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Setembro Amarelo na Portos do Paraná mostra como detectar sinais de alerta entre colegas de trabalho

Evento reuniu colaboradores para debater saúde mental e formas de identificar situações de risco

Um levantamento da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que a probabilidade de suicídio entre adolescentes no Brasil é maior do que em outras faixas etárias (Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná)

Um levantamento da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que a probabilidade de suicídio entre adolescentes no Brasil é maior do que em outras faixas etárias (Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná)

Colaboradores da Portos do Paraná participaram de uma ação de valorização da vida. O evento, realizado no auditório do Palácio Taguaré nesta quarta-feira (24), foi uma parceria com a Prefeitura de Paranaguá e faz parte do Setembro Amarelo, campanha dedicada à conscientização, à prevenção do suicídio e à promoção da saúde mental.

“Trouxemos informações sobre a prevenção do suicídio porque passamos a maior parte do nosso tempo no trabalho e, nessa convivência, podemos identificar pessoas que precisem de ajuda”, comentou Mônica Denardi, coordenadora de Assistência Médica e Social da Diretoria Administrativa e Financeira do Porto.

A psicóloga Kamilla Scremin Fanini e o terapeuta ocupacional Carlos Alberto Xavier ministraram a palestra “Saúde Mental e Fortalecimento da Segurança Emocional”. Kamilla, que atua no Centro de Atendimento Psicossocial Solar dos Girassóis, apresentou a trajetória da campanha Setembro Amarelo, que teve início em 2015 no Brasil. O movimento tem origem nos Estados Unidos, quando o jovem Mike Emme cometeu suicídio, em 1994, surpreendendo toda a família.

Como medida de alerta, os pais entregaram bilhetes aos amigos do filho, conscientizando sobre a importância de conversarem sobre suicídio com a família. A cor da campanha é em homenagem ao hobby de Mike: o jovem gostava de customizar um veículo na cor amarela.

“Independentemente do setor em que as pessoas trabalham, elas estão conectadas a outras pessoas. Então, a nossa ideia é trazer essa conscientização para que os colaboradores possam perceber um pouco mais sobre a equipe que está ao seu redor e identificar sinais de que a saúde mental não vai bem, para poder dar o suporte necessário”, reforçou Kamilla.

Atualmente, o suicídio é um tabu e um problema complexo de saúde mundial, causado por diversos fatores biológicos, psicológicos e sociais. Os atos extremos contra a vida podem ter origem em transtornos mentais (como depressão ou esquizofrenia), em relacionamentos sociais conturbados ocasionados por problemas financeiros, bullying e até conflitos familiares. Predisposição genética, experiências traumáticas e problemas de saúde crônicos também podem ser gatilhos para ações mais drásticas.

Um levantamento da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que a probabilidade de suicídio entre adolescentes no Brasil é maior do que em outras faixas etárias. Entre 2000 e 2022, os números são ainda mais expressivos entre as pessoas de 10 a 19 anos.

Homens idosos também fazem parte do grupo de risco. Nos Estados Unidos, por exemplo, ocorrem 38,2 mortes por suicídio em cada 100 mil homens com idade entre 75 e 84 anos — e a proporção chega a 55,7 por 100 mil entre os que têm mais de 85 anos, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). “No entanto, o suicídio está presente em todas as classes sociais, identidades de gênero e faixas etárias”, destacou Kamilla.

Sinais de alerta

Carlos Xavier abordou os sinais de alerta, pequenas mudanças capazes de indicar um pedido de ajuda, e destacou: não se pode menosprezar quem diz querer se matar ou quem se corta. “Ninguém quer fazer algo para chamar a atenção. Talvez a pessoa queira sinalizar que tem algo errado, e esta é a maneira dela de se expressar”, enfatizou Xavier. Opinar, condenar, julgar, banalizar ou dar sermão são atitudes que devem ser evitadas nessas situações.

Sinais que podem ser considerados um alerta:

  • não gostar mais de coisas que antes eram prazerosas;
  • frases como “preferia estar morto” ou “quero desaparecer”;
  • achar que os outros ficarão melhor depois de sua morte;
  • piora no desempenho escolar ou no trabalho;
  • isolar-se e demonstrar falta de esperança no futuro;
  • achar que nada nem ninguém pode ajudar;
  • descuido com a aparência;
  • alterações no sono e no apetite.

Os especialistas também destacaram a necessidade de derrubar alguns mitos sobre o tema. Falar sobre depressão não faz com que a pessoa piore seu estado, assim como a crença de que ocupar o tempo inteiro evita o desenvolvimento da doença. Para os palestrantes, a vontade de tirar a própria vida é muito mais complexa do que esses aspectos.

Outra questão importante é que familiares, amigos e colegas podem ser pontos de apoio para pessoas em situação de risco. “Ofereça ajuda, seja um bom ouvinte, acolha sem julgar e responda com gentileza e cuidado”, concluiu Xavier. Para quem precisa de apoio imediato, a sugestão é o contato do Centro de Valorização da Vida (CVV) pelo telefone 188, que funciona 24 horas por dia e sem custo de ligação.

Fonte: Portos do Paraná


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Os Portos do Paraná são um complexo portuário, formado pelos portos de Paranaguá e Antonina.

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