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Porto de Paranaguá apoia pesquisa relacionada ao combate do abuso e exploração sexual infantil

Parceria ajuda a ampliar a abrangência do programa “Na Mão Certa”

A aplicação da pesquisa seguirá em outras regiões do País nos próximos meses. / Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

A aplicação da pesquisa seguirá em outras regiões do País nos próximos meses. / Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

Psicólogos da organização Childhood Brasil, referência no enfrentamento ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, entrevistaram caminhoneiros no Porto de Paranaguá. Os dados coletados por meio dos questionários serão utilizados para orientar os próximos cinco anos do programa Na Mão Certa.

Parceira da iniciativa, a Portos do Paraná recebeu a equipe da Childhood Brasil no Pátio de Triagem, no último domingo, 20. As entrevistas, também realizadas em outras empresas, foram concluídas na terça-feira, 22. A aplicação da pesquisa seguirá em outras regiões do País nos próximos meses.

“A Portos do Paraná está contribuindo com a pesquisa e com outras ações que visam combater a exploração sexual infantil. Entendemos que os caminhoneiros podem ser grandes aliados dessas iniciativas, ao divulgarem campanhas e denunciarem situações de risco”, afirmou o diretor-presidente da empresa pública, Luiz Fernando Garcia.

O estudo está sendo conduzido por pesquisadores da Universidade de Aracaju, com o objetivo de atualizar o perfil dos caminhoneiros brasileiros. As informações obtidas serão utilizadas como base para a produção de materiais educativos, cartilhas e treinamentos. Nesta edição, a meta é ouvir mil motoristas em diferentes regiões do País.

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Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

“A participação da Autoridade Portuária no projeto foi um marco para nós, porque atrai outras empresas interessadas e possibilita nossa entrada em um território que consideramos vulnerável: as áreas portuárias brasileiras”, destacou Élder Cerqueira Santos, coordenador da pesquisa e consultor da Childhood Brasil há 20 anos.

Evolução dos dados

A primeira edição da pesquisa revelou que 36% dos motoristas entrevistados afirmaram ter realizado sexo pago com crianças e adolescentes. Nas edições seguintes, houve queda gradativa. No último levantamento, realizado após a pandemia, esse índice caiu para 12%.

Segundo os pesquisadores, a redução está relacionada a mudanças sociais e ações promovidas por empresas em suas cadeias logísticas.

“Uma empresa que atua aqui no Porto de Paranaguá, por exemplo, adotou estratégias para reduzir o tempo ocioso dos motoristas, como a aceleração dos processos de carga e descarga. Também houve mudança na forma de contratação, migrando de terceirizada para CLT, o que reduziu a rotatividade nas rotas”, explicou Élder.

O programa atua em duas frentes: coleta de dados e conscientização. A ideia é que os motoristas se tornem agentes de proteção.

“O caminhoneiro representa os olhos do programa na estrada. Ele vê, ele vivencia essas situações. Por isso, pode ser protagonista na transformação dessa realidade”, concluiu o pesquisador.

Como funciona a pesquisa

A técnica utilizada é chamada de “bola de neve”, em que os pesquisadores abordam um motorista por vez, de maneira informal, respeitosa e confidencial. As perguntas abordam desde questões sobre o cotidiano até temas mais delicados.

“Nosso papel é fazer com que os participantes se sintam seguros para responder com sinceridade. Por isso, explicamos claramente o objetivo e a importância da pesquisa”, explicou o pesquisador Hênio Rodrigues.

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Após a análise dos dados, a Childhood Brasil divulga um relatório público com os resultados. Informações extraídas dos levantamentos anteriores já são utilizadas por órgãos como a Polícia Rodoviária Federal e o Ministério dos Transportes, auxiliando na definição de políticas públicas e melhorias para a categoria.

Coalizão em Paranaguá

Além de ser signatária do Pacto Empresarial contra a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que integra o programa Na Mão Certa, a Portos do Paraná também aderiu à Coalizão Paranaguá. A iniciativa, em parceria com a Prefeitura Municipal, reúne mais de 15 empresas comprometidas com o enfrentamento desse tipo de violência.

Confira as empresas e entidades participantes da Coalizão:

Budel Transportes LTDA

Cargill Agrícola S.A

Cattalini Terminais Marítimos S/A

Coopercarga S.A

EPR Litoral Pioneiro S/A

Klabin S.A

Liquiexpress Transportes Rodoviários LTDA

Louis Dreyfus Company Brasil S.A

Maersk Logistics e Services Brasil LTDA

Multilog S.A

Rocha Terminais Portuários e Logística S.A

Rumo

Sest Senat – Unidade Paranaguá

Tegma Gestão Logística S/A

Yara Brasil Fertilizantes S/A

Cenário nacional

Em 2023, o Brasil registrou 115.384 casos de violência física, psicológica, sexual ou negligência contra crianças e adolescentes de até 19 anos — o equivalente a 13 vítimas por hora. Os dados constam no Atlas da Violência 2025, divulgado este mês pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Fonte: Portos do Paraná

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