Entre os dias 22 e 24 de janeiro, a Portos do Paraná e as empresas portuárias do litoral do Estado participaram da simulação de manobras no Tanque de Provas Numérico da Universidade de São Paulo (TPN-USP). Por meio de cálculos matemáticos, o simulador utiliza-se de informações da baía de Paranaguá – como marés, correntezas e rajadas de vento – para simular, em tempo real, as manobras no cais. Tudo é exibido em uma tela de 12m de diâmetro, com 32 projetores, visão 360° e cabine de comando (passadiço) semelhante a um navio real.
Estiveram presentes o diretor de engenharia e manutenção da Portos do Paraná, Victor Kengo, o diretor de operações, Gabriel Vieira, o gerente de engenharia marítima, João Jardim, e o coordenador de tráfego marítimo, Maurício Roberto da Silva. A empresa pública participa dos estudos que buscam o redimensionamento dos parâmetros de segurança para as manobras de atracação e desatracação nos portos paranaenses.
No TPN-USP, foram realizadas diversas manobras portuárias, incluindo a atracação e desatracação dos maiores navios que serão recebidos nas próximas semanas: o MSC Natasha XIII e o MSC Elisa XIII. Os porta-contêineres da classe New Panamax possuem 366m de comprimento, sendo a maior dimensão disponível na América Latina.
De acordo com Kengo, durante os estudos, foi avaliado os parâmetros de segurança adequados para manobras assistidas por rebocadores, em situações normais e de perigo.
“Dois rebocadores tripulados por comandantes foram empregados com o propósito de assegurar um nível elevado de realismo nas simulações. A integralidade da simulação desempenha um papel crucial na garantia da conformidade com os critérios estabelecidos, bem como na atualização das normas operacionais, a fim de assegurar que as manobras de navios sejam conduzidas de maneira segura e eficiente”, explicou o diretor.
O coordenador do TPN, Eduardo Aoun Tannuri, foi quem coordenou os cenários de simulação durante os estudos e destacou a parceria entre o laboratório e a Portos do Paraná que, desde 2015, já realizou 17 estudos em conjunto.
“A cada estudo que realizamos é possível compreender e melhorar cada aspecto da operação, sempre buscando o aumento da eficiência com a garantia da segurança, tais como, aumento de calado, otimização de frota de rebocadores, definição de áreas de fundeio e cruzamento para dinamizar o porto, novos terminais, novas janelas operacionais, entre outros”, destacou Tannuri.
Além de contar com a presença da diretoria da Portos do Paraná, as empresas portuárias e órgãos públicos também marcaram presença. Participaram a Marinha, praticagem, TCP (Terminal de Contêineres de Paranaguá), ATEXP, Porto Ponta do Félix, Cattalini, Camorim, Saam, Sulnorte, Svitzer e Wilson Sons.
Sobre o laboratório de pesquisas da USP
O Laboratório de Tanques Numéricos conta com três simuladores de missão completa, três estações de rebocadores e um simulador de guindaste para pesquisas e estudos técnicos. Os simuladores podem ser adaptados para representar diferentes tipos de embarcações, operando de forma individual ou combinada.
O TPN-USP desenvolve o próprio modelo matemático, baseado em uma longa experiência em hidrodinâmica de navios, e segue os procedimentos para calibração e validação de modelos de manobra.
A cooperação técnica com o Conselho Nacional de Praticagem e a Marinha do Brasil garante que o conhecimento científico seja combinado com a experiência prática em favor da segurança e da otimização dos projetos náuticos.
Fonte: Portos do Paraná