poderá se casar ou ter a proteção de Santo Antônio para os próximos 12 meses.
Após a bênção feita pelo padre Emerson Zella, o bolo começou a ser vendido em fatias. Uma fila já se formava mesmo antes da igreja ser aberta, antes das 8h30, comprovando que a procura pelo bolo representa mais que a busca por uma guloseima, e sim a prática da fé e solidariedade.
Muitas pessoas que estavam na fila destacaram que procuram o bolo para ter saúde e bênção de Santo Antônio. Outras, no entanto, seguem a tradição e sonham com o casamento que vive no imaginário encontrado nas famosas medalhinhas.
Para o padre Emerson, o mais importante é celebrar a vida e lembrar o exemplo de caridade deixado por Santo Antônio.
“É essa caridade que falta no mundo de hoje. As pessoas deviam se voltar um pouco mais para Santo Antônio e perceber a respeito da partilha, da justiça e da fraternidade, valores que ele viveu a vida e hoje quase não encontramos. Muitas pessoas não fazem as coisas pela caridade e perguntam o que vão ganhar. E ao ver Santo Antônio a gente percebe a disponibilidade de fazer pelo pobre mesmo eles não tendo nada a oferecer, mas mesmo assim ele fazia alguma coisa por eles. Essas marcas de Santo Antônio devem estar guardadas em nossos corações. E o bolo representa a partilha e a solidariedade, pois a partir da colaboração desse bolo nós vamos poder manter as nossas obras, aquilo que a gente faz. Quem colabora comprando o bolo ajuda a fazer o bem”, explicou o padre.
A festividade encerrou na noite de quarta-feira, 13, com a procissão luminosa pelas ruas do bairro e a missa festiva, seguida de quermesse. “Que Deus abençoe a todos e o exemplo de Santo Antônio nos leve a viver a caridade e a fraternidade”, finaliza o padre.
SANTO ANTONIO
Santo Antônio é um santo muito popular da Igreja Católica, são milhares os devotos que se unem em oração pedindo a este homem de Deus que leve as orações e pedidos até Jesus, o qual ouve as orações e atende os pedidos. “A fumaça dos perfumes subiu da mão do anjo com as orações dos santos, diante de Deus”. (Apocalipse 8,4).
Conhecido como “Santo Casamenteiro”, Antônio nasceu em Lisboa – Portugal em 1195, e morreu em Pádua – Itália, no ano de 1231. Durante seu pouco tempo de vida, dedicou-se aos estudos da Palavra de Deus e o serviço da Caridade, primeiro se fez frade Agostianiano, mas, ao conhecer a fama e o trabalho de São Francisco de Assis, tornou-se Franciscano e muito colaborou para o crescimento desta ordem. Homem sábio e grande orador, dedicou-se a pregar o Evangelho, levando muitas pessoas à conversão. Era um homem dedicado à causa dos sofredores, ajudava os menos favorecidos de seu tempo, sobretudo, partilhando seu pão com os famintos, daí a tradição de abençoar os pães durante a trezena e distribui-los uma forma de convidar todos a imitá-lo.
Conta-se que Santo Antônio ao saber que muitas jovens pobres de sua época não tinham como pagar o “dote” do casamento, ele providenciava o necessário e o casamento acontecia. Ou seja, era uma pessoa dedicada ao próximo, daí veio a tradição de recorrer a Santo Antônio para conseguir um “bom” casamento. (Padre Emerson Zella).