A Portos do Paraná apresentou nesta quarta-feira, 20, em audiência pública, o projeto Cais Leste, que centraliza a descarga ferroviária em uma moega exclusiva, conhecida como “Moegão”. Em plataforma online, com 60 participantes, a administração dos portos de Paranaguá e Antonina detalhou como será a reestruturação rodoferroviária dos acessos dos Terminais da Região Leste do Porto de Paranaguá, otimizando a capacidade de recepção de cargas em ambos os modais.
“Com esse projeto, mais que aumentar a participação do modal ferroviário, pretendemos mudar a visão e a estratégia da operação”, afirmou o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
Atualmente, no Porto de Paranaguá, como na maioria dos portos brasileiros, cada terminal tem seu acesso ferroviário próprio. São 11 terminais de exportação de granéis sólidos que operam no Corredor Leste, mas nem todos têm desvio ferroviário.
“Para cada operação no terminal, a composição dos vagões é quebrada com manobras. Nesse tipo de operação individualizada, além de ineficiência há um conflito muito grande com o fluxo da cidade”, disse Garcia. “O projeto visa diminuir essa ineficiência operacional, dando condições para recebermos mais cargas pela ferrovia, com maior agilidade, qualidade e menor impacto à relação porto/cidade”.
Com a construção da moega exclusiva para o modal ferroviário, a ideia é atender, em um único ponto, por conexões aéreas (ou seja, correias transportadoras), todos os 11 terminais que operam à Leste no Corredor de Exportação.
“É uma obra de infraestrutura que olha a longo prazo, visando atender toda a demanda de carga projetada para os próximos 20 ou 30 anos, numa renovação da malha ou com a Nova Ferroeste. O Porto de Paranaguá está se capacitando para grandes projetos futuros”, afirmou o diretor-presidente.
O projeto prevê aumentar dos quase 550 vagões – que atualmente são descarregados, por dia, no Corredor Leste – para quase 900. Serão quase 300 em cada uma das três linhas por dia.
André Cassanti Neto, diretor de engenharia e manutenção da Portos do Paraná, disse que as três linhas serão independentes. A expectativa do projeto é descarregar no complexo, pelo modal ferroviário, cerca de 24 milhões de toneladas de granéis por ano.
“Serão cerca de 700 caminhões a menos por dia. Além disso, o projeto traz como benefícios gerais a redução dos custos logísticos e da poluição, considerando que o transporte ferroviário emite cerca de 70% menos CO2”, afirmou.
Ainda segundo o diretor, as interferências rodoferroviárias serão reduzidas das atuais 16 para apenas cinco. “As operações serão mais ágeis e o tempo de manobra será menor”, completou.
ETAPAS
Com a audiência pública e as contribuições recebidas, a equipe interna responsável pela análise do projeto se reunirá para os ajustes finais. Na sequência, o projeto segue para a aprovação dos órgãos competentes e, aprovado, será lançado o edital para a licitação da obra. A previsão é que a construção inicie no primeiro semestre de 2022.
Os projetos, apresentação, ata e gravação da audiência pública desta quarta-feira estão disponibilizados no site da Portos do Paraná. A equipe técnica tem prazo legal de até 5 dias úteis para publicar a ata da audiência e o extrato dos questionamentos e comentários enviados.
EMBARQUE
O Moegão vai ao encontro de outro projeto do Estado, que é a modernização e ampliação do Corredor Leste (Corex) e do píer em T. Em fase de desenvolvimento, o projeto prevê um novo complexo com quatro berços; ponte de acesso; oito torres pescantes; e capacidade para embarque de 4 mil toneladas, por hora, em cada uma das oito linhas. Assim, a expectativa é triplicar a capacidade de embarque atual no Corredor Leste.
AEN