A Páscoa Cristã é uma das festividades mais importantes para o cristianismo, pois representa a ressurreição de Jesus Cristo, o filho de Deus.
Para relembra o verdadeiro sentido da data, conversamos com o Bispo de Paranaguá e presidente da comissão Nacional de Liturgia da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Edmar Peron.
“Vale a pena recordar sempre. Páscoa tem a ver com passagem, com mudança, mas não qualquer passagem, nem qualquer mudança. É uma passagem de situações difíceis, para situações melhores, de tristezas para alegrias, de doença para a saúde. Toda vez que acontece uma passagem assim realiza-se na nossa vida a Páscoa. A festa em si, a Páscoa é para a igreja a mais importante. Ela tem uma longa preparação, e toda a Quaresma é para preparar a festa da Páscoa. E cinquenta dias, após a Páscoa, até Pentecostes, nós continuamos a celebrar o mistério da Páscoa. O núcleo, a dobradiça, entre esses dois grandes tempos, a Quaresma e o tempo pascal, é o Tríduo Pascal que celebrados nesses dias da Semana Santa”, enfatiza o bispo de Paranaguá explicando o porquê a data é tão importante para os Católicos. “Ela é importante porque nós podemos unir a festa da Páscoa com a festa da libertação. O povo de Israel na sua libertação do Egito, da escravidão para a liberdade, fez uma Páscoa, e a celebra anualmente como memória do Deus que desce porque escutou o seu povo, ouviu o seu clamor, viu suas dores, teve compaixão e o libertou. Esta experiência de libertação que nós traduzimos por salvação, realiza-se na pessoa de Jesus Cristo no mistério de sua entrega total. A paixão na cruz, a sua sepultura e a sua gloriosa ressurreição e ascensão céus. Mistérios que nós professamos no Creio. Desta forma é em Cristo para nós cristãos, católicos, nós encontramos todo o sentido para celebrar a Festa da Páscoa. Porque Ele é que faz com que hoje a Igreja ao fazer memória da libertação, da salvação, possa participar da salvação. Experimente concretamente a libertação e um dos espaços concretos de experimentar a libertação é a realidade assumida pela Campanha da Fraternidade, lugar onde se busca e fazer Páscoa, passagens, alcançar o que é melhor ainda para o mundo da educação conforme a Campanha da Fraternidade deste ano”, completa.
Dom Edmar também relata como estão sendo desenvolvidas as atividades na Diocese de Paranaguá nesta semana de Páscoa. “Se nós considerarmos o modo como o povo participou do Domingo de Ramos a participação nas atividades propostas por cada uma das comunidades, paróquias, santuários, reitorias e as capelas maiores, haverá uma participação muito grande de fiéis. Sabemos que a liberação para o uso dos espaços celebrativos pelo governo, isso também colaborou para que nós tenhamos uma melhor participação. A participação nos eventos diocesanos se dá pela participação nas comunidades. Evento Diocesano nós só tivemos na Quarta-feira Santa, através da Missa do Crisma, quando todos nós reunimos na Catedral. Junto com o bispo, os padres, diáconos, religiosos, religiosas e representantes de todas as paróquias, santuários da reitoria que são as organizações menores da nossa diocese. Da quinta-feira à noite até o domingo de Páscoa quando celebramos o Tríduo Pascal é tudo se dá nas comunidades, ainda que o bispo preside esses ritos e estas celebrações na Catedral, conforme a organização da própria catedral”.
Questionado de como os fiéis podem participar das celebrações especialmente aquelas do tríduo Pascal, Dom Edmar destaca que organizando o próprio tempo, pois são dias de maior empenho na vida espiritual. “São dias em que a imagem de feriadão atrai e tenta a cada um de nós. Então são dias de maior empenho na vida espiritual. É para nós que cremos são dias então participação mesmo efetiva. E como é que eu posso participar? Bem, eu devo participar ainda recordando que eu não posso simplesmente desconsiderar as orientações a respeito dos cuidados contra a transmissão da Covid-19. Tem muita gente ainda entre nós que está positivado e nós então precisamos cuidar. Principalmente respeitando as pessoas que ainda usam máscara e principalmente incentivando a que todos tomem a vacina. Bem, a participação requer ainda uma preparação anterior. É importante que as pessoas que irão participar das celebrações antes se inteirem das leituras bíblicas dessas celebrações. Na internet há muitos subsídios que apresentam as leituras e que a pessoa então para bem participar dias ela pode ler em sua casa antes de ir para as a celebração. E uma última coisa é desejar participar das celebrações, e não marcar presença esperando que elas terminem, esta é uma outra tentação. Porque nesses dias as nossas celebrações são longas, então você precisa nos dias que é possível alimentar, tomar água, ir ao banheiro, essas coisas simples que a gente fala paras as crianças, nós adultos também precisamos fazer”, lembra o bispo.
Mensagem Páscoa 2022
Dom Edmar também deixa uma mensagem de fé, esperança e renascimentos a todos. “No Domingo, as mulheres, encantadas com a pregação e os sinais de Jesus, foram ao túmulo “bem de madrugada”, para ungir o corpo do amigo e Mestre. Mas não o encontraram. “Ficaram sem saber o que estava acontecendo”. Então, foi-lhes revelado que não deviam procurar “entre os mortos aquele que está vivo”. Ele ressuscitou! (Lc 24,1-6). Ao celebrar este ano a grande festa da Páscoa, desejo que possamos, sem negar os sinais evidentes de morte – pandemia, pobreza, violência, guerra –, alcançar as alegrias de uma vida nova experimentada no cuidado das pessoas e do planeta, na solidariedade, na reconciliação, no perdão, na promoção da paz, na realização de eleições conscientes e pacíficas. É Páscoa “quando se dá o verdadeiro desenvolvimento, que é, para cada um e para todos, a passagem de condição de vida menos humanas para condições mais humanas” (Medellin). Que a alegria, a esperança e a caridade marquem esses dias santos da Ressurreição de Jesus. Feliz Páscoa!”, deseja Dom Edmar.