A operação Fake Care, deflagrada pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) na última quinta-feira (9), no município de Fazenda Rio Grande, pode ter novos desdobramentos em outras cidades paranaenses onde a empresa investigada também manteve contratos na área da saúde. A investigação revelou um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e direcionamento de licitações envolvendo servidores públicos e empresários, com prejuízo superior a R$ 10 milhões aos cofres públicos.
Segundo o MPPR, a empresa sob investigação firmava contratos de testagem domiciliar e levantamento estatístico por meio de dispensas de licitação supostamente fraudulentas, o que teria permitido o desvio de recursos públicos mediante pagamento de propina a agentes políticos. As fraudes estariam articuladas por meio de um modelo replicável, o que agora desperta a atenção das autoridades para a possível repetição do esquema em outros municípios onde o mesmo grupo empresarial prestava serviços similares.
Fontes ligadas à apuração não descartam a possibilidade de que as contratações realizadas durante o período de pandemia tenham servido de porta de entrada para a atuação do grupo em diversas administrações municipais. As equipes técnicas e jurídicas do MPPR analisam documentos e notas fiscais para rastrear a origem e o destino dos valores desviados.
A Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos (SubJur) conduziu a operação com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que cumpriu mandados de prisão, busca e apreensão em Curitiba e Fazenda Rio Grande, além do afastamento de quatro agentes públicos, entre eles o prefeito do município, Marco Antonio Marcondes Silva, conforme decisão judicial.
O Tribunal de Justiça do Estado do Paraná determinou ainda a suspensão imediata do exercício da função pública dos investigados, que agora responderão a inquéritos por corrupção ativa e passiva, peculato, contratação direta ilegal e lavagem de dinheiro.
Diante da repercussão, outras administrações municipais que mantiveram contratos com a empresa deverão ser instadas a fornecer informações e relatórios de execução. Caso sejam confirmados indícios de irregularidades semelhantes, novas operações podem ser deflagradas em breve.
NOTA OFICIAL
A Câmara Municipal de Fazenda Rio Grande informou:
Atendendo à determinação do Excelentíssimo Desembargador Sr. Kennedy Josué Greca de Mattos, exarada pelo Ofício n. 035-2025-IICCr do TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ, a Câmara Municipal de Vereadores notificou o Vice-Prefeito Sr. LUIZ SERGIO CLAUDINO, acerca da SUSPENSÃO IMEDIATA DO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO PÚBLICA, em desfavor do Excelentíssimo Senhor MARCO ANTONIO MARCONDES SILVA, atual Prefeito Municipal. Portanto, a partir desta data, o Vice-Prefeito Municipal responderá interinamente como Chefe do Poder Executivo, enquanto perdurar o impedimento temporário do prefeito.
O MPPR informou que, por força de sigilo judicial, os nomes dos demais investigados não podem ser revelados neste momento.
Com informações do MPPR




