Os portos do Paraná vivem um momento histórico. Com crescimento constante, não apenas batem recordes, mas também redefinem os padrões de desempenho no setor portuário nacional.
Segundo dados oficiais da Portos do Paraná, mesmo diante das adversidades climáticas, foi registrado aumento de 23% na carga geral em 2024, apesar do maior número de dias de chuva. Ao final do ano, a Portos do Paraná alcançou a maior movimentação de cargas da sua história: 66.769.001 toneladas. O crescimento foi de 2,1%, com 1.375.745 toneladas a mais do que em 2023. Os números foram conquistados em um cenário desafiador, com 115 dias de chuva em 2024, oito a mais que no ano anterior.
O Porto de Paranaguá recebe e envia os mais diversos tipos de produtos, mas, a título de comparação, o volume movimentado equivale a 80% de toda a produção de grãos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul colhidos na safra de 2024. Isso corresponde a 3.209 caminhões bitrens sendo recebidos diariamente ao longo dos 365 dias do ano.
Pelos berços do cais passaram 40 milhões de toneladas em exportações e 26,7 milhões em importações. As cargas mais enviadas ao exterior foram soja (13.265.751), contêineres (9.049.796) e açúcar a granel (6.412.716). Já os produtos mais trazidos ao Brasil por Paranaguá foram fertilizantes (11.140.049), contêineres (7.276.868) e derivados de petróleo (4.912.767).
Em termos proporcionais, um dos destaques foi a cevada. No acumulado de 2023, a Portos movimentou 159.458 toneladas. Em 2024, alcançou 428.132 toneladas, um aumento de 168%, impulsionado pela indústria cervejeira, que coloca o Paraná entre os maiores fabricantes da bebida no Brasil.
Esse expressivo crescimento se deve à implantação da maior maltaria do mundo em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais. O malte, matéria-prima da cerveja, tem capacidade de produção de 360 mil toneladas por ano, equivalente a 30% do mercado nacional. Somente duas cervejarias instaladas em Ponta Grossa são responsáveis pelo abastecimento das regiões Sul e Sudeste do país no segmento premium.
Outro destaque é o trigo, com aumento de 157% na importação e 58% na exportação ao longo do último ano. Embora Paranaguá se consolide cada vez mais como porto multicargas, seis produtos (soja, farelo de soja, contêineres, fertilizantes, açúcar a granel e derivados de petróleo) somaram 58,3 milhões de toneladas transportadas em 2024, representando 87,3% do total movimentado no ano.
Entre os pontos altos do ano esteve a movimentação de cargas gerais, com crescimento de 23% em 2024, em comparação com 2023. O transporte de veículos também se destacou, com aumento de 29%: 112.870 unidades passaram por Paranaguá, entre importados e exportados.
O Porto de Antonina também registrou índices positivos em 2024, com 47% a mais de volume movimentado em relação ao ano anterior. O total chegou a 1.993.620 toneladas, contra 1.355.626 toneladas de 2023, concentradas em dois produtos: fertilizantes e açúcar.
Diretor de Operações
Para o diretor de operações da Portos do Paraná, Gabriel Perdonsini, os resultados são fruto de uma gestão profissionalizada e do trabalho conjunto com todos os elos da cadeia logística.
“Além da grande demanda de mercado, a Portos do Paraná também investe em estratégias logísticas que agilizam as movimentações. O exemplo mais recente que temos é a atualização da Norma de Tráfego Marítimo e Permanência, que a partir deste mês flexibiliza as manobras para desatracação nos berços em que movimentamos cargas de granéis vegetais sólidos de exportação, como soja em grão, farelo, milho e açúcar. Nossa expectativa também é positiva para os próximos meses: Paranaguá deve bater um novo recorde em exportação de farelo, assumindo parte do mercado que antes era da Argentina. A importação de fertilizantes segue em alta, representando mais de 25% da movimentação nacional, e a expectativa é de crescimento para os próximos meses”, afirmou Perdonsini.
Comparados aos demais portos públicos brasileiros, os portos paranaenses aparecem consistentemente entre os primeiros colocados em movimentação e eficiência, segundo relatórios da ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários). A meta agora é manter a curva de crescimento sustentável, com investimentos estratégicos e foco na modernização constante.
O cenário positivo reforça a importância dos Portos de Paranaguá e Antonina não apenas para a economia do Paraná, mas para o Brasil como um todo. Com logística integrada, respeito ambiental e capacidade de resposta ao mercado global, os portos seguem sendo protagonistas no desenvolvimento nacional.
Folha do Litoral News com informações da Portos do Paraná
