Equipes do Centro de Inteligência e do BOPE – Batalhão de Operações Especiais, da Polícia Militar do Paraná, deflagraram na manhã desta terça-feira, 6, uma mega operação de combate às facções criminosas envolvidas em crimes de tráfico de entorpecentes e homicídios ocorridos no litoral do Estado.
O objetivo da mobilização policial era cumprir 17 mandados de busca e apreensão e 14 de prisão contra integrantes dos grupos criminosos nas cidades de Paranaguá, Matinhos, Pontal do Paraná e Piraquara.
De acordo com a corporação, oito pessoas foram presas e três indivíduos morreram em confrontos armados, registrados em Matinhos e Piraquara.
Três presos já estavam no sistema penitenciário do Estado.
Durante a operação foram apreendidas três armas de fogo, certa quantia em dinheiro e porções de entorpecentes.
Os policiais ainda estão nas ruas e dão continuidade ao cumprimento dos mandados judiciais.
FACÇÕES
A Operação Rio tem como objetivo desarticular dois grupos criminosos que estariam disputando a venda de drogas em Paranaguá e no litoral.
Uma das facções atua em todo território nacional e a outra em Santa Catarina, onde tem duas bases de tráfico, em Balneário Camboriú e Penha.
A disputa pelos locais onde acontece a comercialização de entorpecentes vinha gerando um alto índice de homicídios, principalmente na cidade de Paranaguá, onde só este ano, foram registradas 33 mortes. Na região são 48 casos.
“Essa operação buscou tirar de circulação pessoas que tinham passagens pela polícia, autores de vários homicídios e com envolvimento com o tráfico de drogas. Grande parte dos crimes ocorrem em torno do tráfico e o homicídio é um deles. Com a retirada de circulação desses suspeitos e a logística da quadrilha sendo interrompida, com certeza o reflexo é a maior sensação de tranquilidade e a redução dos crimes como roubos, furtos em todo o Litoral”, afirmou o subcomandante-geral da PM Coronel Rui Noé Barroso Torres.
INVESTIGAÇÃO
Durante o trabalho dos policiais militares, também foi constatado que os envolvidos praticavam homicídios por conta de desavenças e dívidas relacionadas à atividade do tráfico. “Os suspeitos neutralizavam indivíduos de outras facções criminosas. Todas essas informações já foram inseridas nos autos e serão encaminhadas ao Poder Judiciário”, destacou o comandante-geral da PM, Coronel Hudson Leôncio Teixeira.
Ainda de acordo com o Coronel Hudson, outras fases da Operação Rio serão executadas. “Teremos outras fases dessa operação. Nosso objetivo principal é diminuir ao máximo os homicídios na região do litoral do Estado e, com isso, coibir o tráfico de drogas. Foi um trabalho exitoso por parte do Serviço de Inteligência da PM, do Ministério Público, que acompanhou in loco as ações, assim como o subcomandante-geral que também participou da operação”.
Também participaram da coletiva de imprensa, o comandante do 6.º Comando Regional da PM, Tenente-Coronel Renato Ribas de Oliveira Filho e o Comandante do 9.º Batalhão, Tenente-Coronel Renato Luiz Rodrigues Junior.
CONFRONTOS
Durante o cumprimento dos mandados judiciais, dois confrontos armados foram registrados.
Em Matinhos, dois indivíduos morreram durante a troca de tiros com equipes do BOPE – Batalhão de Operações Especiais.
Chandrer Bernardo de Oliveira, de 28 anos, morador no bairro Bockmann, e Hiago Crispim da Silva, de 22 anos, morador na Vila Alboit, em Paranaguá, estavam escondidos em uma casa no balneário de Inajá. Os dois estavam com mandados de prisão em aberto.
Duas pistolas foram apreendidas no local.
O outro confronto aconteceu na cidade de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba.
Deyvid Fellipe da Silva Pereira, de 23 anos, morador no bairro Beira Rio, em Paranaguá reagiu à abordagem policial. Ele foi alvejado e morreu. Um revólver foi apreendido no local onde o confronto aconteceu.
Todos os indivíduos mortos tinham passagens pela polícia e eram alvos da Operação Rio.
PRIMEIRA FASE
Durante o trabalho de monitoramento realizado por equipes do Centro de Inteligência da Polícia Militar do Paraná, que investigava uma facção que agia no litoral do estado, os policiais descobriram que um casal comandava a organização criminosa.
Com o apoio de equipes da Polícia Militar de Santa Catarina, os dois suspeitos foram identificados e localizados.
O casal foi preso durante a primeira fase da Operação Rio, ocorrida em novembro do ano passado, dentro de um apartamento em Balneário Camboriú.
RIO
A mobilização policial foi batizada como Operação Rio, por conta do local de nascimento de um dos indivíduos presos e por lembrar a região litorânea, onde boa parte das investigações se concentraram.
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